Doação e Transplantes no Brasil: avanços, desafios e a fila de espera que não para de crescer

Saúde
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O Brasil segue como um dos líderes mundiais em transplantes de órgãos, mas enfrenta desafios significativos para ampliar a doação. Em 2024, o país registrou 30,3 mil transplantes de órgãos e tecidos, número expressivo que confirma a robustez do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Ainda assim, a taxa de doadores caiu para 27,4%, uma redução de 2,1% em relação ao ano anterior.

A queda ocorre em meio a um cenário delicado: atualmente, cerca de 78 mil pessoas aguardam um transplante no país, sendo as maiores demandas por rim e córnea. Essa espera prolongada pode significar meses ou até anos de sofrimento para pacientes que dependem de um órgão para sobreviver ou recuperar qualidade de vida.


Tipos de doadores

No Brasil, a legislação permite dois tipos de doação:

  • Doadores vivos: Qualquer pessoa pode se candidatar, desde que haja segurança no procedimento. É possível doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão.

  • Doadores falecidos: São pacientes diagnosticados com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismos cranianos ou acidentes vasculares cerebrais (AVCs). A morte precisa ser confirmada clinicamente antes da retirada dos órgãos.


Obstáculos para a doação

Embora o país tenha estrutura consolidada e seja referência internacional, ainda enfrenta altas taxas de recusa familiar. A falta de informação e a dificuldade de abordar o tema em momentos de luto são fatores que pesam contra a ampliação das doações.

Especialistas reforçam a importância de conversar com a família e manifestar em vida o desejo de ser doador. Como a autorização final cabe aos parentes, esse diálogo pode fazer toda a diferença para salvar vidas.


Perspectiva de futuro

Com investimentos recentes no SNT e campanhas de conscientização, o objetivo do Ministério da Saúde e de entidades parceiras é reverter a queda na taxa de doadores e reduzir a fila de espera. Cada gesto de solidariedade pode impactar diversas vidas: um único doador pode beneficiar até oito pessoas.

O desafio agora é transformar o reconhecimento internacional em mais resultados concretos, garantindo que milhares de brasileiros que aguardam um transplante tenham uma nova chance de viver.