Você sabia que o leite materno é um dos fatores protetores de alergias? Isso porque o leite da mãe é composto por diversas substâncias que estimulam o desenvolvimento imunológico do bebê. Porém, é possível que a criança apresente reações alérgicas às proteínas alimentares ingeridas pela mãe e veiculadas pelo leite materno desde os primeiros meses de vida.
Os sintomas mais comuns são as gastrointestinais (cólicas exacerbadas, sangue nas fezes), mas há casos de reações cutâneas (piora da dermatite atópica e, eventualmente, urticárias) em crianças mais sensíveis. A exclusão dos alimentos responsáveis da dieta materna, geralmente, leva à remissão dos sintomas.
Leite e soja respondem por cerca de 90% dos casos e, em menor quantidade, ovo e trigo podem ser a causa das reações. A Coordenadora do Departamento Científico de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), Dra. Lucila Camargo, conta que é importante lembrar que a exclusão de qualquer alimento da dieta da mãe deve ser muito bem monitorada para que não haja prejuízos nutricionais para ela e seu bebê.
"Deve-se ter certeza da relação entre a amamentação e os sintomas que a criança apresenta antes de orientar qualquer dieta de restrição, lembrando que muitos sintomas são inespecíficos e comuns em lactentes até os seis meses, como cólicas, regurgitação e irritabilidade. O limite entre o fisiológico e o patológico é uma linha tênue e necessita do acompanhamento do especialista para que o diagnóstico seja preciso", explica a Dra. Lucila.
Diagnóstico – A história clínica é a principal ferramenta usada pelo especialista para se chegar ao diagnóstico correto. Alguns exames podem auxiliar o médico, mas devem ser muito bem interpretados, uma vez que resultados positivos não indicam necessariamente a presença de alergia e resultados negativos não necessariamente descartam.
Tratamento – O aleitamento materno deve ser sempre estimulado, uma vez que representa a melhor fonte nutricional em crianças, especialmente aquelas que apresentem predisposição para doenças alérgicas. A especialista da ASBAI explica que nos casos em que haja, de fato, relação de sintomas e amamentação, a exclusão dos alimentos pode ser orientada à mãe de forma que ela mantenha o aleitamento materno.
Amamentação e alergia alimentar: O aleitamento materno deve ser sempre estimulado, especialmente em crianças com predisposição para doenças alérgicas
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