COSEMS/SP Alerta sobre riscos da compra da vacina contra a Dengue fora do PNI

O Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo - COSEMS/SP, emitiu uma nota técnica alertando para os riscos associados à compra da vacina contra a dengue, a Qdenga, por gestores municipais fora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), ligado ao Ministério da Saúde.

 

Segundo a nota, a decisão de compra de vacina traz consigo diversos riscos, incluindo a possível falta de capacidade do município para manter uma estratégia de vacinação a longo prazo, além da dificuldade no controle e registro de eventuais efeitos adversos, erros de imunização ou outros problemas relacionados à vacina.

 

O COSEMS/SP destaca ainda o risco de enfraquecimento do próprio PNI, uma vez que a não adesão dos gestores municipais aos critérios definidos no programa nacional pode abrir precedentes para questionamentos da população, como a compra de outras vacinas não incorporadas no calendário ou a ampliação indiscriminada da faixa etária de vacinação.

 

É importante ressaltar que a vacinação contra a dengue atualmente não tem como objetivo o controle da epidemia da doença no país. O PNI está introduzindo a vacina nacionalmente de forma gradual, com critérios técnicos embasados cientificamente. Em ações coletivas, como a vacinação e o enfrentamento de emergências de saúde pública, a autonomia do gestor municipal passa a ser relativa, sendo a responsabilidade da gestão solidária entre regiões e com os demais entes federados.

 

O COSEMS/SP segue as recomendações do PNI, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde (MS), de acordo com as pactuações na Comissão Intergestores Triparte (CIT), representando os 645 municípios do estado de São Paulo.

 

No Brasil, os casos de dengue triplicaram nas seis primeiras semanas deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em São Paulo, até o último dia 16 de fevereiro, foram registradas 15 mortes e confirmados 55.317 casos da doença.