Paciente renal crônico tem mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares

Saúde
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Monitoramento da pressão arterial, cuidados com a alimentação e acompanhamento médico multidisciplinar estão entre os cuidados fundamentais

 

Os rins e o coração são órgãos vitais para o organismo, e a relação entre eles é fundamental para o bom funcionamento do corpo. Ambos trabalham juntos e quando um deles apresenta algum problema em sua funcionalidade, prejudica o desempenho do outro. Isso significa que uma doença renal pode favorecer o desenvolvimento de doenças cardíacas e vice-versa.         
 

"Os rins são responsáveis por filtrar os resíduos e o excesso de fluidos do sangue, mantendo o equilíbrio eletrolítico e a pressão arterial adequada", explica Dr. Bruno Zawadzki, diretor médico da DaVita Tratamento Renal. "E a saúde cardiovascular é responsável por fornecer o sangue e o oxigênio necessários para o funcionamento adequado dos rins", complementa.           
 

Quando o paciente é diagnosticado com insuficiência renal, o organismo passa a acumular toxinas que deveriam ser filtradas pelos rins, o que pode desencadear por exemplo, a calcificação dos vasos sanguíneos, um fator de risco para doenças cardiovasculares.
 

Segundo artigo publicado no Jornal Brasileiro de Nefrologia, a prevalência de doenças cardiovasculares em pacientes com DRC é mais elevada do que na população geral, inclusive naqueles que se encontram na fase pré-dialítica.  
 

Pacientes renais crônicos tem maiores chances de apresentar hipertrofia de ventrículo esquerdo (condição cardíaca em que o músculo da principal câmara de bombeamento do coração torna-se anormalmente espesso), doença isquêmica (dores ou desconfortos no peito, que ocorrem quando uma parte do coração não recebe sangue suficiente para bombear de maneira adequada) e insuficiência cardíaca (quando o coração não consegue bombear sangue ou encher-se de sangue adequadamente).    
 

A alta prevalência do desenvolvimento dessas patologias em pacientes com DRC se deve, em parte, à elevada taxa de doenças preexistentes, como diabetes, hipertensão e obesidade.
 

A prevenção ainda é a melhor forma de evitar problemas com a função destes órgãos. Adotar um estilo de vida saudável é fundamental para que o organismo funcione corretamente. "Não fumar, ingerir baixa quantidade de gordura e se exercitar regularmente são alguns dos hábitos para manter uma rotina equilibrada", destaca Zawadzki.
 

Reduzir a ingestão de sal e açúcar, manter o peso ideal, evitar estresse e cuidar da saúde mental também auxiliam nos cuidados não só dos rins e do coração, mas de todo o organismo.
 

O paciente renal deve ter um acompanhamento médico multidisciplinar, principalmente com um cardiologista para entender os riscos e auxiliar na prevenção de problemas do coração.