Cannabis Medicinal: médicos e outros profissionais da saúde debatem benefícios em tratamentos

Especialistas internacionais e nacionais se reúnem em São Paulo para aprofundar debates e pesquisas sobre o uso para o tratamento em diversas especialidades

Os avanços, pesquisas e polêmicas científicas quanto a eventuais benefícios do tratamento com cannabis medicinal para um espectro amplo de doenças foram incontáveis e importantes em anos recentes.

Debater os prós e contras do uso de canabinoides, aprofundar estudos, somar evidências são desafios para este 2024, cabendo à classe médica papel relevante, inclusive explorando as potencialidades nas diversas especialidades.

Com tal intuito, a cidade de São Paulo receberá a 3ª edição do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal (CBCM), de 23 a 25 de maio, no Expo Center Norte. Haverá mais de 24 horas de conteúdo em apresentações de 100 professores reconhecidos como referências em cannabis medicinal no território nacional e no exterior.

Estarão em pauta uma série de doenças já cuidadas com cannabis medicinal, detalhes dos tratamentos, casuísticas, metodologia e resultados. Os módulos do CBCM são divididos nos seguintes assuntos:

Quinta-feira, 23 de maio 2024

VetCannabis – O módulo aprofunda conhecimentos em medicina veterinária e cannabis, abordando pautas jurídicas, integração com a Medicina Veterinária Integrativa e uso em animais de produção, fomentando debates sobre tendências e casos clínicos.

Business Cannabis – Discute as oportunidades de negócios globais com a cannabis, focando nas perspectivas brasileiras e da América Latina, compreendendo desafios legislativos e regulatórios.

Sexta-feira, 24 de maio 2024

Medcannabis: Sistema Endocanabinoide - O módulo explora o sistema endocanabinoide, sua interação com fisiologia, farmacologia e aplicações, destacando tratamentos com psicodélicos e discussão de casos clínicos.

Agro & Tech Cannabis - O módulo aborda a produção agrícola da semente ao produto final, destacando desafios da cannabis medicinal e do cânhamo industrial, incluindo rastreabilidade e tecnologia de extração para inovação no mercado brasileiro.

Sábado, 25 de maio 2024

Medcannabis: Especialidades – O módulo aprofunda em especialidades médicas, abordando temas como interação medicamentosa, estética e doenças neurológicas, além de discussões de casos clínicos.

Odonto Cannabis – O módulo dedicado à odontologia apresenta um panorama das doenças odontológicas tratáveis com cannabis, além de promover a discussão de casos clínicos para facilitar diagnóstico e prescrição segura, alinhada à regulamentação odontológica.

Programação interespecialidades

A grade do Congresso é abrangente e passa por especialidades diversas. Traz temas como saúde da mulher madura: papel da cannabis na saúde hormonal; adoção no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de síndromes; as novas fronteiras do transtorno do espectro autista (TOD, TDAH); inovação no tratamento de doenças degenerativas; uso terapêutico da cannabis na obesidade; avanços do tratamento das epilepsias refratárias. A propósito, o programa preliminar está disponível em www.congressocannabis.com.br.

O CBCM é o principal congresso da América Latina de caráter 

científico e profissional. Para 2024, aguarda uma audiência próxima a 1.200 congressistas, entre médicos, pesquisadores, empresários, quadros das demais áreas da saúde, estudantes, entre outros.

Será uma oportunidade única para atualização sobre as últimas 

descobertas científicas, troca de experiências com especialistas renomados do Brasil e do exterior, além de networking.

Outras discussões essenciais estão relacionadas ao projeto de lei (PL 5511/2023) para regulamentar o uso medicinal, em trâmite no Congresso Nacional. Seria um marco legal para utilização em saúde, estabelecendo, entre outros aspectos, normas para o cultivo e importação de cannabis e de produtos à base da planta para fins medicinais, de uso humano e veterinário. A proposta aguarda designação de relator na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA).

A autora do PL, senadora Mara Gabrilli, afirma que a ideia é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, autorize o cultivo, fiscalize e registre os medicamentos produzidos com a planta.