SUS registra quase 4.500 internações de pedestres 60+ por atropelamentos, em um ano e meio

Saúde
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Mês de setembro marca o Dia Nacional do Idoso (27/09) e acidentes nessa faixa etária, que tem crescimento acelerado no Brasil, estão cada vez mais comuns; Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico explica as consequências das lesões para essa população

 

 

Com o crescimento do número de pessoas idosas no Brasil, a ocorrência de atropelamentos nessa faixa etária tornou-se algo mais comum também. Segundo o Ministério da Saúde, de 2023 até junho deste ano, foram registrados 4.439 atendimentos hospitalares e 557 ambulatoriais relacionados a pedestres traumatizados em acidente de trânsito não especificado, no Brasil, na faixa etária acima de 60 anos. No mesmo período, foram registrados 2.352 óbitos de pedestres com 60 anos ou mais por lesões de trânsito.

 

Projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que de 2000 para 2023, a proporção de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. O envelhecimento populacional pode ser explicado por dois fatores-chave: o aumento da expectativa de vida e a queda da taxa de fecundidade.

 

Atropelamentos são ocorrências que, em geral, resultam em politraumatismo, caracterizado por múltiplas lesões causadas ao corpo por forças de natureza externa. Especialistas alertam que o risco de um idoso não sobreviver a um atropelamento é três vezes maior do que entre os mais jovens pela fragilidade do organismo, sem falar nas sequelas desse tipo de acidente com consequências ainda mais graves para pessoas 60+.

 

Traumas resultantes de atropelamentos em pessoas 60+ podem deixar sequelas dolorosas e a recuperação não é simples, em comparação com pacientes mais jovens. As fraturas geralmente necessitam de intervenção cirúrgica ou de períodos prolongados de imobilizações, isso porque, os ossos não são tão fortes e saudáveis quanto os de pessoas mais jovens, além da falta de força muscular nessa idade.

 

"As fraturas mais comuns afetam fêmur, coluna vertebral e bacia, ocorrências que podem diminuir a mobilidade do idoso, além de necessitar de fisioterapia intensa para a recuperação. Por isso, é importante que pessoas da terceira idade se exercitem com frequência, caminhando ou fazendo musculação, para o fortalecimento das estruturas musculares", afirma o presidente da Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico, Marcelo Tadeu Caiero.

 

No período de 2023 até junho deste ano, o estado do Amazonas lidera o número de mortes de idosos por atropelamentos com 55 mortes, na região Norte; na região Nordeste, Pernambuco registrou 115 óbitos; no Sudeste, São Paulo é o estado com mais óbitos e alcançou 508 mortes; na região Sul, o Paraná teve 196 mortes e na região Centro-Oeste, o número de mortes chegou a 97, em Goiás. 

 

No caso das internações, Minas Gerais lidera o ranking com 1.703 pacientes, seguido por São Paulo com 652 casos de internação e Rio de Janeiro com 364.