Segundo doutor em psicologia, é preciso saber identificar sinais e oferecer ajuda em fase cheia de mudanças hormonais e dificuldade de resolução de problemas
O mês de setembro também é conhecido como “Setembro amarelo” devido à campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio realizada no Brasil. Neste período, o objetivo é promover a saúde mental e mostrar a importância do apoio a quem precisa.
No caso dos jovens, de acordo com a série histórica levantada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) entre 2012 e 2012, sabe-se que cerca de mil crianças e adolescente entre 10 e 19 anos cometem suicídio no Brasil a cada ano, um dado que serve de alerta para a necessidade de identificar sinais e trabalhar a prevenção.
Segundo Danilo Suassuna, doutor em psicologia e diretor do Instituto Suassuna, que oferece pós-graduação e forma psicólogos atuantes, a solidão é um sentimento comum em adolescentes que tentam o suicídio. “Sabemos que a falta de alguém para dividir experiências e tristezas pode desencadear uma série de problemas emocionais, e há estudos que relacionam adolescentes com baixo índice de habilidades sociais à presença de transtornos psicológicos, como depressão, transtornos de ansiedade e transtornos relacionados ao uso de substâncias”, conta.
No caso dos adolescentes, as experiências vividas em grupo podem ser muito significativas e influenciar comportamentos, temperamentos, cognições e habilidades para resolução de problemas. “Também não podemos esquecer que a adolescência é um período de maior vulnerabilidade e necessidade de pertencimento e busca por aprovação”, afirma Danilo Suassuna.
O especialista acredita que é necessário buscar soluções, avaliar e intervir para diminuir os casos de suicídio entre adolescentes, e uma das soluções seria o uso de Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que também pode ser aplicada de forma preventiva juntamente com a família. “Há dados que mostram que a cada 100 crianças submetidas a algum tipo de intervenção cognitivo-comportamental, dez possuem chances verdadeiras de ideação suicida durante os próximos 15 anos, por isso um trabalho de precaução é tão necessário”, avalia o diretor do Instituto Suassuna.
Para o doutor em Psicologia, a TCC pode ajudar o adolescente a regular suas emoções e trabalhar a sociabilidade. “Entre outras coisas, a técnica procura ajudar o jovem a reconhecer habilidades para resolução de problemas; busca ferramentas que o ajudem a identificar as razões para viver, e o incentiva a buscar sua rede de apoio e tratamento psiquiátrico se preciso”, afirma Danilo Suassuna.
O diretor do Instituto Suassuna ressalta que o suicídio ainda é considerado um tabu, por isso o Setembro amarelo é uma oportunidade de tratar o tema com profundidade de forma natural. “Precisamos lembrar que os adolescentes compõem um grupo de risco devido às mudanças hormonais e às dificuldades em resolução de problemas. Portanto, é fundamental nos voltarmos a eles de forma preventiva”, alerta.
Com o objetivo de fornecer atendimento psicológico de qualidade para aqueles que enfrentam desafios financeiros no acesso a tais serviços, Danilo Suassuna conta que o Instituto Suassuna criou o Projeto Todos Cuidados. “Este projeto nasce do compromisso, tanto do Instituto Suassuna, como dos psicólogos atuantes que aqui estudam, com a promoção de uma psicologia ativa e engajada, visando fortalecer a profissão e catalisar mudanças sociais positivas”, afirma.
Setembro amarelo é oportunidade de tratar de prevenção do suicídio em adolescentes
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