Neste Setembro Amarelo, Dra Fernanda Weiler explica a relação entre a saúde do coração e a saúde mental
A relação entre coração e emoção vai muito além da sua representação figurada; o órgão está sendo cada vez mais relacionado em estudos e pesquisas publicadas ao redor do planeta à manutenção da boa saúde mental. O que muitas dessas publicações sugerem é que a manutenção de um coração saudável não previne apenas doenças cardiovasculares; ela impacta também na saúde mental.
Dra Fernanda Weiler, médica cardiologista e certificada internacionalmente em Medicina do Estilo de Vida, explica a relação: “Pacientes que são diagnosticados com doenças cardiovasculares têm maior probabilidade de desenvolvimento de diagnósticos como ansiedade e depressão. O contrário também é verdadeiro: pacientes que se atentam ao cuidado com o corpo relatam melhora em sua saúde mental, com crises de ansiedade ou episódios de depressão menos severos. A caminhada, aliás, é a primeira recomendação de tratamento em casos de depressão leve”.
Uma das principais relações entre mente e coração está no manejo do estresse, este um dos pilares da Medicina do Estilo de Vida. “O estresse crônico é um dos principais fatores de impacto nessa relação. O estresse em excesso altera a pressão arterial, o que pode levar à inflamação das artérias e outras complicações cardíacas. O manejo do estresse - que está dentro dos cuidados com a saúde mental - pode, então, prevenir que a pessoa desenvolva um acidente cardiovascular. A partir do momento em que a pessoa cuida da mente, seja através de ajuda profissional, praticando uma atividade que lhe dê prazer, cultivando bons relacionamentos…automaticamente ela está dando ao coração uma chance de se manter saudável e em pleno funcionamento”, conta a cardiologista.O oposto também é verdadeiro: “Descobrir um diagnóstico cardíaco, seja ele qual for, gera alterações emocionais que podem ser porta de entrada para diagnósticos psiquiátricos. Não é incomum ver pacientes hipertensos que desenvolvem transtorno de ansiedade generalizada ao se deparar com o diagnóstico do coração. Isso pode levar a um círculo vicioso negativo ao organismo”, explica Fernanda, que continua: “A descoberta de um diagnóstico físico pode pedir acompanhamento psicológico para quebrar este círculo e trazer mais conforto e qualidade de vida ao paciente”.
Dra Fernanda dá algumas dicas práticas de cuidado com a saúde cardíaca que também impactam positivamente a saúde mental. Confira:
- Pratique atividade física regularmente: atividade física é tudo aquilo que tira o organismo do estado de repouso, aumenta a circulação sanguínea, fortalece o coração e estimula a produção de serotonina e dopamina, conhecidos por melhorar o humor e reduzir os níveis de ansiedade. Quinze minutos diários de atividades que façam com que a pessoa se movimente já são suficientes para benefícios ao organismo;
- Alimentação balanceada: “desembalar menos e descascar mais” é o lema a ser seguido. Aumentar o consumo de frutas, verduras, grãos integrais são essenciais para a manutenção da saúde cardiovascular e podem melhorar o humor;
- Medite diariamente: técnicas de relaxamento - meditação e yoga são dois exemplos - podem ajudar na regulação da pressão arterial e do ritmo cardíaco, promovendo a melhora da clareza mental e diminuição dos sintomas da depressão;
- Durma bem: a falta de sono de qualidade está diretamente relacionada ao aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardíacas e psiquiátricas. Evite telas antes de ir para a cama e mantenha a temperatura do quarto agradável para uma boa noite de sono que, aliás, deve durar entre sete e oito horas.
Muito além dos sentimentos, o coração tem ligação direta com a saúde mental
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