Brasil tem 5,7 milhões de pessoas cadastradas como possíveis doadoras no banco de dados do REDOME
O Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, em 16 de setembro, evidencia a importância da doação. O transplante de medula óssea pode ser essencial no tratamento de doenças que afetam o sangue, como leucemias e anemias. A carência de doadores também se acentua entre doadores negros, de origem asiática e indígenas.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), até 2025 devem surgir cerca de 34,6 mil casos de leucemia no Brasil. Roberto Luiz da Silva, hematologista e coordenador da equipe de transplante de medula óssea e terapia celular na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, descreve abaixo os principais sintomas da leucemia.
“O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para aumentar as chances de cura ou controle da doença. Os principais sintomas incluem fadiga, perda de peso, sangramentos e infecções frequentes. O transplante de medula óssea é uma das formas de tratamento e possibilidade de cura da leucemia”, comenta o hematologista.
Em 2024, de acordo com o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea, cerca de 71 mil doadores se cadastraram no registro até o início de setembro (02/09/2024). Por volta de 15 mil doadores são do estado de São Paulo.
Em junho deste ano, a unidade Ipiranga da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo inaugurou a área de Transplante de Medula Óssea (TMO) com dez leitos habilitados com infraestrutura para a realização do procedimento. O transplante autólogo de medula óssea pode ser uma alternativa importante para tratar mielomas e linfomas.
Onde doar?
Atualmente, mais de 5,7 milhões de brasileiros estão cadastrados no REDOME, sendo que 2,5 milhões destes doadores estão localizados na região sudeste do país. O Brasil se destaca mundialmente nesse campo, possuindo um dos maiores registros de doadores de medula óssea, de acordo com o REDOME.
Para se cadastrar como doador voluntário, acesse o site do REDOME (redome.inca.gov.br) e encontre o hemocentro mais próximo. No local, será preciso, realizar um documento chamado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e o hemocentro irá coletar amostras de sangue para exame de tipagem antígeno leucocitário humano.
Os resultados ficam no banco de dados do REDOME para buscas de compatibilidade com quem precisa de doações. O especialista reforça a necessidade de incentivar um maior número de doações na região norte e de doadores negros, de origem indígena e asiática. Isso pode aumentar as possibilidades de se encontrar um doador compatível.
“Medula óssea é uma substância que fica localizada dentro dos ossos e tem a capacidade de produzir as células sanguíneas como, glóbulos brancos e vermelhos, assim como plaquetas. Quando a pessoa recebe o transplante, o organismo tem mais chances de começar a produzir as células saudáveis”, explica ele.
Para ser um doador, é fundamental:
- Ter idade entre 18 e 35 anos;
- Estar saudável;
- Não ser portador de doenças incapacitantes, infecciosas, câncer, condições imunológicas ou doenças hematológicas.
Porém, algumas condições de saúde não necessariamente impedem que as pessoas sejam doadoras. Por conta disso, é necessário que cada situação seja analisada individualmente. É essencial que todas as pessoas inscritas no REDOME atualizem seus cadastros, facilitando o contato caso seja encontrado um receptor compatível.
Até 2025 devem surgir cerca de 34,6 mil casos de leucemia no Brasil e a doação de medúla óssea é fundamental no tratamento e cura
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