Nunes agradece Tarcísio por apoio na campanha em ato com clima de festa

Política
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À frente das pesquisas a seis dias do segundo turno, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) agradeceu na noite desta segunda-feira, 21, o envolvimento do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na sua campanha.

O ato, intitulado "Arrancada para a vitória", teve clima de festa, demonstrações de otimismo e menções de aliados a uma vitória nas urnas contra Guilherme Boulos (PSOL) no domingo, 28. A campanha comemora o cenário, mas prega cautela para não perder o foco na reta final nem cantar vitória antes da hora.

Tarcísio foi o principal cabo eleitoral de Nunes em um contexto que Jair Bolsonaro (PL) evitou se envolver na campanha diante da simpatia do eleitorado bolsonarista por Pablo Marçal (PRTB) e o cenário apertado, com pesquisas que indicavam empate triplo entre os dois e Guilherme Boulos (PSOL) às vésperas do primeiro turno.

"Vamos ganhar a eleição domingo, com vocês liderando esse processo", disse Nunes à militância presente em um centro de convenções na Casa Verde, zona norte da cidade. Ele afirmou que não há eleição ganha, mas comemorou ter baixa rejeição enquanto o índice de Boulos é maior.

"Mas quero dar destaque especial a um grande amigo, um grande irmão, que esteve conosco em todos os momentos, ombro a ombro. O Tarcísio é uma grande referência nossa. Foi fazer caminhada com a gente, reunião, foi convocar pessoas para a nossa campanha. Eu agradeço muito ao governador Tarcísio por tudo", completou.

Pouco antes, o governador declarou que "Ricardo vai ser eleito" e que a vitória é da militância e das pessoas que se engajaram na campanha do emedebista. "Essa vitória a gente tem que dedicar a vocês. Essa vitória não é do Baleia [Rossi, presidente do MDB], não é minha, não é do [Gilberto] Kassab [presidente do PSD), não é do André [do Prado, presidente da Alesp), não é nem mesmo do Ricardo. Essa vitória é de todos vocês", discursou.

O local estava apinhado de aliados e apoiadores de Nunes. Além do candidato a vice, Ricardo de Mello Araújo (PL), marcaram presenças vereadores eleitos e reeleitos, deputados, presidentes de partidos aliados e lideranças políticas, como Gilberto Kassab (PSD) e Milton Leite (União).

Pesquisa AtlasIntel divulgada nesta segunda-feira, 21, aponta Nunes com 54,8% das intenções de voto contra 42,2% de Guilherme Boulos (PSOL). Com a proximidade da votação, o entorno de Nunes comemora a vantagem, mas prega pés no chão.

"Vamos ter mais seis dias de campanha e não tem eleição ganha. Graças a Deus todas as pesquisas mostram que Nunes vai ganhar, mas precisamos trabalhar com afinco, amor e humildade", disse Baleia Rossi (MDB), coordenador da campanha e presidente do MDB.

Agenda retomada após pausa por causa de apagão

Nunes retomou o ritmo de campanha após cancelar compromissos eleitorais na semana passada por causa do apagão causado pelas chuvas do dia 11 de outubro. Ele intensificará a agenda na reta final, com foco em bairros da periferia, onde Boulos também tenta conquistar eleitores com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na terça-feira, 22, Nunes fará a primeira agenda ao lado de Jair Bolsonaro (PL). O prefeito e o ex-presidente almoçarão com centenas de aliados no Morumbi, em agenda que também terá a presença de Tarcísio.

Depois do almoço, Bolsonaro deve gravar um podcast ao lado do prefeito e do governador Tarcísio de Freitas. À noite, os três participam de um culto com o pastor Robson Rodovalho, fundador da Igreja Sara Nossa Terra.

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Anfitriões de eventos internacionais de peso em 2025, os chefes de governo de Brasil, África do Sul e Espanha escreveram um artigo publicado e reproduzido nesta quinta-feira (6) por vários veículos de comunicação do mundo, inclusive no Brasil, sobre a importância da união do globo em um momento de fragmentação. "2025 será um ano decisivo para o multilateralismo", inicia o texto intitulado "Unindo forças para superar desafios globais" e assinado por Luiz Inácio Lula da Silva, Cyril Ramaphosa e Pedro Sánchez. Apesar de os Estados Unidos não serem citados em nenhum momento, o artigo é uma clara reação ao governo de Donald Trump.

"Os desafios que se apresentam diante de nós - desigualdades crescentes, mudanças climáticas e o déficit de financiamento para o desenvolvimento sustentável - são urgentes e estão interconectados", escreveram os líderes, acrescentando que é preciso tomar ações coordenadas e corajosas para abordá-los, e não recuar ao isolamento, a ações unilaterais ou a rupturas.

Os autores recepcionarão em seus países três grandes encontros que, segundo eles, oferecerão uma oportunidade única de estabelecer um caminho em direção a um mundo mais justo, inclusivo e sustentável: a 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FfD4), em Sevilha, Espanha; a 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), em Belém, Brasil; e a Cúpula do grupo das 20 economias mais ricas do globo (G20), em Joanesburgo, África do Sul. "Essas reuniões não podem ser apenas mais-do-mesmo, elas precisam entregar progressos reais", defenderam.

Os líderes destacaram que o planeta passa por um momento multilateral que não se pode desperdiçar. "A confiança no multilateralismo está sob tensão e, no entanto, nunca houve tanta necessidade de diálogo e cooperação global. É preciso reafirmar que o multilateralismo, quando se reveste de ambição e se orienta à ação, continua sendo o veículo mais efetivo para abordar desafios compartilhados e avançar em áreas de interesse comum", enfatizaram, citando a Agenda 2030 e o Acordo de Paris.

O G20, a COP30 e o FfD4, segundo os autores, devem servir como marcos de um compromisso renovado com a inclusão, o desenvolvimento sustentável e a prosperidade compartilhada. "Isso exigirá forte vontade política, a plena participação de todos os atores relevantes, uma mentalidade criativa e a habilidade de compreender os condicionantes e as prioridades de todas as economias."

O texto também defende a abordagem da desigualdade por meio de uma "arquitetura financeira renovada". Os chefes de governo mencionam que as desigualdades de renda vêm aumentando, que países em desenvolvimento sofrem dívidas insustentáveis e que faltam serviços básicos em saúde e educação, entre outros pontos. "Trata-se não apenas de uma falha moral, mas de um risco econômico para todos. A arquitetura financeira global precisa ser reformada a fim de dar mais voz e representatividade aos países do Sul Global, assim como acesso mais justo e previsível a recursos", argumentaram.

Após defenderem uma transição climática mais justa, os líderes ressaltaram a importância de haver uma resposta global às ameaças que cercam todo o planeta. "O mundo está cada vez mais fragmentado, e é exatamente por essa razão que devemos redobrar os esforços para encontrar uma base comum", enfatizaram. "Ao vislumbrarmos 2025, conclamamos a todas as nações, instituições internacionais, setor privado e sociedade civil a se colocarem à altura desse momento. O multilateralismo é capaz e precisa gerar resultados - porque os riscos são muito altos para permitirmos o fracasso", concluíram.

O governo da França decidiu enviar informações reunidas por sua inteligência militar para a Ucrânia depois que a Casa Branca anunciou que estava congelando o compartilhamento de informações com Kiev.

Segundo o ministro da Defesa francês, Sebastien Lecornu, após a decisão dos EUA de suspender toda a ajuda militar à Ucrânia, o presidente francês Emmanuel Macron pediu-lhe para acelerar os vários pacotes de ajuda francesa para compensar a falta de assistência americana. A inteligência americana é vital para a Ucrânia rastrear os movimentos das tropas russas e selecionar alvos.

"Nossa inteligência é soberana", disse Lecornu. "Temos inteligência da qual permitimos que a Ucrânia se beneficie".

Os Estados Unidos disseram na quarta-feira (5) que interromperam o compartilhamento de informações com a Ucrânia, cortando o fluxo de informações vitais que ajudaram a nação devastada pela guerra a atacar os invasores russos, mas as autoridades do governo Trump disseram que as conversas positivas entre Washington e Kiev significam que pode ser apenas uma suspensão curta.

Lecornu disse ainda que, na esteira da decisão dos EUA, as remessas de ajuda à Ucrânia que partiam da Polônia foram suspensas, acrescentando, no entanto, que "os ucranianos, infelizmente, aprenderam a lutar nessa guerra há três anos e sabem como estocar".

Na quarta-feira, em um discurso à nação, o chefe de Estado francês alertou sobre o que chamou de ameaça russa, que afeta os países da Europa, e afirmou que a agressividade de Moscou parece não conhecer fronteiras, três anos após o início da ofensiva na Ucrânia.

Macron também anunciou no discurso a intenção de "abrir o debate estratégico" sobre a proteção do continente com a ajuda do guarda-chuva nuclear francês.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, agradeceu nesta quinta-feira, 6, o apoio da Europa a seu país no conflito com a Rússia e destacou que dessa forma os ucranianos não estão sozinhos. Zelenski participa em Bruxelas (Bélgica) de uma cúpula emergencial sobre Defesa da Europa e a ampliação da ajuda à Ucrânia, após os EUA romperem com Kiev e se alinharem ao Kremlin.

"Estamos muito agradecidos por não estarmos sozinhos. E não são palavras; sentimos profundamente. É muito importante que (a Europa) tenha enviado um sinal forte aos ucranianos", disse o presidente ao chegar para uma reunião de cúpula em Bruxelas.

Após o bate-boca entre Trump e Zelenski na semana passada na Casa Branca, quando o americano chamou o ucraniano de ingrato, os EUA suspenderam o compartilhamento de informações de inteligência com a Ucrânia na guerra contra a Rússia e interromperam o fluxo de ajuda militar.

O rompimento ocorre depois de Trump, que prometeu na campanha acabar com a guerra, aceitar as condições de Vladimir Putin para uma trégua sem envolver ucranianos e europeus nas negociações. Essas condições envolvem, por exemplo, a anexação de parte do território de Kiev à Rússia,

O temor de uma Moscou cada vez mais agressiva, o repentino redesenho de alianças desencadeado por Donald Trump e a retirada da ajuda à Ucrânia estão levando os europeus a acelerar os planos para reforçar suas Forças Armadas, atualizar seus arsenais e, em última análise, reduzir sua dependência dos Estados Unidos.

Entre os líderes da União Europeia reunidos em Bruxelas, há um consenso cada vez maior de que a Europa precisa embarcar em um fortalecimento militar como nunca fez em décadas.

A UE debate na cúpula desta quinta-feira uma proposta para liberar até 800 bilhões de euros de gastos extras com Defesa nos próximos anos, enquanto a Alemanha está iniciando uma grande mudança em relação aos controles que limitam os empréstimos.

Enquanto isso, a França está aventando a possibilidade de expandir sua capacidade de dissuasão nuclear para proteger seus aliados europeus. (Com agências internacionais).