Boulos diz que Nunes não abre sigilo bancário porque deve ter 'alguma coisa cabeluda'

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Os candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) trocaram acusações sobre o passado no terceiro bloco do debate da TV Globo. O psolista voltou a desafiar o emedebista a abrir o seu sigilo bancário. "Deve ter alguma coisa cabeluda", afirmou.

Nunes, em resposta, afirmou que não abriria o sigilo para o público, mas o faria para "qualquer autoridade" que o solicitasse, descrevendo o desafio do psolista como uma "tática de marketing" baseada em fazer "cortina de fumaça".

O prefeito voltou a afirmar que não possui indiciamentos e que o seu adversário está com "dor de cotovelo" do trabalho feito durante a sua gestão. Em seguida, o mandatário trouxe à tona uma nota da Polícia Civil paulista sobre uma detenção de ativistas do MTST, entre os quais Guilherme Boulos, acrescentando que o psolista também está envolvido na depredação ao prédio da sede da Fiesp.

"Eu não depredei a Fiesp, é mais uma das suas mentiras", rebateu Boulos, insistindo no desafio da abertura do sigilo bancário, alegando suspeitas no inquérito conhecido como "máfia das creches". "Quem não deve não teme. Eu não devo e abro o meu", disse o candidato do PSOL.

Boulos declarou que "não pode haver corrupção" para uma boa administração municipal, e cita a suposta participação de Nunes no esquema conhecido como Máfia das Creches. Ele questiona o atual prefeito o motivo de valores de serviços prestados por uma de suas empresas terem sido depositados em uma de suas contas bancárias pessoais. "Não tenho nada para esconder, nunca tive nenhum indiciamento, nenhuma condenação", respondeu o emedebista.

O candidato do MDB continuou, relatando que o adversário já foi referido como "criminoso" em um antigo processo judicial. "É muito ruim a gente querer falar da cidade e ele vem trazer mentiras aqui. Contra mim, absolutamente nada", concluiu Nunes. Boulos reafirma que seu oponente "não responde" às suas perguntas. "Ele diz que eu não trabalho. Quando você diz isso você não ofende a mim, você está ofendendo aos professores", diz o psolista.

Na sequência, o candidato do PSOL relembrou que o prefeito foi preso por supostamente dar tiro para o alto em boate. Nunes diz que não houve inquérito sobre o caso.

Em outra categoria

O ataque aéreo de Israel contra o Irã atingiu bases militares ao leste e ao Oeste da capital Teerã, segundo a agência de notícias Fars, que é ligada à Guarda Revoluciona Islâmica, o grupo militar mais influente do país persa.

Segundo o veículo, sirenes de incêndios foram ativadas logo após a ofensiva. A agência também negou a veracidade de uma série de imagens de explosões que circulam nas redes sociais.

Israel alega ter atacado a capital iraniana como parte de uma retaliação por várias agressões do Irã, que é um dos principais aliados do Hezbollah.

Um grupo militante curdo reivindicou nesta sexta-feira, 25, a responsabilidade por um ataque à sede de uma importante empresa de defesa em Ancara, na Turquia, que matou pelo menos cinco pessoas. Um comunicado da ala militar do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) afirmou que o ataque de quarta-feira nas instalações da empresa aeroespacial e de defesa Tusas foi realizado por dois membros de seu chamado "Batalhão Imortal" em resposta aos "massacres" e outras ações da Turquia nas regiões curdas.

Um homem e uma mulher invadiram as instalações da Tusas nos arredores de Ancara, detonando explosivos e abrindo fogo. Quatro funcionários da Tusas foram mortos no local. Os agressores chegaram ao local em um táxi, que tomaram à força após matar seu motorista. Eles também foram mortos em um confronto subsequente com as forças de segurança, e mais de 20 pessoas ficaram feridas no ataque.

A Turquia atribuiu o ataque ao PKK e imediatamente lançou uma série de ataques aéreos em locais e instalações suspeitas de serem usadas pelo grupo militante no norte do Iraque ou por seus afiliados no norte da Síria.

O ataque à Tusas ocorreu em um momento de indícios crescentes de uma possível nova tentativa de diálogo para acabar com o conflito de mais de quatro décadas entre o PKK e o exército turco. No início da semana, o líder do partido nacionalista de extrema direita da Turquia, aliado do presidente Recep Tayyip Erdogan, levantou a possibilidade de que Abdullah Ocalan, o líder preso do PKK, pudesse ser libertado sob condicional se renunciasse à violência e dissolvesse sua organização.

Ocalan, que cumpre uma sentença de prisão perpétua em uma ilha-prisão perto de Istambul, disse em uma mensagem transmitida por seu sobrinho na quinta-feira que estava pronto para trabalhar pela paz.

Agenda Política

A ala militar do PKK, o Centro de Defesa do Povo, afirmou, no entanto, que o ataque não estava relacionado com a "agenda política" mais recente, insistindo que ele havia sido planejado há muito tempo. O grupo disse que a Tusas foi escolhida como alvo porque as armas produzidas lá "mataram milhares de civis, incluindo crianças e mulheres, no Curdistão".

A Tusas projeta, fabrica e monta aeronaves civis e militares, veículos aéreos não tripulados e outros sistemas da indústria de defesa e espaciais. Seus sistemas de defesa são considerados fundamentais para que a Turquia obtenha vantagem em sua luta contra os militantes curdos.

Intensos bombardeios

Na sexta-feira, um oficial de segurança iraquiano disse que aviões turcos intensificaram seus bombardeios a alvos pertencentes ao PKK e outras forças leais na região de Sinjar, no norte do Iraque. Os intensos bombardeios visaram túneis, sedes e pontos militares do Partido dos Trabalhadores e das Unidades de Proteção de Sinjar dentro da área montanhosa de Sinjar. Um oficial local e um oficial de segurança disseram que os bombardeios mataram cinco yazidis. Os oficiais falaram sob condição de anonimato, de acordo com os regulamentos.

As Forças Democráticas Sírias, lideradas pelos curdos, disseram na quinta-feira que aviões e drones turcos atacaram padarias, uma estação de energia, instalações de petróleo e postos de controle da polícia local. Pelo menos 12 civis foram mortos e outros 25 ficaram feridos. O comunicado do Centro de Defesa do Povo afirmou que não houve baixas entre os combatentes do PKK nos ataques aéreos.

Enquanto isso, a polícia em Istambul deteve pelo menos 35 pessoas suspeitas de ligações com o PKK, informou a agência estatal Anadolu. O PKK luta pela autonomia no sudeste da Turquia em um conflito que matou dezenas de milhares de pessoas desde a década de 1980. Ele é considerado um grupo terrorista pela Turquia e por seus aliados ocidentais.

O Exército de Israel confirmou ter lançado uma série de ataques aéreos contra o Irã, cumprindo a promessa de retaliação pelo disparo de mísseis iranianos no começo do mês. O ataque aumenta os temores que o conflito possa se transformar em uma guerra total no Oriente Médio.

Moradores de Teerã relataram ter ouvido várias explosões na madrugada deste sábado (horário local). A agência iraniana Fars News disse que Israel atacou várias bases militares no oeste e no sul da capital iraniana. Foram reportadas ainda explosões na área do Aeroporto Internacional Imam Khomeini, mas a agência estatal IRNA afirma que o terminal segue em funcionamento, sem ordem para o cancelamento de voos.

Maryam Naraghi, uma jornalista iraniana, disse que ouviu fortes explosões no leste de Teerã, onde vive. "Foi muito perto de onde estou", relatou. Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ouvir as sirenes na região, que inclui bases militares e o complexo de Parchin, associado à fabricação de mísseis.

O porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, disse em comunicado por vídeo que as capacidades ofensivas e defensivas estão completamente mobilizadas. E que não há mudanças nas recomendações para os israelenses até o momento.

"Em resposta aos meses de ataques contínuos do regime iraniano contra o Estado de Israel, as Forças de Defesa de Israel estão neste momento conduzindo ataques precisos contra alvos militares no Irã", anunciou Hagari.

"O regime do Irã e seus representantes na região têm atacado implacavelmente Israel desde 7 de outubro", seguiu o porta-voz. "Como qualquer outro país soberano do mundo, o Estado de Israel tem o direito e o dever de responder."

Oficialmente, o governo americano confirmou o ataque e defendeu o direito de defesa israelense. "Entendemos que Israel está realizando ataques direcionados contra alvos militares no Irã como um exercício de autodefesa e em resposta ao ataque de mísseis balísticos do Irã contra Israel", disse Sean Savett, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

O Irã lançou o segundo ataque direto contra o território israelense no começo do mês, quando disparou quase 200 mísseis em retaliação pelos assassinatos de líderes do Hamas, Ismail Haniyeh, e do Hezbollah, Hasan Nasrallah.

O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu disse na época que o ataque foi um "grande erro" e prometeu que o Irã pagaria o preço. O regime iraniano, por sua vez, ameaçou bombardear "toda infraestrutura" israelense se fosse atacado. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)