Deputado do PL é alvo de buscas por suspeita de desvio de cota parlamentar

Política
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Uma operação da Polícia Federal vasculhou nesta sexta-feira, 27, endereços ligados ao deputado Gustavo Gayer (PL-GO) e a assessores do congressista em uma investigação que apura suspeita de associação criminosa voltada para desvio de cota parlamentar. Durante as buscas, a PF apreendeu R$ 72 mil com um assessor do deputado.

Nas redes sociais, Gayer criticou a ofensiva, disse desconhecer qualquer irregularidade e sugeriu que a operação tem relação com as eleições municipais. Segundo ele, o intuito das buscas foi "claramente prejudicar" o seu candidato que disputa o segundo turno em Goiânia. O deputado apoia Fred Rodrigues (PL).

"Dois dias antes do segundo turno, do qual meu candidato participa em Goiânia, eu acordo com a minha porta sendo esmurrada pela Polícia Federal. O inquérito é sigiloso, não dá para saber nada, não dá para ter nenhuma informação", declarou Gayer em vídeo. "Levaram meu celular, meu HD. Essa democracia relativa está custando caro", afirmou.

Agentes cumpriram 19 mandados de busca e apreensão em Brasília e nas cidades goianas de Valparaíso de Goiás, Aparecida de Goiânia, Goiânia e Cidade Ocidental. As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

A ofensiva apura possíveis crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e peculato-desvio. Conforme a PF, a suspeita é de falsificação de documentos para a criação de uma Organização de Sociedade Civil de Interesse Público com o objetivo de destinar verbas parlamentares para essa organização.

Crianças e bebê

Durante as investigações, a PF encontrou um documento que levantou suspeita de falsificação no suposto esquema de desvio de verba parlamentar. O documento teria sido lavrado em 2003, referente a uma empresa com composição inusitada: um presidente de 8 anos de idade, um tesoureiro de 6 e um vice-presidente de 9. A ata foi produzida por uma bebê de 1 ano, nominada secretária da assembleia da firma. "Tomando por base a suposta data da lavratura da ata, incongruências foram identificadas na composição da diretoria da associação", afirma a investigação.

O documento que faz parte dos autos da Operação Discalculia contém dados de uma assembleia da Associação Comercial das Micro e Pequenas Empresas de Cidade Ocidental, fundada em 1999 e com prazo de duração de quatro anos. No decorrer dos "debates", as crianças investidas no papel de executivos teriam decidido mudar a diretoria da empresa, o endereço da sede, a razão social e o nome fantasia, dando vida formal ao Instituto de Desenvolvimento e Investimento Socioeducacional.

Apesar de a assembleia ter ocorrido em 30 de outubro de 2003, o pedido de registro da ata em cartório ocorreu 20 anos depois, em maio de 2023. Esse lapso temporal, somado ao quadro societário único da empresa, fez a PF suspeitar de que a associação teria sido comprada por Gayer e seus aliados para desviar dinheiro público da Câmara.

Os investigadores veem indícios de que o parlamentar comprou a empresa desativada por R$ 6 mil, pagos diretamente por ele. Para a PF, Gayer e auxiliares pretendiam qualificar a associação como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público para receber verbas públicas via emendas parlamentares.

Para tal fim teria sido feita a falsificação da ata lavrada pela bebê de um ano. A PF não conseguiu identificar se o grupo "atingiu o escopo pretendido de qualificar a associação como Oscip e se recebeu recursos públicos por meio da associação adquirida".

Escola

Gayer mantinha, em espaço custeado pela Câmara em Goiânia, uma escola de inglês e uma loja de camisetas e acessórios políticos. O Parlamento paga R$ 6,5 mil referente ao espaço, que deveria ser um escritório político. Também arca com salários dos secretários que, segundo a PF, acabam prestando serviços para as empresas de Gayer.

Para a PF, aliados do deputado sabiam das irregularidades. Mensagens trocadas entre o secretário parlamentar Marco Aurelio Nascimento e João Paulo Cavalcante, assessor do deputado, registram: "A escola está sendo paga com recuso público e tá sendo usada para um fim totalmente que tipo num existe, né? Eles ainda não entenderam a gravidade, sabe?" Os diálogos foram encontrados no celular de Cavalcante, que foi preso sob suspeita de participação no 8 de Janeiro.

Até a publicação deste texto, as defesas dos citados não haviam sido localizadas.

Perfil

Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) é alvo de processos no Supremo Tribunal Federal por injúria e difamação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e respondeu a processo da Comissão de Ética da Câmara por racismo.

Gayer abriu mão da sua candidatura à prefeitura de Goiânia para dar lugar ao ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL). A troca foi articulada por Bolsonaro, que quer Gayer nas trincheiras da oposição ao governo Lula no Congresso.

Em maio, Gayer comparou nordestinos a galinhas que recebem migalhas do Estado. Em junho, relacionou a existência de ditaduras em países da África à falta de "capacidade cognitiva" da população do continente.

A declaração motivou um pedido de cassação do parlamentar por racismo no Conselho de Ética da Câmara. A proposta não chegou a ser votada pelo colegiado. Em novembro, a Procuradoria-Geral da República apresentou denúncia no STF pedindo a condenação de Gayer por injúria e racismo. O caso está no gabinete da relatora, ministra Cármen Lúcia.

Em dezembro do ano passado, o parlamentar foi condenado pela 7.ª Vara do Trabalho de Goiânia ao pagamento de R$ 80 mil por danos morais em razão de assédio eleitoral a funcionários de empresas do Estado. Segundo a decisão, ele coagiu moralmente os trabalhadores a votarem em Bolsonaro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Os Estados Unidos interromperam grande parte de seu compartilhamento de inteligência com a Ucrânia, reduzindo o fluxo de informações vitais que Kiev tem usado para repelir as forças russas invasoras e atacar alvos selecionados dentro da Rússia, de acordo com autoridades norte-americanas e ucranianas. O rompimento do compartilhamento de informações de inteligência inclui a interrupção dos dados de alvos que as agências de espionagem dos EUA fornecem a Kiev para que ela possa lançar armas fornecidas pelos EUA e drones de longo alcance fabricados na Ucrânia contra alvos russos, disseram autoridades ucranianas.

Alguns operadores de mísseis ucranianos dizem que não estão mais recebendo as informações necessárias para atingir alvos dentro da Rússia.

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O diretor da CIA, John Ratcliffe, confirmou a última medida nesta quarta-feira, 5, dizendo à Fox News que os Estados Unidos suspenderam tanto o compartilhamento de inteligência quanto os sistemas de armas após uma reunião controvertida no Salão Oval na semana passada entre Trump e Zelenski. Ratcliffe disse que as pausas "desapareceriam" quando ficasse claro que Zelenski estava comprometido com a paz.

A medida é outra grande reviravolta em relação à abordagem do governo Biden, que estabeleceu sistemas especiais para compartilhar grandes quantidades de inteligência sobre as forças militares russas com a Ucrânia, segundo as autoridades - praticamente sem precedentes para um país que não pertence à Otan.

Um oficial militar ucraniano familiarizado com as operações do sistema de lançamento múltiplo de foguetes de longo alcance, conhecido como HIMARS, que falou sob condição de anonimato, disse que, aproximadamente no último mês, pelo menos um dos grupos ucranianos responsáveis pelo lançamento de foguetes dos sistemas dos EUA não recebeu coordenadas para atacar a mais de 64 quilômetros além da linha de contato.

Tal inteligência permitiu que a Ucrânia usasse os sistemas HIMARS fornecidos pelos EUA para lançar ATACMS, um sistema de mísseis guiados de longo alcance dos EUA, e atingir alvos bem no interior do território ucraniano ocupado ou dentro da Rússia.

Os ataques desabilitaram alguns sistemas de defesa aérea russos e forçaram Moscou a mover seus centros logísticos centenas de quilômetros das linhas de frente, o que desacelerou as operações de reabastecimento russas.

O oficial disse que limitar repentinamente essa inteligência à Ucrânia claramente ajudará Moscou e permitirá que as tropas russas se reagrupem. "O que estávamos fazendo com o HIMARS - é doloroso para eles, é problemático. Eles sofrem baixas ou perdem suas armas", disse o oficial sobre a Rússia. Essa pausa "acelerará as operações de assalto porque a logística pode estar muito, muito mais próxima da linha de contato."

No entanto, na medida em que a pausa afeta os ataques ATACM de longo alcance, o impacto pode ser limitado, já que a Ucrânia provavelmente tem apenas um pequeno número desses mísseis em mãos e os estava economizando, dizem analistas. Mas o movimento pode encorajar a Rússia e levá-la a mover suas próprias armas para mais perto da frente, dizem eles. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na terça-feira, 4, que vai "construir uma cúpula dourada para proteger o território dos Estados Unidos", a exemplo da que existe em Israel. "Agora temos a tecnologia para fazê-la."

Trump também destacou, em discurso no Congresso, que o governo pretende "criar um departamento para construir navios nos Estados Unidos". O país ainda vai "recuperar o Canal do Panamá", disse o presidente.

Ainda de acordo com Trump, a Groenlândia é necessária para a segurança dos Estados Unidos, e o país assumirá o território dinamarquês "de uma forma ou de outra".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na terça-feira, 4, em discurso no Congresso, que o governo fará os imigrantes ilegais deixarem o país rapidamente. Trump afirmou ainda que quer que "Canadá e México façam muito mais para conter a exportação de fentanil" ao país.

Trump afirmou, também, que "vamos derrotar a inflação, proteger idosos e colocar mais dinheiro no bolso de cidadãos" e que o orçamento federal será equilibrado "no futuro próximo".

Trump destacou, em discurso no Congresso americano, que o "gold card estará à venda logo por US$ 5 milhões" para investidores que quiserem viver nos Estados Unidos. A iniciativa, segundo o presidente, ajudará a equilibrar o orçamento federal.

"Vamos aprovar corte de impostos logo no Congresso. Não vamos cobrar impostos para quem recebe gorjetas e aposentados idosos", disse Trump. "O pagamento de juro de financiamento de carro poderá ser deduzido [de impostos] para quem comprar carros fabricados nos EUA. A indústria automotiva nos Estados Unidos vai crescer muito e teremos um grande boom. A Honda acabou de anunciar uma fábrica para produzir carros em Indiana." O presidente ressaltou ainda que seu governo vai cortar taxas para a produção doméstica de manufaturados.