Boulos ignora caso do laudo falso e tenta cativar eleitores de Marçal durante live

Política
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Em uma tentativa de arregimentar votos na parcela do eleitorado que optou por Pablo Marçal no primeiro turno, o candidato do PSOL, Guilherme Boulos (PSOL), participou de uma live com o candidato derrotado do PRTB nesta sexta-feira, 25. A estratégia, que causou surpresa entre aliados e adversários, se tornou o fato inusitado na reta final da disputa pela Prefeitura de São Paulo. Durante quase uma hora, Boulos fez vários gestos para o eleitorado de Marçal, se apresentando como um candidato da mudança.

Ao final do encontro, o influenciador reiterou as críticas ao que vinha chamando de "consórcio comunista" e disse que não vota "na esquerda jamais" nem no atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), que ele classificou como "da mesma laia, centro-esquerda". Também convidado, Nunes não participou nem atendeu ao telefonema que o influenciador fez durante a transmissão ao vivo.

Descomprometido com propostas para a cidade, Marçal se protagonizou na eleição pela postura agressiva com os adversários. Às vésperas do primeiro turno, ele publicou em uma rede social um laudo falso que mostrava Boulos como alguém que sofrera um surto psicótico associado ao consumo de cocaína. Um inquérito foi aberto pela Polícia Federal. O candidato do PSOL chegou a pedir a prisão do influenciador, que foi negada pela Justiça Eleitoral. Marçal ficou de fora do segundo turno por uma diferença de aproximadamente 56 mil votos em relação a Boulos. O influenciador conquistou 28,14% (1.719.274) dos votos válidos.

'Essa turma'

Durante a "entrevista de emprego" - como Marçal batizou a live - , o candidato do PSOL disse que as 1,7 milhão de pessoas que votaram no influenciador no primeiro turno buscavam mudanças. Ele tentou se firmar como o nome da mudança no segundo turno. Em suas considerações finais, Boulos voltou ao tema e se direcionou aos eleitores de Marçal. "Eles querem impedir a mudança. Nós representamos a mudança na cidade de São Paulo para não ficar com essa turma", declarou.

Para tentar atrair o voto de quem apoiou o influenciador na primeira etapa da eleição, Boulos enfatizou que questões ideológicas não interferem no cotidiano da população de São Paulo. "Quando você está no ponto de ônibus, ninguém te pergunta se você é de esquerda ou de direita", disse.

Logo no início da live, ele citou as críticas que ambos receberam por aceitar o convite. "Teve apoiadores meus aconselhando 'não vá'. E vi que teve apoiadores seus te criticando por isso. Se fosse levar para o lado pessoal, seria o último a aceitar até pelos ataques que sofri de você no primeiro turno", afirmou o candidato do PSOL. "A maioria das pessoas que votaram por você, votaram pela mudança. Ganhando essa eleição, vou governar inclusive para as 1,7 milhão de pessoas que votaram em você."

'Birrinha'

Boulos buscou aproximação com o público de Marçal ao citar ideias do influenciador que incluiu em seu programa de governo, como a criação de escolas olímpicas e a introdução de educação financeira na rede municipal. "Não tenho problema em reconhecer ideia boa e não vou ficar com 'birrinha' porque a ideia é do adversário", declarou.

O influenciador questionou Boulos sobre eventuais arrependimentos. "Se eu cometer erros na gestão pública, certamente me arrependerei desses erros. Não tenho arrependimento do que fiz até agora na vida pessoal e política", respondeu o candidato. Questionado sobre quem ele apoiaria se não estivesse no segundo turno, respondeu: "Eu apertaria '50'' na urna. Não votaria nem em você (Marçal), nem em Ricardo Nunes", disse Boulos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente da França, Emmanuel Macron, destacou a necessidade de aumentar os investimentos em defesa na Europa, em meio às ameaças russas e ao conflito na Ucrânia. Em pronunciamento, Macron afirmou que a segurança europeia está diretamente ameaçada pela guerra na Ucrânia, que se transformou em um "conflito global".

"A Rússia segue aumentando seu orçamento de armamento para a guerra, e a Europa precisa conseguir se defender sozinha, sem ajuda dos EUA", declarou. Ele ressaltou que a paz no continente só será possível com o fortalecimento da capacidade militar europeia. "Precisamos tomar decisões agora para a segurança da Ucrânia e da UE", afirmou.

Macron mencionou que a França dobrou seus gastos militares nos últimos dez anos e que está trabalhando para aumentar os investimentos em defesa na Europa. "Faremos uma reunião com chefes de defesa europeus em Paris na semana que vem", anunciou, reforçando a importância de uma estratégia conjunta. O líder francês também abordou a "dissuasão nuclear", afirmando que as armas nucleares são um pilar de proteção para a França. Ele ainda sugeriu um debate sobre a extensão do "guarda-chuva nuclear" francês a outros parceiros europeus. No entanto, ele deixou claro que a decisão final sobre o assunto caberá exclusivamente ao presidente da França.

Ele destacou que a guerra na Ucrânia não será decidida pela Rússia ou pelos EUA, mas sim por um esforço coletivo. "Precisamos de um acordo que garanta paz duradoura na Ucrânia", disse, acrescentando que "a paz não pode ser conquistada se abandonarmos a Ucrânia".

O francês ainda criticou as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, alertando para os impactos negativos que elas podem ter não apenas na Europa, mas em todo o mundo. "As tarifas de Trump vão impactar a economia americana e a economia europeia", disse, acrescentando que é preciso convencer o republicano de que essas medidas não são positivas.

A Suprema Corte dos Estados Unidos, de maioria conservadora, manteve nesta quarta-feira, 5, o bloqueio à ordem do presidente Donald Trump que congelava US$ 2 bilhões (R$ 11,6 bilhões) em pagamentos a organizações de ajuda internacional.

Dividida, a Suprema Corte formou a estreita maioria de 5-4 para manter a decisão da instância inferior, exigindo que o governo faça os pagamentos devidos. O resultado é uma derrota para o governo, que buscava repreender o juiz distrital Amir Ali por suspender o corte de gastos de Donald Trump.

Apesar da maioria conservadora na Corte, essa foi a segunda vez que o governo tentou, sem sucesso, persuadir o Supremo a intervir imediatamente contra um juiz de instância inferior em disputas legais envolvendo ações de Trump na Casa Branca.

A maioria dos juízes observou que o governo não contestou a ordem inicial de Ali, apenas o prazo imposto - que, de qualquer forma, já havia expirado na semana passada.

A votação dividiu a ala conservadora da Corte, composta por seis do total de nove juízes. O presidente do Supremo, John Roberts, e a juíza Amy Coney Barrett, indicada pelo próprio Donald Trump, votaram com os três progressistas para manter a ajuda internacional.

Na divergência, Samuel Alito questionou a autoridade de Amir Ali para ordenar a liberação dos recursos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e do Departamento de Estado.

"Um único juiz de distrito, que provavelmente não tem jurisdição, tem o poder de forçar o governo dos Estados Unidos a pagar (e provavelmente perder para sempre) US$ 2 bilhões dos contribuintes?", questionou.

"A resposta a essa pergunta deveria ser um sonoro 'Não', mas a maioria deste tribunal aparentemente pensa o contrário. Estou pasmo", disse Alito. Ele foi acompanhado na dissidência pelos conservadores Clarence Thomas, Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh.

O governo argumentou que a situação mudou porque substituiu o congelamento total decretado por Donald Trump por ordens individuais, resultando no cancelamento de 5,8 mil contratos da USAID e 4,1 mil concessões do Departamento de Estado, que totalizavam quase US$ 60 bilhões.

Na decisão, contudo, a Suprema Corte manteve a suspensão temporária de Amir Ali e instruiu o juiz a detalhar quais as obrigações devem ser cumpridas pelo governo. Na quinta-feira, Ali realizará uma audiência para decidir se mantém de forma mais duradoura o bloqueio ao decreto de Trump.

Entenda o caso

Logo após voltar à Casa Branca, Donald Trump ordenou o congelamento das contribuições da USAID e do Departamento de Estado a organizações de ajuda internacional. O decreto classificava os programas como desperdício de dinheiro e alegava que estariam desalinhados com os objetivos da política externa.

A ordem foi questionado na Justiça em ação que alertava contra a suspensão do financiamento de programas emergenciais em outros países.

O juiz Amir Ali, nomeado por Joe Biden, determinou no mês passado que o financiamento fosse restabelecido temporariamente. Passadas duas semanas, ele concluiu que o governo não demonstrava intenção de cumprir a ordem e estabeleceu o prazo para a liberação de pagamentos devidos.

O governo recorreu, classificando a ordem de Ali como "extremamente intrusiva e profundamente equivocada", além de protestar contra o prazo imposto para a liberação dos recursos.

O controvertido decreto é parte dos esforços de Donald Trump para cortar gastos do governo federal, em operação liderada pelo homem mais rico do mundo, o bilionário Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).

Um dos seus objetivos é cortar a ajuda da USAID, que tem programas de saúde e emergência em cerca de 120 países. Trump disse que a agência é "administrada por lunáticos radicais", enquanto seu novo braço direito a descreveu como uma "organização criminosa". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Em declaração conjunta publicada nesta quarta-feira, 5, os ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha e Reino Unido pediram que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas seja mantido, que todos os reféns sejam libertados e que o fluxo contínuo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza seja garantido.

"Solicitamos a todas as partes que se envolvam de forma construtiva na negociação das fases subsequentes do acordo para ajudar a garantir sua implementação total e o fim permanente das hostilidades. Saudamos os esforços do Egito, do Catar e dos EUA na mediação e na busca de um acordo para a extensão do cessar-fogo".

Os ministros ainda afirmaram que o Hamas deve pôr fim "a seu tratamento degradante e humilhante" e reiteraram a solidariedade com o povo israelense diante dos ataques terroristas cometidos pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.