'O equilíbrio venceu todos e todos os extremismos', afirma Nunes em discurso

Política
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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi reeleito neste domingo, 27, e vai comandar a administração da maior metrópole da América Latina por mais quatro anos. É a primeira vez que o MDB chega ao Executivo municipal por meio do voto popular. Até então, a única ocasião em que o partido havia governado a cidade foi em 1983, quando Mário Covas se tornou o último prefeito biônico antes da redemocratização do País.

O triunfo de Nunes também constitui uma conquista ampliada, nestas eleições municipais, dos partidos que representam a centro-direita no Brasil. Além disso, consolida um cenário em que os prefeitos predominaram nas tentativas de reeleição: somente nas capitais, os atuais mandatários conquistaram novos mandatos em 16 das 20 capitais onde disputaram.

'Líder maior'

O prefeito obteve 59,35% dos votos válidos (3.393.110 dos votos), enquanto Guilherme Boulos (PSOL) ficou com 40,57% (2.323.901 dos votos) - uma diferença de 18,78%.

Em seu discurso de vitória, o prefeito reeleito agradeceu ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a quem chamou de "líder maior que me deu a mão na hora mais difícil".

"Agradeço ao líder maior, sem o qual esta vitória não seria possível. Eu queria voltar a repetir, eu agradeço ao líder maior sem o qual nós não teríamos esta vitória, o meu amigo, que me deu a mão na hora mais difícil, governador Tarcísio de Freitas", afirmou Nunes. Tarcísio atuou como seu principal cabo eleitoral na ausência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante sua campanha.

Sem mencionar o nome do candidato derrotado do PSOL, o prefeito disse que "a democracia deixou uma grande lição para nós, para a cidade de São Paulo e deixou uma lição para o Brasil. O equilíbrio venceu todos e todos os extremismos". Ele afirmou ainda que a sua gestão irá "governar para todos, porque todos merecem igual respeito por parte de quem governa".

Aliança ampla

Empresário e vereador por dois mandatos, Nunes tem 56 anos e venceu a eleição com uma ampla coligação de 12 partidos, que vai da centro-esquerda até o PL, legenda que hoje abriga boa parte do bolsonarismo. A aliança garantiu ao emedebista o horário eleitoral mais dominante em um pleito na capital paulista desde 2000.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve uma participação discreta e controversa na campanha, enquanto Tarcísio de Freitas se consolidou como o principal aliado de Nunes, sustentando o apoio à sua candidatura até mesmo nos momentos mais críticos da corrida eleitoral. A relação entre o governador e o prefeito ficou tão estreita que eles passaram a conversar diariamente.

Ricardo Nunes assumiu de forma definitiva a Prefeitura de São Paulo em maio de 2021, após a morte de Bruno Covas (PSDB), que lutou contra um câncer por um ano e meio. Na eleição de 2020, o tucano também enfrentou Boulos, conquistando na época 59,38% dos votos válidos.

Nunes passou a comandar a Prefeitura de São Paulo em um período conturbado, enquanto o mundo ainda enfrentava a pandemia de covid-19. Como prefeito, ele deu continuidade às políticas de combate ao vírus adotadas por seu antecessor, sem grandes rupturas e mantendo a parceria da Prefeitura com o então governador tucano João Doria.

Na campanha, a contratação do marqueteiro Duda Lima foi estratégica para construir a imagem de Nunes e consolidar marcas de sua gestão. No entanto, o principal objetivo da admissão foi estreitar o vínculo de Nunes com o PL, uma vez que Duda Lima é tido como o homem de confiança de Valdemar Costa Neto, presidente nacional da sigla.

No mandato

Nunes preservou boa parte do secretariado de Covas, realizando mudanças pontuais. A principal foi a realocação de Edson Aparecido (MDB) para a secretaria de Governo, que funciona na prática como um braço direito do prefeito. Antes de ocupar o posto, Aparecido era secretário municipal de Saúde, mas deixou o cargo para disputar, sem sucesso, vaga no Senado.

Aliados relatam que Nunes demorou a assumir plenamente o papel de chefe do Executivo. A decisão de se mudar para o gabinete de prefeito ocorreu só um ano após o falecimento do tucano. Quando a campanha à reeleição começou a ganhar corpo, Nunes ainda era desconhecido de parte da população.

Em agosto de 2023, 21% dos paulistanos diziam não conhecer o prefeito, segundo pesquisa do Datafolha.

Com um caixa recorde - fruto de medidas como o aumento no IPTU, a elevação na arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) e a renegociação da dívida municipal -, Nunes aumentou o nível de investimento na cidade e ampliou os gastos com publicidade para promover sua gestão. O investimento em recapeamento foi uma das primeiras marcas trabalhadas. Outras se somaram a ela, como o Domingão Tarifa Zero e a Faixa Azul, exclusiva para motos.

Aliados do prefeito creditam sua vitória à combinação da avaliação favorável do governo com a alta rejeição de Boulos: mais da metade da população afirmava que não votaria de jeito nenhum no candidato do PSOL, segundo o Datafolha.

Contra polarização

Tanto o marqueteiro Duda Lima quanto o coordenador-geral da campanha, Baleia Rossi (MDB-SP), rejeitavam a ideia de apostar em uma polarização entre Lula e Bolsonaro, especialmente porque o ex-presidente enfrentava uma alta rejeição na cidade, o que poderia contaminar Nunes.

O caminho do prefeito até a vitória foi mais desafiador do que seus aliados inicialmente imaginavam. Mais de um ano antes do pleito, o emedebista trabalhou nos bastidores para assegurar que o PL não lançasse candidato, o que poderia rachar o campo da direita e deixá-lo em uma posição semelhante à do ex-governador Rodrigo Garcia, que ficou de fora do segundo turno da eleição estadual 2022, desbancado por Fernando Haddad (PT) e Tarcísio.

Efeito marçal

Deu certo até a chegada do furacão Pablo Marçal (PRTB), influenciador digital que acumula milhões de seguidores nas redes sociais e que tumultuou a eleição paulistana de forma nunca antes vista, com provocações aos adversários e a divulgação de um laudo falso sobre Boulos na véspera do primeiro turno.

Marçal trouxe uma dose extra de emoção à campanha do prefeito, que se viu obrigada a recalcular a rota originalmente traçada para ter o deputado do PSOL como principal adversário.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Após vencer as eleições parlamentares da Groenlândia da terça-feira, 11, o Partido Demokraatit, de centro-direita, rejeitou nesta quarta, 12, as recentes pressões feitas pelo presidente americano, Donald Trump, para assumir o controle da ilha, que é um território autônomo da Dinamarca. Favorável a uma independência gradual de Copenhague, a legenda declarou que a Groenlândia não está a venda.

"Não queremos ser americanos. Também não queremos ser dinamarqueses. Queremos ser groenlandeses. E queremos nossa própria independência no futuro. E queremos construir nosso próprio país por nós mesmos, não com a esperança dele", disse o líder do partido Jens-Friederik Nielsen, à Sky News.

Trump tem mencionado abertamente o seu desejo de anexar a Groenlândia. Durante uma sessão conjunta no Congresso no dia 4 de março, o presidente americano afirmou que acreditava que Washington iria conseguir a anexação "de uma forma ou de outra".

Independência

Uma ruptura com a Dinamarca não estava na cédula, mas estava na mente de todos. A Groenlândia foi colonizada há 300 anos pela Dinamarca, que ainda exerce controle sobre a política externa e de defesa do país.

A ilha de 56 mil pessoas, a maioria de origem indígena, está caminhando para a independência desde pelo menos 2009, e os 31 legisladores eleitos moldarão o futuro da ilha enquanto o território debate se chegou a hora de declarar independência.

Quatro dos cinco principais partidos na corrida defendem a independência, mas discordaram sobre quando e como.

A legenda Naleraq ficou em segundo nas eleições. O partido deseja um processo mais rápido de independência, enquanto o Demokraatit favorece um ritmo mais moderado de mudança.

Uma vitória surpreendente

O Demokraatit ganhou quase 30% dos votos, em comparação com apenas 9% na eleição de quatro anos atrás, segundo a Greenlandic Broadcasting Corporation, enquanto Naleraq ficou em segundo lugar com quase 25%, acima dos quase 12% em 2021.

A vitória surpreendente do Demokraatit sobre partidos que governaram o território por anos indicou que muitos na Groenlândia se importam tanto com políticas sociais, como saúde e educação, quanto com geopolítica.

Nielsen, de 33 anos, pareceu surpreso com os ganhos de seu partido, com fotos mostrando-o ostentando um sorriso enorme e aplaudindo na festa eleitoral.

A emissora dinamarquesa DR relatou que Nielsen disse que seu partido entraria em contato com todos os outros partidos para negociar o futuro curso político para a Groenlândia.

A primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen parabenizou o Demokraatit e afirmou que o governo dinamarquês aguardaria os resultados das negociações de coalizão.

União

O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Bourup Egede convocou a votação em fevereiro, dizendo que o país precisava se unir durante um "momento sério" diferente de tudo que a Groenlândia já vivenciou.

Depois que os resultados foram conhecidos, Egede agradeceu aos eleitores em uma postagem no Facebook por comparecerem e disse que os partidos estavam prontos para recorrer às negociações para formar um governo.

Seu partido, o Inuit Ataqatigiit, ou United Inuit, recebeu 21% dos votos. Este é um declínio significativo em relação à última eleição, quando a legenda teve 36% dos votos, de acordo com a KNR TV.

O Inuit Ataqatigiit era amplamente esperado para vencer, seguido pelo Siumut. Os dois partidos dominaram a política da Groenlândia nos últimos anos.

O Siumut ficou em quarto lugar com 14% dos votos. (COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS)

O ex-presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, foi entregue à custódia do Tribunal Penal Internacional (TPI) nesta quarta-feira, 12, informou o órgão. Duterte tinha uma ordem de prisão emitida pelo TPI por supostos crimes durante sua campanha contra o tráfico de drogas.

"Hoje, 12 de março de 2025, Rodrigo Roa Duterte, nascido em 28 de março de 1945, foi entregue ao Tribunal Penal Internacional", disse o órgão, sediado em Haia, na Holanda, em comunicado.

O político foi preso no Aeroporto Internacional de Manila quando retornava de Hong Kong. "Após a chegada de Duterte, o promotor-geral apresentou a notificação do TPI para um mandado de prisão. Agora ele está sob a custódia das autoridades", afirmou um comunicado do governo das Filipinas.

O governo disse que o ex-líder de 79 anos estava em boa saúde e foi examinado por médicos ao ser detido e foi levado para Haia.

Duterte é investigado pelos assassinatos em massa que aconteceram durante seu governo em meio à repressão contra o comércio de drogas ilegais no país. O TPI começou a investigar o papel de Duterte na repressão violenta aos filipinos ainda em novembro de 2011, quando ele era prefeito da cidade de Davao. Duterte foi presidente do país entre 2016 e 2022.

O TPI vem investigando assassinatos em massa em repressões supervisionadas por Duterte desde que ele serviu como prefeito de Davao, uma cidade no sul das Filipinas. As estimativas do número de mortos na repressão sob Duterte como presidente variam, de mais de 6 mil que a polícia nacional relatou até 30 mil reivindicados por grupos de direitos humanos.

O mandado de prisão contra Duterte aponta que "há motivos razoáveis para acreditar que o ataque às vítimas foi generalizado e sistemático".

A prisão de Duterte foi necessária "para garantir seu comparecimento ao tribunal", de acordo com o documento de 7 de março.

Jurisdição

Duterte se tornou o primeiro ex-presidente asiático a ser preso pelo TPI. Advogados do ex-presidente questionam o mandado porque as Filipinas não fazem parte do tratado que permite a jurisdição do Tribunal.

O TPI extrai sua jurisdição do Estatuto de Roma, um documento atualmente assinado por 125 países. Logo após o anúncio do inquérito, Duterte afirmou que as Filipinas se retirariam do tratado, e o país deixou oficialmente o Tribunal em março de 2019.

O TPI alega que tem jurisdição porque as acusações datavam de quando as Filipinas ainda eram signatárias do tratado. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que "espera que possamos obter um cessar-fogo da Rússia". "E se conseguirmos, acho que isso seria 80% do caminho para acabar com esse horrível banho de sangue" , disse Trump em entrevista concedida na Casa Branca, onde recebeu o primeiro-ministro da Irlanda, Micheal Martin, nesta quarta-feira, 12. O presidente dos EUA novamente fez ameaças veladas de atingir a Rússia com novas sanções. "Podemos, mas espero que não seja necessário", acrescentou Trump. Fonte: Associated Press.