PF faz busca em Mato Grosso no rastro de suspeito de filiação fraudulenta de Lula ao PL

Política
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A Polícia Federal vasculhou na manhã desta quarta-feira, 30, a casa do suspeito da filiação fraudulenta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no PL, em junho de 2023. A diligência foi realizada em Mato Grosso do Sul, no bojo da Operação Infiliatio, que também investiga o funcionário do Partido Liberal que validou o cadastro fraudulento.

A ofensiva apura supostos crimes de invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e falsa identidade.

Após uma notícia-crime do Tribunal Superior Eleitoral, que comunicou à PF a filiação falsa de Lula ao PL, os investigadores descobriram que o suspeito não invadiu Sistema de Filiação Partidária da Corte eleitoral.

Segundo o inquérito, o que ocorreu foi a realização fraudulenta de pedido de filiação partidária em nome de Lula, com dados falsos. A solicitação foi recebida pelo TSE após a etapa de moderação realizada por funcionário do Partido Liberal, que também é investigado.

A PF aponta que dados falsos em nome do presidente teriam sido usados desde o momento inicial do procedimento de filiação, quando o suspeito preencheu formulário no site do PL, com o intuito de iniciar o processo.

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A polícia francesa localizou novos indícios materiais que podem ajudar a identificar os autores do roubo de joias do Museu do Louvre, em Paris. Os investigadores da Brigada de Repressão ao Banditismo (BRB) e do Escritório Central de Combate ao Tráfico de Bens Culturais (OCBC) encontraram um capacete de motocicleta e uma luva que teriam sido usados pelos criminosos durante a ação, ocorrida na manhã de domingo, 19. As informações são do jornal Le Parisien.

Segundo o veículo francês, o material foi encaminhado para análises da polícia científica. As autoridades também recuperaram as chaves e parte do equipamento do caminhão guindaste utilizado pelos ladrões para acessar as janelas da Galeria de Apolo, onde estavam expostas as joias da monarquia francesa.

O veículo, equipado com uma plataforma elevatória, havia sido roubado de um vendedor que o anunciava no site francês Leboncoin, equivalente da OLX.

O proprietário reconheceu o equipamento nas imagens exibidas pelas emissoras de TV após o roubo. Ele afirmou ter sido agredido pelos falsos compradores, que fugiram com o maquinário sem pagar o valor combinado. O anúncio estava associado a um vendedor da cidade de Louvres, no departamento de Val-d'Oise, região próxima ao aeroporto de Roissy, nos arredores da capital.

Além dos objetos abandonados, os investigadores seguem analisando depoimentos e imagens de câmeras de segurança para rastrear os quatro criminosos, que chegaram e fugiram em scooters. A ação durou cerca de sete minutos.

Pelo menos 60 investigadores estão mobilizados para localizar os suspeitos, enquanto o Louvre permanece fechado ao público nesta segunda-feira, 20.

O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, reconheceu falhas na segurança do museu e afirmou que o episódio "projeta uma imagem muito negativa do país". "O certo é que falhamos", declarou à rádio France Inter. Já o presidente Emmanuel Macron classificou o roubo como uma "violação do patrimônio francês".

A Galeria de Apolo abriga parte do que restou do tesouro da monarquia francesa, incluindo o diamante Régent, de 140 quilates, que não foi alvo do ataque, segundo a Procuradoria de Paris.

Entre as joias roubadas estão a tiara e o colar de safiras dos conjuntos pertencentes às rainhas Marie-Amélie e Hortense, além de um par de brincos das mesmas coleções. Também desapareceram o colar de esmeraldas e o par de brincos da imperatriz Maria Luísa, o broche relicário, a tiara e o grande laço de corpete da imperatriz Eugênia.

A comitiva brasileira liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Ásia contará com a presença de mais de 100 empresários locais, de acordo com o diretor do departamento de Índia, Sul e Sudeste da Ásia do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Embaixador Everton Frask Lucero. Ele disse que o Itamaraty ainda não tem informações sobre os ministros que acompanharão o presidente nessa viagem. A ideia do encontro, conforme o diplomata, é aproveitar para estreitar relações diplomáticas e comerciais, principalmente com Indonésia e Malásia, e ampliar oportunidades de negócio depois do cenário de "maior dificuldade de comércio" no mundo. Lucero não mencionou explicitamente o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a vários países desde abril.

O presidente parte do Brasil amanhã e começará a viagem pela Indonésia, onde será recebido em visita de Estado. "É uma retribuição à visita que o presidente da Indonésia fez ao Brasil, e também uma visita de Estado logo após a cúpula dos Brics, no Rio de Janeiro, um momento para reforçar a nossa parceria estratégica com a Indonésia, que nós mantemos desde 2008, quando o presidente Lula se visitou aquele país asiático", explicou Lucero.

Depois da Indonésia (dias 23 e 24), o presidente irá à Malásia, onde fará uma visita oficial, no dia 25, e terá uma bilateral a convite do primeiro-ministro Anwar Ibrahim. Nos dias 26 e 27, Lula participa da 47ª Cúpula do bloco econômico do Sudeste Asiático (Asean). "Esta é a primeira vez que um chefe de Estado brasileiro participa de uma reunião de Cúpula da Asean."

Como a viagem é longa, o presidente tem o interesse em aproveitar o deslocamento, então fará visitas bilaterais. De acordo com o MRE, a Indonésia é a terceira maior democracia do mundo, a quarta nação mais populosa, a principal economia da Asean. Os contatos de alto nível entre os países, conforme o embaixador, têm se intensificado nos últimos anos. Durante a visita do indonésio ao Brasil, houve um comunicado conjunto que identificava as áreas principais de interesse, como segurança alimentar, bioenergia e desenvolvimento sustentável. "Nós mantemos um superávit bastante significativo com a Indonésia e com os demais países da região", explicou o diplomata.

Em Kuala Lumpur, Lula receberá o título de doutor honoris causa pela Universidade Nacional da Malásia e participará da Asean. "É uma oportunidade de encontro e reunião com diversos líderes mundiais, já que os grandes países todos têm algum tipo de relação com a Asean e participam das cúpulas", enfatizou o embaixador. O Brasil, segundo ele, já tem uma parceria de diálogo setorial com o bloco.

Nesse encontro, a Asean passará a incorporar o Timor-Leste como o 11º membro do grupo, que o Brasil tem apoiado. "Se trata de um país com o qual temos heranças culturais, turísticas, uma proximidade bastante grande, apesar da distância geográfica. É um país que tem sido destino da cooperação técnica brasileira, desde a formação das estruturas do Estado Timorense, após a restauração da sua independência", detalhou Lucero. A Asean conta com mais de 680 milhões de habitantes, com um PIB agregado de US$ 10,4 trilhões e, considerados em conjunto, formariam o terceiro maior país em termos populacionais e a quarta maior economia do mundo.

O Brasil e a Asean superaram US$ 37 bilhões de corrente de comércio no ano passado. "Se somarmos esses países, teremos o grupo como o quinto principal parceiro comercial do Brasil, o quarto destino das nossas exportações e o bloco que respondeu por mais de 20% do nosso superávit de comércio exterior global, com um saldo favorável ao Brasil na ordem de US$ 15,5 bilhões", quantificou.

O que o governo brasileiro quer com essa viagem é levar as relações entre o Brasil e os países da Asean a um novo patamar. "A intenção é consolidar a presença brasileira no Sudeste Asiático e reafirmar o nosso compromisso em ampliar o diálogo e a cooperação com a Asean e com seus Estados."

Discurso - No dia seguinte, Lula participará ainda da Cúpula do Leste da Ásia, onde fará um discurso sobre a visão do governo brasileiro sobre a resiliência econômica por meio da cooperação entre a Asean e o Brics. O presidente participa da visita na qualidade de presidente rotativo do Brics este ano. "O que perpassa toda essa articulação e preparação da visita é, no fundo, o aumento da resiliência econômica do país diante de um cenário que nós conhecemos, que tem trazido alguns obstáculos e dificuldades para o meio de comércio, para a inserção internacional dos países de uma forma vital. E nós vemos naquela região do mundo, naquele grupo de países do Sudeste Asiático, uma oportunidade de buscarmos parcerias que fortaleçam não só a nossa presença política, mas também que fortaleçam a nossa economia, aumentem os nossos negócios e assegurem recursos e desenvolvimento ao país", argumentou.

Paralelamente aos eventos oficiais, os empresários brasileiros terão a oportunidade de dialogar com suas contrapartes indonésias e com suas áreas de interesse. Na Malásia, acontecerá dois fóruns: um ligado à Asean e outro especificamente sobre os dois países - este com a participação de pouco mais de 20 empresários "de alto perfil". Esse encontro deve ocorrer na quinta-feira (23), com empresários em Jacarta. Para o Itamaraty, trata-se de um movimento na direção de retomar negociações que já haviam sido autorizadas pelo Mercosul para um acordo econômico abrangente - que não deve ser confundido com um acordo de livre-comércio.

"A ida do presidente da República é uma oportunidade para trazer as demandas à consideração do lado indonésio com vistas à ampliação de mercados para a carne bovina, para a de frango e até mesmo para a carne suína. Apesar de a Indonésia ser um país de grande população muçulmana, tem também uma boa parcela da população que não é da mesma fé e, portanto, há mercado para exportação."

Programação - Lula parte nesta terça-feira, 21, pela manhã da base aérea de Brasília e chega em Jacarta na quarta-feira, 22, às 15h (horário local, 10 horas à frente). No dia 23, quinta-feira, participa às 10h da manhã da cerimônia oficial de chegada, no Palácio Presidencial, onde será recebido junto com Janja pelo presidente local e terão toda a sequência de uma visita de Estado. Está prevista uma reunião privada, que deve não deve ser longa, seguida de uma reunião ampliada e com duração maior. Em seguida, está prevista a cerimônia de assinatura de atos. Uma declaração à imprensa deve ser feita ao final da manhã. Depois, Lula terá almoço oferecido pelo presidente da Indonésia. À tarde, começam os encontros com empresários.

No dia 24, sexta-feira, há a previsão de uma visita do presidente ao secretário-geral da Asean, Carl Kimhorn, para identificar quais os caminhos que o Brasil deve priorizar no aprofundamento das relações com o grupo. Ainda na sexta, o presidente se desloca, na parte da tarde, para a Malásia. A abertura do evento da cúpula é no sábado, dia 25, às 9 horas da manhã. Lula será recebido no palácio do primeiro-ministro Anwar Ibrahim, que é na cidade administrativa de Portajaya, próxima de Kuala Lumpur. Lá, haverá uma cerimônia de boas-vindas e também reuniões seguidas: uma restrita e outra ampliada, que deverão ocorrer ao longo da manhã. Também haverá cerimônia de assinatura de atos, por volta de 10h30, e uma declaração conjunta à imprensa.

Na parte da tarde, está prevista a cerimônia de outorga ao presidente, quando deve fazer novo discurso. Uma recepção está prevista na universidade. No domingo, dia 26, é o dia da cúpula. Conforme Lucero, terminada a sessão de abertura, o restante do dia poderá ser utilizado para encontros bilaterais. É possível que haja uma bilateral com o americano Donald Trump. Lula embarca para o Brasil no dia 27, quando haverá o segundo dia da cúpula. A expectativa é a de que esteja em Brasília no dia 28.

A janela de oportunidade para um encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Luiz inácio Lula da Silva, às margens da Cúpula do bloco econômico do Sudeste Asiático (Asean), deve ser na tarde do dia 26, em Kuala Lumpur, capital da Malásia. Como o fuso horário de Brasília está 10 horas atrás, a reunião pode ocorrer durante a madrugada ou início da manhã aqui.

O diretor do departamento de Índia, Sul e Sudeste da Ásia, Embaixador Everton Frask Lucero, enfatizou a jornalistas que a conversa entre os líderes é possível, mas que ainda não está confirmada e que o Brasil está reservando espaço para o encontro com o americano e também para bilaterais com outros países - até o momento, está apenas agendada a com o primeiro-ministro da Índia, Modi Narendra.

Questionado pela Broadcast sobre o que significava reserva de espaço, o embaixador explicou que a grade de programação do presidente não está totalmente tomada no país. "Há janelas e é possível acomodar a programação. Há demandas de encontros bilaterais que já temos recebido e que estamos processando", afirmou.

Lula viaja de 24 a 28 de outubro para Indonésia e Malásia, onde fará visitas de Estado e será o primeiro presidente brasileiro convidado para participar da Asean.