Caso Marielle: julgamento dos assassinos confessos da vereadora começa nesta quarta

Política
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O julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, assassinos confessos da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes em 2018, começa nesta quarta-feira, 30. O 4º Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) é o responsável pelo caso. A data e a realização do júri popular foi comunicada pelo juiz Gustavo Kalile e confirmada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).

Serão ouvidas testemunhas do Ministério Público e da defesa de Lessa. O delegado Giniton Lages e o policial civil Marco Antônio de Barros Pinto, suspeitos de interferir nas investigações, seriam ouvidos, mas tanto acusação quanto defesas desistiram das oitivas. Conforme solicitação do juiz, para evitar tumulto, estarão presentes no plenário apenas pessoas que participarão efetivamente do júri.

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz participarão do júri por videoconferência. Lessa está na Penitenciária de Tremembé (SP) e Queiroz está no Centro de Inclusão e Reabilitação, no DF.

Na delação premiada em que confessaram o assassinato, Lessa e Queiroz apontaram que o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão, foram os mandantes. Os irmãos Brazão negam envolvimento no crime.

Em depoimento ao STF, Chiquinho Brazão disse que tinha uma boa relação com a ex-vereadora e afirmou não ter relação com os assassinos confessos. Segundo o deputado, Lessa estaria protegendo os verdadeiros mandantes ao acusá-lo. "Nunca tive contato com Ronnie Lessa. As pessoas são anônimas para você muitas vezes. Não tenho dúvida de que ele poderia me conhecer, mas eu nunca na vida tenho lembrança de ter estado com essa pessoa", defendeu.

Domingos Brazão seguiu a linha do irmão e negou conhecer Lessa ou Queiroz e disse que nunca ter tido contato com as vítimas. Ao falar de seus familiares, o conselheiro chorou. "Ele só decide falar após a delação de Élcio de Queiroz. Ele se sentiu acuado, encurralado. E decidiu falar. Foi a oportunidade que o Lessa teve de defender, proteger o seu comparsa, Cristiano Girão. É a única explicação que vejo", argumentou Domingos, citando o ex-vereador preso acusado de chefiar uma milícia na zona oeste do Rio.

O ex-delegado-geral da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, acusado de planejar o crime, também depôs ao Supremo. Assim como os irmãos Brazão, ele negou o crime e ainda afirmou ser grato a Marielle por seu trabalho na Câmara Municipal. "Eu não mato nem uma formiga, vou matar uma pessoa?", disse. Barbosa contou que conheceu Marielle quando ela trabalhava no gabinete do então vereador Marcelo Freixo (PSOL). Ele negou conhecer os Brazão.

A Polícia Federal (PF) concluiu, em março deste ano, a principal etapa da investigação sobre o caso. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou os irmãos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil pelo crime. Todos estão presos preventivamente desde março.

As investigações apontaram que a Polícia Civil, sob comando de Barbosa, agiu para obstruir as investigações na Delegacia de Homicídios do Rio. A PF alega que os policiais foram negligentes na hora de recolher as imagens das câmeras de segurança do local do crime; no desaparecimento de provas; na ausência de informações substanciais acerca da busca e apreensão realizada em empresa de sócio dos Brazão; e o no bojo da Operação Nevoeiro, que teria sido sabotada para "proteger contraventores".

A execução de Marielle teria sido motivada pela disputa em torno da exploração imobiliária em áreas controladas por milícias. Para a PF, os irmãos Brazão são os mandantes do crime e estariam ligados a milicianos interessados na grilagem de terras. A vereadora do PSOL lutava pelo uso social das áreas em disputa.

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A Red Elétrica (Redeia), operadora de energia da Espanha, afirmou que continua a trabalhar para recuperar o suprimento de energia no país e que já houve retorno nas regiões norte e sul, após um apagão que afetou áreas da Espanha, de Portugal e da França.

A operadora de aeroportos espanhola Aena informou que o corte de energia produziu alguns incidentes, mas que já estão ativos geradores de contingência. "Verifique com sua companhia aérea, pois pode haver problemas com acesso e transporte terrestre", informou, por meio de nota publicada no X.

Em Portugal, vários vagões do metrô de Lisboa foram evacuados, os tribunais também interromperam as operações e os caixas eletrônicos e sistemas de pagamento eletrônico foram afetados, segundo relatos da imprensa. Os semáforos de Lisboa pararam de funcionar.

Não era possível fazer chamadas pelo celular, embora alguns aplicativos funcionassem. A distribuidora portuguesa E-Redes disse que foi forçada a cortar energia em áreas específicas para estabilizar a rede, depois da falha elétrica no sistema europeu, segundo o jornal Expresso.

*Com informações da Associated Press e da Dow Jones Newswires

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou um cessar-fogo por três dias na Ucrânia em maio, na segunda vez em menos de duas semanas que o líder russo ordena a interrupção dos combates sem se comprometer com um fim a longo prazo do conflito.

O anúncio veio depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, pedir no fim de semana à Rússia e à Ucrânia que interrompam as agressões e cheguem a um acordo para encerrar a guerra. Nos últimos dias, Trump tem criticado cada vez mais Moscou, que vem obstruindo esforços do governo americano para chegar a uma solução pacífica para o conflito.

O Kremlin disse nesta segunda-feira que ações militares russas na Ucrânia serão suspensas entre 8 e 10 de maio, para marcar as comemorações do fim da Segunda Guerra Mundial.

Durante a Páscoa, Putin declarou um curto cessar-fogo de 30 horas, que foi pouco respeitado, após Trump afirmar que abandonaria as negociações de paz se não houvesse progresso para o fim dos combates. Fonte: Dow Jones Newswires.

Um apagão de grandes proporções da rede elétrica afeta Portugal, Espanha, e outros países da Europa na manhã desta segunda-feira. A geradora espanhola RedElectrica informou nesta segunda-feira (28) que a península ibérica foi afetada. A empresa disse que o incidente está sendo avaliado e será tratado. Segundo relatos compartilhados nas redes sociais, a falha também afeta países como França, Polônia e Finlândia.

É raro ocorrer uma interrupção de energia tão ampla na península ibérica. Os países têm uma população combinada de mais de 50 milhões de pessoas. Não ficou imediatamente claro quantas pessoas foram afetadas.

A emissora pública espanhola RTVE disse que uma grande queda de energia atingiu várias regiões do país por volta das 12h30, horário local, deixando sua redação, o parlamento espanhol em Madri e estações de metrô em todo o país às escuras. Pessoas em chats de WhatsApp em Barcelona e em cidades e vilas da periferia também relataram a falta de energia.

Segundo jornais locais, atinge também linhas telefônicas e semáforos. Nos aeroportos, os embarques estão sendo feitos "à moda antiga" e o check-in de forma manual.

Espanha

A concessionária espanhola Red Elétrica confirmou a falha no país. Foram ativados planos de reposição do fornecimento de energia elétrica em colaboração com as empresas do setor. "As causas estão sendo analisadas e todos os recursos estão sendo mobilizados para solucionar o problema", afirmou a empresa. No país, o blecaute afetou diversas cidades como Madri, Sevilha, Granada, Málaga e Cádiz.

Em Madrid, o jogo entre Dimitrov e Fearnely precisou ser paralisado porque uma câmera ficou parada em cima da quadra devido à falta de eletricidade. O jogo estava no segundo set quando precisou ser paralisado.

Segundo jornal local SIC, há pessoas presas dentro de vagões de metrô e hospitais começam a enfrentar problemas com a ausência de energia. Faculdades como o Centro de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa já funcionam apenas com geradores.

Foram ativados planos de reposição do fornecimento de energia elétrica em colaboração com as empresas do setor.

Portugal

Em Portugal, um país com cerca de 10,6 milhões de habitantes, a interrupção atingiu a capital, Lisboa, e áreas adjacentes, bem como as regiões norte e sul do país.

A distribuidora portuguesa E-Redes disse que a interrupção se deveu a "um problema com o sistema elétrico europeu", segundo o jornal português Expresso. A empresa disse que foi obrigada a cortar a energia em áreas específicas para estabilizar a rede, segundo o mesmo jornal.

A E-Redes disse que partes da França também foram afetadas. Não era possível fazer chamadas em celulares, embora alguns aplicativos estivessem funcionando. (Com informações da Associated Press)