CCJ do Senado aprova posse e porte de arma de fogo para agentes da Funai, Ibama e ICMBio

Política
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A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou nesta quarta-feira, 30, o projeto de lei que autoriza o porte e uso de armas de fogo por agentes de fiscalização da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). O texto ainda será apreciado pelo plenário da Casa.

O projeto, relatado pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), estabelece que o porte será concedido apenas em caso de comprovação de capacidade técnica e aptidão psicológica, além de isenção de taxas de registro do armamento e na renovação do porte.

Os profissionais poderão portar armas particulares ou fornecidas pela "corporação ou instituição" mesmo quando estiverem fora de serviço. A versão original previa o porta apenas durante as operações de fiscalização.

O senador capixaba também estendeu o benefício aos agentes da Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Segundo o relator, o objetivo da proposta é evitar que crimes como os assassinatos, em 2022, do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Phillips, em Atalaia do Norte, no Amazonas, se repitam.

"Esse projeto de lei se deu pela morte do indigenista Bruno e do Dom Phillips, que foram mortos com requintes de crueldade, inclusive com ocultação de cadáver. Olha, nós não podemos admitir que infelizmente no Brasil os grileiros estejam armados e esses funcionários estejam lá pagando com a vida, como foi o caso desses dois, lá no meio da Floresta Amazônica, e eles não tenham a possibilidade disso", disse o relator.

O projeto foi aprovado simbolicamente com apenas dois votos contrários, dos senadores Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e Dr. Hiran (PP-RR). Outros senadores de Estados da Região Norte apresentaram objeções ao projeto, entre eles Omar Aziz (PSD-AM), que argumentou não ser correto armar agentes fiscalizadores para "que eles possam andar armados a qualquer momento".

"Essa coisa de dar arma a torto e a direito, sem realmente saber, fazer o levantamento... porque a gente faz a lei aqui, e depois a responsabilidade para fazer o treinamento, o custo disso vai ser de quem? Então, nós temos que ver essas questões antes de aprovarmos, porque é muito fácil aprovar a lei, mas botar na prática depois, para que funcione", afirmou o senador.

Para ele, as mortes do jornalista e do indigenista não tem ligação com o narcotráfico e pesca clandestina, como apontaram as investigações da Polícia Federal (PF).

"Quanto a essa questão de Atalaia do Norte, existe uma versão dada nacionalmente, em que infelizmente duas pessoas foram a óbito, numa ação em que falaram que era narcotráfico ou não sei o quê. Não era nada disso: era um caboclo que foi humilhado por um funcionário na frente dos filhos, tocaram fogo na rede e tudo mais, e ele esperou um momento para se vingar, e infelizmente estavam um jornalista e ele nessa canoa. E mesmo que ele estivesse armado lá, ele não teria nem como ter reagido", afirmou Aziz.

Em maio, a Comissão de Meio Ambiente já havia aprovado a proposta, que recebeu apoio da presidente da Funai, Joenia Wapichana. Segundo a gestora, os servidores "são constantemente intimidados pela ação de criminosos que invadem as terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas para explorar ilegalmente as riquezas dos nossos biomas".

Joenia pontua que é preciso regulamentar o poder de polícia da Funai, previsto em lei desde 1967, para proteger os fiscais que trabalham em áreas remotas e com difícil acesso a sistemas de comunicação e, muitas vezes, segundo Wapichana, são "recebidos a tiros para fazer o seu trabalho".

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Depois de participarem de uma rodada de negociações em Doha, Paquistão e Índia chegaram a um acordo para um cessar-fogo imediato no conflito entre os dois países, informou o Ministério de Relações do Catar em nota. As tratativas foram mediadas pelo governo catariano e pela Turquia.

Em comunicado divulgado em sua conta no X, o ministério afirma que os dois lados concordaram em estabelecer mecanismos para consolidar uma "paz duradoura e estabilidade" em suas relações.

"Os dois lados também concordaram em marcar reuniões nos próximos dias para garantir a sustentabilidade do cessar-fogo e verificar sua implementação de forma confiável e sustentável, contribuindo, assim, para alcançar segurança e estabilidade nos dois países", diz a nota oficial.

A pasta responsável pelas relações externas do Catar afirma que o governo do país tem esperança de que o acordo vai contribuir para encerrar as tensões na fronteira entre Índia e Paquistão e estabelecer uma base sólida para garantir a paz no território.

Os dois vizinhos se enfrentaram em diversas guerras nos últimos anos. Acredita-se que a Índia tenha um total estimado de 172 ogivas nucleares, enquanto o Paquistão tenha 170, de acordo com o Boletim dos Cientistas Atômicos, publicado nos Estados Unidos.

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O Departamento de Estado dos Estados Unidos declarou neste sábado, 18, que informou os países envolvidos no acordo de paz em Gaza sobre "relatos confiáveis" que indicam uma iminente violação do cessar-fogo pelo Hamas.

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