Novo projeto limita crescimento e permite corte de emendas para cumprir arcabouço fiscal

Política
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O deputado Rubens Pereira Junior (PT-MA) apresentou um projeto de lei na Câmara com propostas patrocinadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para mudar regras e destravar a liberação de emendas parlamentares, suspensas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta limita o crescimento das emendas e permite o corte de recursos indicados por deputados e senadores para cumprir o arcabouço fiscal.

O projeto da Câmara propõe um crescimento real de 2,5% por ano para as emendas parlamentares impositivas (individuais e de bancada), colocando o mesmo limite do arcabouço fiscal, e fixa um valor de R$ 11,5 bilhões para as emendas de comissão em 2025, com ajuste apenas pela inflação nos anos seguintes, conforme o Estadão antecipou. Em 2024, essas emendas somam R$ 15,5 bilhões, ou seja, seriam reduzidas. A fórmula foi concebida pela Casa Civil do governo Lula.

De acordo com técnicos do Poder Executivo, a proposta traz uma previsão de quanto as emendas vão crescer nos próximos anos. Por outro lado, a medida concede um aumento que outras despesas do governo não têm atualmente, além de incluir as emendas de comissão, herdeiras do orçamento secreto, de uma forma definitiva no Orçamento da União. Na prática, as emendas podem reduzir cada vez mais o espaço para custeio da máquina pública e manutenção de serviços essenciais.

Outra mudança é permitir ao governo cortar emendas para cumprir despesas obrigatórias, como aposentadorias e benefícios sociais, e o arcabouço fiscal. Hoje, o governo pode fazer esse congelamento, mas não é autorizado a anular os recursos indicados por deputados e senadores. A iniciativa faz parte de uma tentativa do governo de ter mais autonomia para mexer no Orçamento sem autorização do Congresso, conforme o Estadão revelou.

A proposta proíbe a divisão das emendas de bancada para indicações individuais dos deputados e senadores , destina metade das emendas de comissão para a saúde e obriga os parlamentares a falarem onde vai ser aplicado o dinheiro da emenda Pix, coisa que hoje não acontece. Além disso, coloca o Tribunal de Contas da União (TCU) na fiscalização. No caso das emendas de comissão, impõe a divulgação das propostas dos líderes partidários, mas não há obrigação da divulgação do nome dos parlamentares beneficiados, abrindo caminho para manutenção de uma prática oculta que acontece atualmente.

O projeto apresenta propostas combinadas entre o governo e o ministro Flávio Dino, relator dos processos no STF que suspenderam as emendas. Nos bastidores, deputados acreditam que a mudança, alinhada com um acordo entre governo e parlamentares para a eleição dos próximos presidentes da Câmara e do Senado, gera um cenário favorável para a liberação das emendas. Ao suspender o pagamento dos recursos, Dino condicionou a decisão justamente a um acordo entre os Poderes.

"O texto não representa mera resposta técnica, mas um passo importante para um entendimento harmônico entre os Poderes", disse Rubens Pereira Junior, autor do projeto.

Há uma divisão entre as cúpulas do Congresso, no entanto. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), negocia junto com o governo o futuro das emendas e é citado como possível ministro de Lula após a sucessão na Casa. O senador Davi Alcolumbre (União-AP), que se movimenta para voltar a presidir o Senado, por outro lado, não quer diminuir as emendas de comissão.

No Senado, há outra proposta tramitando, apresentada pelo relator do Orçamento de 2025, senador Angelo Coronel (PSD-BA). O texto incorporou a proposta do governo de crescimento das emendas impositivas, mas não traz restrição para as emendas de comissão. Além disso, há diferenças entre as propostas de transparência.

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O Irã apoiou o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah do Líbano, o principal parceiro militante de Teerã no Oriente Médio. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, elogiou o cessar-fogo em uma declaração na manhã desta quarta-feira, 27.

Baghaei disse que o Irã ainda busca um cessar-fogo na guerra Israel-Hamas, na Faixa de Gaza, mas abandonou a demanda de que ocorresse simultaneamente ao cessar-fogo no Líbano.

O Ministério das Relações Exteriores do Irã também pediu que o Tribunal Penal Internacional (TPI) julgue os "criminosos do regime de ocupação", referindo-se a Israel.

O TPI emitiu mandados de prisão para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant. Fonte: Associated Press

As forças navais egípcias resgataram cinco pessoas na terça-feira, 26, e recuperaram quatro corpos, um dia após o naufrágio de um iate turístico que transportava 44 passageiros na cidade costeira de Marsa Alam, no Mar Vermelho. O iate afundou devido ao mau tempo, informaram as autoridades. Até agora são 33 sobreviventes, enquanto sete pessoas continuam desaparecidas.

O Sea Story, um liveaboard (embarcação projetada para viagens prolongadas no mar), enviou um sinal de socorro depois que uma grande onda atingiu a embarcação, fazendo-a virar, de acordo com relatos de sobreviventes.

Alguns passageiros estavam dentro das cabines quando o barco virou em questão de minutos, segundo os depoimentos.

Uma operação de resgate, ainda em andamento, foi iniciada, e 28 pessoas foram resgatadas na segunda-feira, 25.

Na terça-feira, o governador da região do Mar Vermelho, Amr Hanafy, informou que os cinco sobreviventes são dois belgas, um egípcio, um cidadão suíço e um finlandês. Ele também disse que os quatro corpos ainda não foram identificados.

A embarcação transportava 13 egípcios, incluindo membros da tripulação, e 31 estrangeiros dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Polônia, Bélgica, Suíça, Finlândia, China, Eslováquia, Espanha e Irlanda.

O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha informou na terça-feira que três alemães continuam desaparecidos, enquanto outros três foram resgatados. Enquanto isso, Pawel Wronski, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Polônia, afirmou que dois cidadãos poloneses, um homem e uma mulher, também estão desaparecidos, e que suas famílias foram notificadas.

Turbulências e ondas altas

Os liveaboards geralmente partem para excursões de vários dias. O Sea Story deixou o porto de Ghalib, em Marsa Alam, no domingo, com previsão de chegar a Hurghada cinco dias depois.

Ele naufragou a 46 milhas náuticas de Marsa Alam, segundo o governador.

As autoridades informaram que o barco não apresentava problemas técnicos, possuía todas as autorizações necessárias para a viagem e passou pela última inspeção de segurança naval em março.

De acordo com o site do operador da embarcação, Dive Pro Liveaboard, o Sea Story foi construído em 2022 e tem capacidade para 36 passageiros.

No sábado, a Autoridade Meteorológica do Egito alertou sobre turbulências e ondas altas, recomendando evitar atividades marítimas no domingo e na segunda-feira.

Marsa Alam é famosa por suas praias intocadas, uma grande variedade de vida marinha e frequentes tubarões, especialmente o curioso tubarão galha-branca oceânico, atraindo entusiastas de mergulho de todo o mundo. No entanto, alguns dos pontos de mergulho são desafiadores, com fortes correntes, e exigem certificação avançada.

O exército egípcio também está envolvido na coordenação da operação de resgate./AP

Os presidentes de Estados Unidos, Joe Biden, e França, Emmanuel Macron, afirmaram que os dois países trabalharão conjuntamente para assegurar o cumprimento do acordo de cessar-fogo firmado entre Israel e o Líbano.

"O anúncio de hoje irá cessar os combates no Líbano e proteger Israel da ameaça do Hezbollah e de outras organizações terroristas que operam a partir do Líbano", afirmam, em comunicado conjunto divulgado nesta terça, 26.

Biden e Macron se disseram empenhados em evitar que o conflito se converta em um novo ciclo de violência na região. "Os Estados Unidos e a França também se comprometem a liderar e apoiar os esforços internacionais para o reforço da capacidade das Forças Armadas Libanesas, bem como o desenvolvimento econômico em todo o Líbano, para promover a estabilidade e a prosperidade na região", ressaltam.