Câmara de SP: Vereadores 'independentes' pregam voto de opinião e veem vida difícil para Nunes

Política
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Com 55 vereadores, a próxima legislatura da Câmara Municipal de São Paulo contará com 18 parlamentares de esquerda e 37 de centro e direita. Parte destes vereadores se elegeu de forma independente contando com uma base de apoiadores sólida e não garantirá votos a todos os projetos favoráveis ao prefeito reeleito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), como é o caso de Amanda Vettorazzo e Rubinho Nunes (ambos do União Brasil), Janaina Paschoal (PP) e Lucas Pavanato (PL), que fazem parte da mesma coligação partidária.

O prefeito, que se elegeu com um "exército de vereadores" nas ruas, deve contar com um parlamento mais combativo em seu segundo mandato. Ouvidos pelo Broadcast Político, vereadores de centro e direita, que declararam voto em Nunes no segundo turno, esperam uma vida mais complicada do prefeito para estes próximos quatro anos. Sem Milton Leite (União Brasil) no comando da Casa, Nunes terá ainda mais dificuldades na articulação de seus projetos.

Rubinho Nunes, que rompeu publicamente com o prefeito após apoiar Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno, espera uma legislatura com vereadores mais questionadores. "Acho que a gente vai ter uma Câmara com mais debates, com mais discussões e mais ideológica, o que contribui naturalmente tanto para o diálogo quanto para o embate político como um todo. Nós vemos quadros de esquerda que ganharam a eleição que têm uma linha um pouco mais acentuada e combativa".

Indo para seu segundo mandato, o parlamentar tem a expectativa de ver mais "voto de opinião" dos vereadores, o que significa não seguir o próprio partido em algumas das votações. "A base do prefeito que apoia todas as demandas vindas do Executivo foi reduzida. Então, temos uma linha de parlamentares que eu vou tratar como independentes porque eles votam e apoiam de acordo com projetos ideológicos, ou seja, que não é adequado e teria a reprovação desses colegas".

"Esse grupo é grande na Câmara, então até pelo perfil político de voto de opinião, naturalmente haverá uma discussão projeto a projeto de acordo com a qualidade do projeto enviado", explicou o parlamentar.

Vinda do Movimento Brasil Livre (MBL), Amanda Vettorazzo também considera o aumento dos vereadores de "voto de opinião" no parlamento. "Não é uma bancada, mas é uma galera de votos de opinião. Isso, de fato, aumentou bastante. Acho que isso vai ser bom para a Casa. Acaba dando mais visibilidade também para as pautas da cidade", disse ela. Defendendo pautas da direita, a vereadora eleita prega o diálogo no Legislativo e fala em fazer "política com evidências", sem "achismo".

Ela traça o perfil de seus colegas de militância, o deputado federal Kim Kataguiri e o deputado estadual Guto Zacarias (ambos do União Brasil-SP), e o ex-deputado estadual Arthur do Val, cassado em 2022 na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). "O Kim é combativo, mas ele conversa com os pares. Ele consegue colocar a opinião dele muito clara, tanto é que, às vezes, ele até consegue virar a volta ali de um centro, centro-esquerda, de algum projeto dele, exatamente por mostrar trabalho, estudo e preparo. Eu quero muito mais uma linha do Kim, do próprio Guto, do que do Arthur. Infelizmente, o Arthur errou, foi cassado por ser quem o Arthur era, combativo 100%, às vezes não conversando previamente com os pares".

Colega de Arthur de 2019 a 2022, Janaina Paschoal também votava contra alguns dos projetos do então governador João Doria, mesmo com seu partido, o PSL, apoiando o executivo em algumas propostas. "Mesmo os projetos com que concordava, melhorei os textos antes de votar. Vou seguir agindo da mesma forma".

Sobre a relação entre a Câmara Municipal de São Paulo e o governo municipal, ela não espera tranquilidade. "Eu senti que o vereadores são bem mais combativos que os deputados estaduais, então não espero uma relação muito tranquila com o Executivo. E o prefeito não terá mais o argumento de que herdou o governo Bruno Covas".

Mais votado na capital com 160 mil votos, Lucas Pavanato (PL) se diz "independente" e afirma acreditar em uma boa gestão de Nunes, mas, em caso de divergência com o executivo, ele priorizará seu eleitor e não deixará de se posicionar. "Caso aconteça de ter alguma divergência, não posso romper o compromisso que eu tenho com o meu eleitor, que é o principal de tudo. Eu vou me posicionar em relação aos princípios que eu demonstrei durante a campanha".

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Discutindo o desenrolar da situação na Síria em reunião virtual do G7, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que a queda do regime brutal de Assad deve ser bem-vinda, mas que o grupo deve se manter atento ao que virá em seguida. A prioridade deve ser a segurança do povo sírio e, ao mesmo tempo, apoiar uma transição política que leve a uma governança confiável, inclusiva e não sectária em nome dos sírios.

Todos os líderes concordaram que a integridade territorial, a independência e a soberania da Síria devem ser respeitadas durante todo o processo de transição e no futuro.

Em relação à Ucrânia, o primeiro-ministro afirmou que, como Moscou não dá sinais de que vai ceder, é vital que outros líderes do G7 continuem "maximizando a dor de Putin", aumentando o apoio militar aos ucranianos e intensificando a pressão econômica, inclusive por meio de novas sanções.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse nesta sexta-feira , 13, durante uma visita à Turquia que continua sendo imperativo combater o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na Síria após a queda de Bashar Assad. A Turquia é a principal apoiadora dos rebeldes do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que liderou a derrubada do ditador sírio, e tem raízes na Al-Qaeda, assim como o Estado Islâmico. Analistas têm apontado o presidente turco, Recep Erdogan, como o principal ganhador regional com a mudança de regime na Síria.

Blinken chegou à capital turca na noite de quinta-feira, como parte de uma viagem regional com foco na crise na Síria, e se reuniu com Erdogan em um lounge no aeroporto de Ancara. "Os Estados Unidos trabalharam arduamente durante vários anos para eliminar o califado territorial do Estado Islâmico e garantir que essa ameaça não reapareça", disse Blinken, ao lado do chanceler turco Hakan Fidan. "E é imperativo que mantenhamos esses esforços"

Fidan disse que a Turquia está comprometida em alcançar a estabilidade na vizinha Síria e impedir o que os jihadistas se fortaleçam. "Nossas prioridades incluem garantir a estabilidade na Síria o mais rápido possível, impedir que o terrorismo ganhe terreno e impedir que o Estado Islâmico e o PKK prevaleçam lá", disse Fidan, referindo-se ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão, que a Turquia considera uma organização terrorista.

Mais tarde, em Bagdá, Blinken reiterou sua mensagem em uma reunião com o primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani. "Acho que também é hora de o Iraque fortalecer sua própria soberania, bem como sua estabilidade, segurança e sucesso no futuro", declarou. "Ninguém mais do que o Iraque sabe a importância da estabilidade na Síria para evitar o ressurgimento do grupo jihadista."

O primeiro-ministro iraquiano, por sua vez, afirmou que seu país espera ações tangíveis e não apenas palavras do novo governo interino sírio.

Turquia ganha importância

Analistas dizem que a Turquia é a maior vencedora da guerra civil síria, com mais influência do que nunca sobre os rebeldes que agora controlam a maior parte do país. Erdogan há muito tempo trabalhava e apoiava os rebeldes sírios que marcharam sobre Damasco, e agora a tendência é que colha os frutos desse apoio.

"Esse relacionamento abre um domínio incrivelmente grande para a influência econômica e política", disse Asli Aydintasbas, pesquisador visitante da Brookings Institution em Washington, com foco especial na Turquia. "A Síria pode não ter uma transição tranquila, e pode haver novos combates entre as facções", acrescentou. "Mas o que é incontestável é que a influência da Turquia só crescerá, econômica e politicamente."

A Turquia também se tornou o principal interlocutor do HTS. O grupo é considerado uma organização terrorista pela Turquia, pelos Estados Unidos e pelas nações europeias devido ao seu histórico de extremismo islâmico, mas os turcos encontraram uma maneira de trabalhar com eles e agora têm uma enorme influência por meio dessa conexão.

"De todos os principais atores da região, Ancara tem os canais de comunicação mais fortes e o histórico de trabalho com o grupo islâmico que agora está no comando em Damasco, posicionando-o para colher os benefícios do fim do regime de Assad", escreveu Gonul Tol, diretora do programa turco do Instituto do Oriente Médio, na revista Foreign Affairs na quinta-feira.

A Turquia forneceu assistência indireta ao grupo, escreveu Tol, protegendo-o dos ataques do governo sírio por meio da presença de tropas turcas na província de Idlib. Ela também canalizou ajuda humanitária e comércio para a região, o que ajudou o HTS a ganhar legitimidade entre a população da região. "Tudo isso deu à Turquia influência sobre o HTS", escreveu ela.

Aydintasbas também creditou à Turquia, juntamente com as organizações internacionais de ajuda que trabalham no noroeste da Síria, o fato de ter pressionado o HTS, uma antiga afiliada da Qaeda, a moderar seu extremismo.

A orientação da Turquia sobre o grupo pode ser vista nas primeiras declarações do líder do H.T.S., Ahmed al-Shara, que usava o nome de guerra Abu Mohammad al-Golani, ao assegurar às minorias da Síria que não haveria repressão e ordenar a contenção de seus soldados. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Principal nome da extrema-direita da França, Marine Le Pen pediu um orçamento "razoável e ponderado" ao centrista François Bayrou, escolhido para ser o novo primeiro-ministro do país. Le Pen, no entanto, não sinalizou planos de se opor à indicação e atuar para derrubar o novo governo. Em publicação no X (antigo Twitter), Le Pen exortou Bayrou a ouvir as demandas da oposição na elaboração da peça orçamentária. "Qualquer outra política que seja apenas uma extensão do macronismo, rejeitada duas vezes nas urnas, só poderá levar ao impasse e ao fracasso", escreveu, em referência ao presidente Emmanuel Macron.