Promotoria faz buscas na Defensoria da Paraíba por suspeita de 'captação indevida de clientes'

Política
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O Ministério Público da Paraíba, em operação conjunta com a Polícia Civil e a Polícia Militar, abriu na manhã desta segunda-feira, 11, a Operação Integridade para apurar suposto desvio de finalidade na Defensoria Pública do Estado, com a 'captação indevida de clientes', além de 'judicialização fraudulenta em massa', com uso até da estrutura do órgão. Agentes foram às ruas para buscas em nove endereços de investigados, inclusive em um gabinete da Defensoria Pública.

O Estadão pediu manifestação da Defensoria. O espaço está aberto.

Segundo a Promotoria, há indícios de 'judicialização de demandas com autores falecidos, ações movidas sem o conhecimento dos autores, montagem de documentos para viabilizar demandas, além de recebimento de valores liberados por alvarás judiciais com o objetivo de enriquecimento ilícito'.

A operação mobiliza quatro promotores de Justiça, 25 integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), 16 policiais civis e 20 policiais militares.

Segundo o MP, o suposto desvio de finalidade da Defensoria sob suspeita teria ocorrido em violação à diretriz do órgão de oferecer assistência jurídica gratuita a pessoas em situação de vulnerabilidade.

"Esse desvio não apenas desvirtua a missão da Defensoria Pública, mas também gera concorrência desleal com a advocacia privada, comprometendo a confiança do público no sistema de justiça", afirma a Promotoria.

Para os promotores, "o uso indevido da assistência jurídica gratuita prejudica a população vulnerável, que realmente necessita desse apoio, e fragiliza a confiança nas instituições".

COM A PALAVRA, A DEFENSORIA PÚBLICA DA PARAÍBA

O Estadão pediu manifestação da Defensoria Pública da Paraíba. O espaço está aberto

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O ativista palestino Odeh Hadalin, conhecido por sua atuação contra demolições promovidas por Israel e por sua participação no documentário vencedor do Oscar Sem Chão, foi morto nessa segunda-feira, 28, após ser baleado por um colono israelense na vila de Umm al-Kheir, na Cisjordânia. A informação foi confirmada por Yuval Abraham, um dos diretores do filme.

Segundo Abraham, moradores identificaram o autor do disparo como Yinon Levi, colono israelense que já havia sido sancionado pela União Europeia e pelos Estados Unidos. A morte de Hadalin, que era também professor e pai de três filhos, reacende a atenção internacional para a crescente violência entre colonos e palestinos em território ocupado.

A cidade de Hebron, próxima à vila onde ocorreu o ataque, é uma das áreas mais tensas da Cisjordânia, onde mais de 140 assentamentos israelenses continuam se expandindo, abrigando atualmente cerca de 450 mil colonos. A comunidade internacional considera essas construções ilegais, uma vez que são erguidas em território palestino ocupado.

Repercussão e denúncias

A morte de Hadalin provocou forte repercussão entre ativistas e políticos. O deputado israelense Ofer Cassif, opositor do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, lamentou publicamente o ocorrido e destacou o papel de Hadalin como uma voz da resistência local.

Pouco após o ataque, Yuval Abraham usou as redes sociais para relatar o crime. "Um colono israelense acaba de atirar nos pulmões de Odeh Hadalin, um ativista notável que nos ajudou a filmar Sem Chão em Masafer Yatta", escreveu. Horas depois, anunciou a morte: "Odeh acabou de morrer. Assassinado."

Violência recorrente contra envolvidos no filme

Não é o primeiro caso de violência contra integrantes da equipe por trás de Sem Chão. Em março, o codiretor palestino Hamdan Ballal foi linchado por colonos israelenses e detido por militares das Forças de Defesa de Israel, que atuam na Cisjordânia.

Testemunhas relataram que Ballal foi agredido fisicamente, algemado e mantido vendado em uma base militar, onde dois soldados o espancaram enquanto ele permanecia no chão. A agressão teria começado após colonos judeus tentarem roubar ovelhas de moradores palestinos da cidade de Susiya.

Ballal foi libertado no dia seguinte, mas o caso gerou indignação entre defensores dos direitos humanos e reforçou a denúncia de abusos cometidos por colonos sob a proteção do Exército.

'Sem Chão'

O documentário Sem Chão retrata o cotidiano dos moradores de Masafer Yatta, região que o Exército israelense designou como zona de treinamento militar com fogo real desde os anos 1980. A obra é dirigida por quatro cineastas: os palestinos Hamdan Ballal e Basel Adra, e os israelenses Yuval Abraham e Rachel Szor.

O filme documenta a luta contra a expulsão de cerca de mil palestinos, a maioria árabes beduínos, que vivem sob constante ameaça de remoção forçada. Casas, plantações, reservatórios de água e tendas frequentemente são demolidos pelos militares, e os moradores temem uma expulsão total iminente.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na segunda-feira, 28, que encerrou sua amizade com Jeffrey Epstein e expulsou o agora desacreditado financista de seu clube privado na Flórida depois que Epstein o traiu mais de uma vez ao contratar pessoas que trabalhavam para ele. Trump não disse o que seus funcionários faziam ou onde trabalhavam, e a Casa Branca se recusou a comentar o assunto.

Mas a Casa Branca havia oferecido anteriormente uma explicação diferente para o rompimento. Steven Cheung, diretor de comunicações da Casa Branca, disse em um comunicado na semana passada: "O fato é que o presidente o expulsou de seu clube por ser um cretino".

Epstein se matou, segundo as autoridades, em uma cela de prisão em Nova York em 2019, enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual. Trump e seus principais aliados alimentaram teorias da conspiração sobre a morte de Epstein antes de Trump retornar ao poder. Agora, eles estão lutando para lidar com as consequências depois que o Departamento de Justiça afirmou que Epstein realmente morreu por suicídio e que não divulgaria documentos adicionais sobre o caso. O presidente e seus aliados, alguns dos quais agora fazem parte do governo, haviam prometido divulgar os arquivos.

Na Escócia

O presidente republicano falou em sua propriedade de golfe em Turnberry, na Escócia, enquanto estava sentado com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, após os líderes se reunirem e responderem a perguntas de jornalistas dos EUA e do Reino Unido.

Questionado sobre o motivo do enfraquecimento do relacionamento, Trump disse: "Isso é história antiga, muito fácil de explicar, mas não quero desperdiçar seu tempo explicando". Ele então explicou, dizendo que parou de falar com Epstein depois que "ele fez algo inadequado". "Ele roubou pessoas que trabalhavam para mim. Eu disse: 'Nunca mais faça isso'. Ele fez isso de novo e eu o expulsei do lugar, persona non grata". "Eu o expulsei e foi isso. Estou feliz por ter feito isso, se você quer saber a verdade", acrescentou Trump.

Trump recentemente instruiu a procuradora-geral Pam Bondi a solicitar a divulgação pública das transcrições seladas do grande júri no caso. Um juiz federal negou esse pedido; um segundo juiz ainda não se pronunciou.

JD Vance

O caso tem perseguido Trump no país e no exterior e até mesmo acompanhou o vice-presidente JD Vance durante uma aparição em seu Estado natal, Ohio, na segunda-feira. Um pequeno grupo de manifestantes se reuniu do lado de fora de uma fábrica em Canton que Vance visitou, segurando cartazes com os dizeres "JD protege pedófilos" e indicando que "GOP" (sigla associada ao Partido Republicano dos EUA) significa "Guardians Of Pedophiles" ("Guardiões dos Pedófilos").

Vance visitou a fábrica na segunda-feira para promover o corte de impostos e o projeto de lei de fronteira de Trump, mas também abordou o assunto Epstein, dizendo que o presidente quer "total transparência" no caso. "O presidente foi muito claro. Não estamos escondendo nada", disse Vance em resposta à pergunta de um repórter.

"O presidente instruiu a procuradora-geral a divulgar todas as informações confiáveis e, francamente, a procurar informações adicionais confiáveis relacionadas ao caso Jeffrey Epstein." "Algumas dessas coisas levam tempo", disse Vance, acrescentando que Trump foi "muito claro. Ele quer total transparência".

"Não faço desenhos de mulheres"

Trump havia dito em 2019 que Epstein era uma figura conhecida em Palm Beach, mas que os dois haviam se desentendido há muito tempo e ele não falava com Epstein havia 15 anos. O presidente também negou na segunda-feira ter contribuído para uma compilação de cartas e desenhos para marcar o 50º aniversário de Epstein, noticiada pela primeira vez pelo Wall Street Journal. O jornal disse que a carta, que se acredita ser de Trump, incluía um desenho do corpo de uma mulher.

Trump também disse que recusou o convite de Epstein para visitar uma ilha particular de propriedade do financista. "Nunca tive o privilégio de ir à ilha dele e recusei o convite, mas muitas pessoas em Palm Beach foram convidadas para ir à ilha dele", disse Trump. "Em um dos meus melhores momentos, recusei o convite. Não queria ir à ilha dele." (Com informações da Associated Press)

Um ataque aéreo russo a uma prisão na região de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia, matou pelo menos 17 detentos e feriu mais de 80, disseram autoridades ucranianas nesta terça-feira, 29. Na região de Dnipro, as autoridades relataram pelo menos quatro pessoas mortas e oito feridas.

A Força Aérea da Ucrânia informou que a Rússia lançou dois mísseis balísticos Iskander-M, além de 37 drones de ataque do tipo Shahed e veículos aéreos não tripulados (VANTs) de distração. Afirma-se que 32 drones Shahed foram interceptados ou neutralizados pelas defesas aéreas ucranianas.

O ataque na noite de segunda-feira (28) atingiu a Colônia Correcional de Bilenkivska com quatro bombas aéreas guiadas, de acordo com o Serviço Executivo Criminal do Estado da Ucrânia.

Pelo menos 42 detentos foram hospitalizados com ferimentos graves, enquanto outras 40 pessoas, incluindo um membro da equipe, sofreram vários ferimentos.

O ataque destruiu o refeitório da prisão, danificou os prédios administrativos e de quarentena, mas a cerca do perímetro resistiu e nenhuma fuga foi relatada, disseram as autoridades.

Autoridades ucranianas condenaram o ataque, dizendo que atacar infraestrutura civil, como prisões, é um crime de guerra segundo as convenções internacionais.