São esperados novos anúncios de adesão à Aliança Global contra fome, afirma Dias

Política
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O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou nesta sexta-feira, 15, que o governo brasileiro aguarda novas anúncios oficiais de adesão à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Segundo o ministro, o pacto já tem mais de 100 adesões, entre países e organismos internacionais, com impacto suficiente para alcançar centenas de milhões de pessoas.

Questionado sobre a ausência de países como Estados Unidos e Argentina entre os signatários, Dias argumentou que alguns líderes devem fazer seus próprios anúncios de participação na Aliança durante a cúpula de líderes do G20. "Temos países já hoje anunciando seus compromissos", apontou Dias. "São esperados novos anúncios a partir de segunda-feira."

O anúncio oficial da implementação da Aliança Contra a Fome e a Pobreza será feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Cúpula de Líderes do G20, que ocorre nos dias 18 e 19, no Rio de Janeiro.

Hoje, o ministro e demais integrantes do grupo que coordena as negociações para o pacto mundial contra a fome fizeram uma divulgação dos entendimentos já alcançados.

Wellington Dias disse estar otimista de que todos os países participantes do encontro confirmem sua adesão à Aliança contra a Fome. Segundo ele, o presidente norte-americano Joe Biden já se manifestou favorável ao pacto. O ministro lembrou que Biden participará da cúpula, que é preferível esperar seu anúncio, assim como o da Argentina.

"Acredito que teremos adesão de todos os países membros da ONU", previu. "Estamos otimistas com a participação integral de todos os países."

Renda e proteção social

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou nesta sexta-feira, 15, que a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza já tem uma largada "acelerada", com anúncios que atendem a centenas de milhões de pessoas até 2030. "O resultado está em linha com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) de erradicação da fome e da pobreza no planeta."

Dias apontou que os planos já acordados na aliança incluem programas de transferências de renda e sistemas de proteção social em países de baixa e média baixa renda até 2030, com alcance de 500 milhões de pessoas; expansão de programas de alimentação escolar para mais 150 milhões de crianças em países com fome e pobreza infantil endêmica; programas para 200 milhões de mulheres e crianças de 0 a 6 anos de assistência materna e primeira infância; e programas para inclusão socioeconômica a 100 milhões de pessoas, com foco nas mulheres; além de mais de US$ 10 bilhões em programas de financiamento de apoio à agricultura familiar para populações vulneráveis.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial oferecerão bilhões em financiamento para que países implementem programas na cesta de políticas da Aliança Global, informou o ministério de Desenvolvimento.

"Teremos condição de mobilizar bilhões em recursos", disse Dias, em entrevista a jornalistas durante o G20 Social, no Rio. "Portanto, (a aliança) gera um bom resultado na largada, uma largada já acelerada. Agora vem a parte da implementação."

O anúncio oficial da implementação da Aliança Contra a Fome e a Pobreza será feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Cúpula de Líderes do G20, que ocorre nos dias 18 e 19, no Rio de Janeiro.

Hoje, o ministro e demais integrantes do grupo que coordena as negociações para o pacto mundial contra a fome fizeram uma divulgação dos entendimentos já alcançados.

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O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, alertou que as consequências econômicas da prolongada paralisação do governo federal estão se intensificando, dizendo que a situação está ficando "cada vez pior", à medida que as interrupções se espalham por setores-chave e pressionam as finanças públicas.

"Vimos um impacto na economia desde o primeiro dia, mas está ficando cada vez pior. Tivemos uma economia fantástica sob o presidente Trump nos últimos dois trimestres, e agora há estimativas de que o crescimento econômico para este trimestre poderia ser reduzido pela metade se a paralisação continuar", disse ele em entrevista à ABC neste domingo.

De forma semelhante, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, pontuou hoje que o crescimento do quarto trimestre pode ser negativo se o shutdown se prolongar.

Hassett, falando ao programa "Face the Nation" da CBS, observou que a escassez de controladores de tráfego aéreo estava causando grandes atrasos nas viagens na preparação para o feriado de Ação de Graças. "Essa época é uma das mais movimentadas do ano para a economia... e se as pessoas não estiverem viajando nesse momento, então realmente poderíamos estar olhando para um trimestre negativo", acrescentou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo, 9, que "a ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e Caribe", em um sinal indireto às ameaças promovidas pelo governo dos Estados Unidos contra a Venezuela. Ele afirmou que "democracias não combatem o crime violando o direito internacional".

O governo de Donald Trump tem usado como pretexto para intensificar sua presença militar no Caribe o combate ao narcotráfico. Nos últimos meses, destruiu barcos que trafegavam pela região alegando que se tratava de embarcações de traficantes. Os tripulantes foram mortos.

O discurso de Lula foi feito na Cúpula Celac-União Europeia em Santa Marta, na Colômbia. O presidente brasileiro disse que a América Latina é uma "região de paz" e pretende continuar assim.

"A ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e Caribe. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais. Somos região de paz e queremos permanecer em paz. Democracias não combatem o crime violando o direito internacional", declarou.

Segundo Lula, a "democracia também sucumbe quando o crime corrompe as instituições, esvaziam espaços públicos e destroem famílias e desestruturam negócios". O presidente brasileiro disse que garantir "segurança é dever do Estado e direito humano fundamental" e que "não existe solução mágica para acabar com a criminalidade". O presidente defendeu "reprimir o crime organizado e suas lideranças, estrangulando seu financiamento e rastreando e eliminando o tráfico de armas".

Lula citou a última reunião da cúpula Celac-União Europeia, há dois anos, em Bruxelas. Disse que, naquela época, "vivíamos um momento de relançamento dessa histórica parceria", mas, "deste então, experimentamos situações de retrocessos".

O petista criticou a falta de integração entre os países latinoamericanos. Afirmou que "voltamos a ser uma reunião dividida" e com ameaças envolvendo o "extremismo político".

"A América Latina e o Caribe vivem uma profunda crise em seu projeto de integração. Voltamos a ser uma região dividida, mais voltada para fora do que para si própria. A intolerância cria força e vem impedindo que diferentes pontos de vista possam se sentar na mesma mesa. Voltamos a viver com a ameaça do extremismo político, da manipulação da informação e do crime organizado. Projetos pessoais de apego ao poder muitas vezes solapam a democracia", afirmou.

Em seu discurso, Lula também citou a realização da COP30, em Belém, e mencionou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). Disse que o fundo "é solução inovadora para que nossas florestas valham mais em pé do que derrubadas" e que a "transição energética é inevitável".

O petista também lamentou o tornado que atingiu a cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, e manifestou suas condolências às vítimas da tragédia climática dos últimos dias.

Um forte terremoto atingiu o norte do Japão na noite de domingo, seguido por vários tremores secundários, segundo a Agência Meteorológica do Japão. Um alerta de tsunami chegou a ser emitido.

O terremoto, com magnitude revisada para 6,9 e profundidade de 16 quilômetros, ocorreu na costa da província de Iwate às 17h03, no horário local.

Não houve relatos imediatos de feridos ou danos, nem de anormalidades nas duas usinas nucleares da região.

Tsunami

A agência havia emitido um alerta para tsunami de até 1 metro ao longo da região costeira do norte e, em seguida, informou que a água poderia atingir até 3 metros em alguns pontos.

Um tsunami de cerca de 10 centímetros foi detectado nas cidades de Ofunato, na província de Iwate, e nos portos de Ominato, Miyako e Kamaishi, chegando depois a 20 centímetros na área costeira de Kuji. O tsunami que se seguiu em Ofunato também atingiu 20 centímetros, segundo a agência.

Ondas de tsunami que seguem terremotos podem continuar por algumas horas, atingindo repetidamente a costa e, às vezes, aumentando de intensidade com o tempo.

Enquanto o alerta estava em vigor, as autoridades pediram que a população se mantivesse afastada do mar e das áreas costeiras, e alertaram para a possibilidade de novos tremores na região.

O alerta de tsunami foi suspenso cerca de três horas após o tremor inicial, mas a agência meteorológica informou que a área continua em risco de terremotos fortes por cerca de uma semana - especialmente nos próximos dois ou três dias.

Efeitos

Novos tremores foram registrados na província de Iwate, e a principal ilha mais ao norte, Hokkaido, também foi atingida pela sequência de abalos.

O nordeste do Japão é propenso a terremotos, incluindo o triplo desastre - terremoto, tsunami e colapso nuclear em Fukushima - ocorrido em março de 2011, ao sul de Iwate, que matou quase 20 mil pessoas, em sua maioria vítimas do tsunami, e causou sérios danos à usina nuclear de Fukushima Daiichi.

Mais de uma década depois, ainda há pessoas deslocadas da zona de exclusão. Manifestações continuam a ser realizadas periodicamente - a mais recente no sábado - para protestar contra o que é visto como falta de reconhecimento, por parte das autoridades, dos graves riscos da energia nuclear.

Um funcionário da agência, em entrevista coletiva no fim da noite de domingo, disse que não há indícios de que o terremoto mais recente esteja diretamente relacionado ao de 2011, embora a região seja geralmente suscetível a grandes tremores, como outro registrado em 1992.

Os trens-bala da região foram temporariamente interrompidos, segundo a operadora ferroviária JR East. O Japão, situado no "anel de fogo" do Pacífico, é um dos países mais propensos a terremotos no mundo.