Veja os apelidos de Lula, Alckmin e Moraes no plano golpista investigado pela PF

Política
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A Operação Contragolpe, que prendeu quatro militares e um policial federal na manhã desta terça-feira, revelou os codinomes que eram dados aos alvos no plano golpista, intitulado "Punhal Verde e Amarelo".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) eram tratados como "Jeca" e "Joca". Em algum momento, um "Juca" também foi usado pelos criminosos. O codinome ainda não foi identificado, mas, para os investigadores, ele se refere ao atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que na época era senador eleito pelo Maranhão e futuro ministro da Justiça. "Juca" era referido pelo grupo como "eminência parda do 01 e das lideranças do futuro gov".

Já o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes recebeu dos golpistas o codinome "Professora".

Os investigados também possuíam codinomes para não serem identificados, baseados nos países que participaram na Copa do Mundo daquele ano. Em um grupo criado no aplicativo Signal, eles se referiam uns aos outros como Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana, para discutir e detalhar os planos do golpe e assassinato dos alvos.

Em alguns casos, eles usavam mais de um codinome para a mesma pessoa. Rafael Martins de Oliveira, um dos 'kids pretos', usou o codinome "Diogo Bast" e "Japão".

O plano previa o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes no dia 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação do petista no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Operação Contragolpe

Na manhã desta terça-feira,19, a Polícia Federal prendeu cinco pessoas na Operação Contragolpe, por planejarem um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e "restringir o livre exercício do Poder Judiciário".

Cinco ordens de prisão foram emitidas, acompanhadas por três autorizações para busca e apreensão, além de 15 medidas restritivas alternativas à prisão. Entre as medidas, estão o veto à comunicação com outros envolvidos, a proibição de deixar o País (com a necessidade de entregar os passaportes em até 24 horas) e o afastamento de funções públicas. As ações são realizadas com o apoio do Exército Brasileiro, abrangendo Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.

Os detalhes do plano constam da representação da Polícia Federal pela prisão do general reformado do Exército Mário Fernandes; dos 'kids pretos Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo - militares com especialização em Forças Especiais; e do policial federal Wladimir Matos Soares. Todos foram capturados nesta manhã por ordem do ministro Alexandre de Moraes.

Os "kids pretos" são militares do Exército Brasileiro treinados em Operações Especiais, conhecidos por usar gorros pretos durante missões. Formados em instituições como o Centro de Instrução de Operações Especiais, em Niterói, e o Comando de Operações Especiais, em Goiânia, esses profissionais são especializados em guerra não convencional, contraterrorismo e ações em ambientes de alta complexidade. A atuação do grupo é sigilosa, exigindo aprovação direta do Comando do Exército.

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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou a indicação do CEO da Cantor Fitzgerald, Howard Lutnick, ao cargo de secretário do Comércio. Para ser concretizada, a nomeação depende de aprovação do Senado.

Desde a eleição, há duas semanas, Lutnick vinha sendo ventilado como possível nome à chefia do Departamento do Tesouro. Nos últimos dias, no entanto, a imprensa americana relatava que outros cotados ganharam mais força e superaram Lutnick na corrida pelo cargo, entre eles o ex-dirigente do Fed Kevin Warsh.

Se aprovado, Lutnick substituirá Gina Raimondo no comando da pasta responsável pela definição da política comercial da maior economia do planeta. O posto tende a assumir posição central na agenda de Trump, que promete impor uma postura protecionista não só com rivais como a China, mas também com parceiros históricos como México e Europa.

O presidente da China, Xi Jinping, foi recebido em Brasília nesta terça-feira, 19, pelos ministros Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ainda está no Rio de Janeiro, onde participou das atividades da cúpula do G20.

Xi Jinping pousou em Brasília às 15h44 e deixou a Base Aérea por volta das 16h10, de acordo com a Casa Civil. As atividades da visita de Estado do chinês estão marcadas para a quarta-feira, 20. Ele encontrará Lula no Palácio da Alvorada e também terá um jantar no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.

Lula deve retornar a Brasília ainda nesta terça-feira. O petista realiza as últimas reuniões bilaterais com líderes estrangeiros depois do encerramento das atividades do G20.

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