Morre aos 75 anos Flaviano Melo, ex-governador do Acre

Política
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O ex-governador do Acre e ex-prefeito de Rio Branco Flaviano Melo faleceu nesta quarta-feira, 20, aos 75 anos, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein desde o dia 9 de novembro para tratar uma pneumonia.

O governador Gladson Cameli (PP) decretou um luto oficial de três dias no Estado. O velório do ex-governador ocorrerá a partir de sexta-feira, 22, no Palácio Rio Branco.

Formado em engenharia civil, Melo filiou-se ao MDB em 1969. Em 1983, foi nomeado prefeito de Rio Branco pelo governador Nabor Júnior. Do mandato no Executivo municipal, elegeu-se ao governo do Estado em 1986. Na eleição seguinte, em 1990, elegeu-se senador.

Durante a década de 1990, Melo enfrentou reveses nas eleições que disputou. Em 1994, perdeu o pleito para o governo do Acre e, em 1998, perdeu a reeleição no Senado. Em 2000, elegeu-se prefeito de Rio Branco, renunciando ao cargo dois anos depois para disputar o governo estadual, não sendo eleito.

Em 2006, elegeu-se à Câmara dos Deputados, emendando quatro mandatos consecutivos. Permaneceu na Casa até 2023.

Flaviano Melo foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo suposto desvio de recursos públicos em um esquema conhecido como "escândalo Flávio Nogueira". O caso foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2018.

Políticos do MDB lamentaram a morte de Melo. "Seu legado de dedicação ao povo e à democracia será sempre lembrado", disse o deputado federal Baleia Rossi, presidente nacional da sigla. "Uma vida inteira dedicada ao bem estar das pessoas de sua terra", afirmou Renan Filho, ministro dos Transportes.

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Em reunião nesta terça, 4, com o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, na Casa Branca, o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs a retirada permanente dos palestinos da Faixa de Gaza, em razão da devastação causada pela guerra de Israel contra o Hamas, após o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023. Ele sugeriu que eles criassem um Estado em outro lugar.

A declaração de ontem marcou a primeira vez que Trump - ou qualquer presidente americano - fala publicamente sobre a realocação permanente dos palestinos da Faixa de Gaza. Ao lado de Netanyahu, ele disse que o território "não é um lugar para as pessoas viverem", e afirmou que os moradores "não deveriam voltar para lá".

"Gaza não é um lugar para as pessoas viverem", disse o presidente americano. "Espero que possamos fazer algo para que eles não queiram voltar, porque eles não experimentaram nada além de morte e destruição. Precisamos de outro local. Acho que deveria ser um local que deixasse as pessoas felizes."

Trump sugeriu ainda que há interessados em participar da reconstrução de Gaza, sem citar nomes. O republicano disse que "consegue imaginar uma bela área para reassentar pessoas de forma permanente, em boas casas e onde elas possam ser felizes e não ser baleadas, mortas ou esfaqueadas até a morte".

Críticas

A ideia de Trump é que, enquanto não for encontrada uma nova pátria para os palestinos, Egito e Jordânia fiquem com os refugiados. Embora ele tenha apresentado a solução como um imperativo humanitário, a sugestão não tem apoio entre os países árabes do Oriente Médio.

Egito e Jordânia rejeitam receber um grande número de refugiados, devido ao fardo socioeconômico e aos temores de instabilidade. Os habitantes de Gaza também não mostram interesse em sair do enclave, que passaram anos defendendo, apesar da destruição.

Juristas e diplomatas dizem que forçar a retirada dos 2,2 milhões de moradores do enclave configura crime de limpeza étnica, de acordo com as Convenções de Genebra. Em novembro, a Human Rights Watch afirmou que os deslocamentos forçados internos de palestinos, ordenados por Israel, dentro da Faixa de Gaza eram um crime de guerra.

O Hamas, que governou Gaza nas últimas duas décadas, também rejeitou a ideia. Sami Abu Zuhri, uma autoridade de alto escalão do grupo, afirmou que a sugestão de Trump era "uma receita para criar caos e tensão na região".

Os chanceleres de Jordânia, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Catar e Egito, além de um representante da Autoridade Palestina, enviaram uma carta ao secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, rejeitando a ideia de reassentar os palestinos em qualquer outro lugar.

Netanyahu

O premiê de Israel não comentou a sugestão de Trump, embora integrantes de sua coalizão, especialmente os aliados de extrema direita, como Bezalel Smotrich e Itamar Ben-Gvir, desejem aproveitar o apoio da Casa Branca para anexar o enclave.

Outro objetivo de Netanyahu ontem na Casa Branca era discutir a segunda fase do acordo de cessar-fogo com o Hamas. "Vamos tentar", respondeu o premiê, sobre a perspectiva de manter a trégua.

O primeiro-ministro é pressionado pelas famílias dos reféns do Hamas a manter o acordo, enquanto parte da coalizão de extrema direita exige que Israel retome a guerra o mais breve possível, o que poderia derrubar o governo de Israel. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que relatos de que o país estaria trabalhando em conjunto com Israel para "explodir o Irã em pedacinhos" são muito exagerados, em publicação nesta manhã em seu perfil na Truth Social. Na postagem, o republicano afirma que deseja que o Irã seja um país "grande e bem-sucedido", mas que não pode ter armas nucleares.

"Eu preferiria muito mais um Acordo de Paz Nuclear Verificado, que deixaria o Irã crescer e prosperar pacificamente", escreveu. De acordo com Trump, é preciso começar a trabalhar em uma proposta imediatamente e promover uma "grande celebração" no Oriente Médio quando um acordo for concluído e assinado.

Na terça-feira, 4, Trump assinou um decreto que impõe pressão máxima sobre o governo do Irã, visando impedir o desenvolvimento de armas nucleares, além da imposição de sanções econômicas. "Como presidente, minha maior prioridade é garantir a segurança dos Estados Unidos e do povo americano", declarou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 5, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realiza "bravatas" e que ele está isolando os EUA do mundo. A declaração foi dada, em entrevista às rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM BH, de Minas Gerais.

"Tem um tipo de político que vive de bravata. O presidente Trump fez a campanha dele assim. Tomou posse e já anunciou ocupar a Groenlândia, anexar o Canadá, mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, reocupar o Canal do Panamá. Sinceramente, nenhum país, por mais importante que seja, pode brigar com todo mundo todo o tempo", disse. "Os Estados Unidos estão se isolando do mundo", afirmou.

O petista reiterou que o Brasil vai taxar os produtos dos EUA: "É lógico. É o mínimo de decência um governo utilizar a reciprocidade".

Segundo Lula, a Organização Mundial do Comércio (OMC) permite a taxação de até 35% para qualquer produto. "Para nós, o que seria importante seria os EUA baixar a taxação e nós abaixarmos a taxação, mas se ele ou qualquer país aumentar a taxação do Brasil, usaremos a reciprocidade e vamos taxar eles também", declarou.

Lula defendeu que os Brics tenham o direito de discutir uma eventual troca da moeda comum para as negociações, sem usar o dólar.

"Os Brics significa praticamente metade da população mundial, metade do comércio exterior do mundo. Nós temos o direito de discutir a criação de uma forma de comercialização que a gente não dependa só do dólar. Não foi o mundo ou a ONU que decidiu que o dólar seria a moeda, foi os EUA", afirmou.

O presidente disse que o mundo não pode ter "preocupação com as bravatas do Trump" e que os Estados Unidos precisam do mundo mais do que o mundo precisa dos Estados Unidos.

"É importante que a gente não tenha preocupação com as bravatas do Trump, que a gente discuta o que é importante para nós e para o mundo. Não é o mundo que precisa dos EUA, os EUA também precisam do mundo, precisam conviver harmonicamente com Brasil, México, China. Ninguém pode viver de bravata a vida inteira", declarou.

"Ele (EUA) não pode agora mudar do país que vendia a ideia da paz para o país que vende a ideia da provocação, da discordância", afirmou Lula.