Confederação Israelita 'exclui' Bolsonaro em jantar de líderes da direita

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Um jantar realizado pela Confederação Israelita do Brasil (Conib) neste sábado, 23, contou com a presença de lideranças de direita como os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por outro lado, não esteve na 55ª convenção anual da entidade, que ocorreu dois depois de ele ser indiciado pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado.

A defesa do Estado de Israel foi uma das principais marcas da política externa do governo de Jair Bolsonaro. Ele visitou o país enquanto chefe do Executivo federal, em 2019, repetindo uma viagem que havia feito em 2016, quando foi batizado pelo Pastor Everaldo no rio Jordão.

Durante a campanha presidencial de 2018, uma das promessas de Bolsonaro era a transferência da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém, mas o plano nunca saiu do papel. Desde aquele momento, a defesa do Estado de Israel é presente entre bolsonaristas, sendo frequente o uso da bandeira israelense pelos apoiadores do ex-presidente em manifestações nas redes sociais ou em passeatas em vias públicas.

Apesar do histórico, a Conib possui atritos com o ex-presidente e seus aliados, como o ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten, de ascendência judaica. Há registros de eventos com empresários promovidos pelo advogado de Bolsonaro em oposição às conferências da entidade, presidida pelo médico Cláudio Lottenberg, que já foi criticado por Wajngarten por um artigo de opinião sobre o conflito israelo-palestino. O Estadão procurou Wajngarten para comentar sua relação com a Conib, mas não houve retorno.

'Futuro presidente está nessa sala', diz presidente da Conib

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o secretário de governo de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) também estiveram no evento.

Em discurso, Cláudio Lottenberg relevou a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no encontro. Para Lottenberg, não ter convidado o atual chefe do Executivo federal se justifica porque, entre os governadores presentes no jantar, estaria o "futuro presidente do Brasil".

"Perguntaram, Gilberto (Kassab), se eu havia convidado o presidente para estar presente. Quando vejo aqui o governador Cláudio (Castro), o governador Tarcísio (de Freitas), o governador (Ronaldo) Caiado, esses governadores que nos telefonam, nos prestigiam. Posso dizer o seguinte: eu não convidei o atual presidente, mas o futuro presidente do Brasil está nessa sala", disse Lottenberg.

Os governadores presentes discursaram durante o jantar, mas não fizeram referência ao indiciamento de Jair Bolsonaro. Além do ex-presidente, a lista dos 37 indiciados pela PF contém nomes que fizeram parte do alto escalão da gestão federal anterior, como Walter Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Anderson Torres (Justiça) e Augusto Heleno (GSI), além de aliados de confiança de Bolsonaro, como Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, e Filipe Martins, seu ex-assessor internacional.

Em outra categoria

A líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, disse nesta segunda-feira, 225, que pode derrubar o governo da França até o final do ano, a menos que mudanças sejam feitas no projeto de lei orçamentária do país para 2025. O projeto de lei deve ser aprovado até 21 de dezembro.

Le Pen fez seus comentários após uma reunião com o primeiro-ministro conservador Michel Barnier sobre o orçamento do próximo ano e outras questões. Barnier se encontraria com outros líderes políticos da esquerda e do centro mais tarde no dia.

Le Pen disse que os legisladores de seu partido Reagrupamento Nacional (RN), incluindo ela, vão apresentar uma moção de confiança se o projeto de lei orçamentário em debate no parlamento "permanecer como está", criticando a recusa em aumentar os impostos sobre eletricidade e a necessidade de aumentar as pensões estaduais a partir de janeiro.

A França está sob pressão do órgão executivo da União Europeia (UE) para reduzir sua dívida colossal. O gabinete de Barnier busca reduzir o déficit da França de uma estimativa de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) para 5% no ano que vem por meio de um aperto orçamentário de 60 bilhões (US$ 66 bilhões).

O gabinete de Barnier é forçado a confiar na boa vontade da extrema direita para poder permanecer no poder, em um parlamento amplamente dividido. No mês passado, o governo sobreviveu a um voto de confiança trazido pela coalizão de esquerda porque o grupo de extrema direita se absteve de votar.

Os comentários de Le Pen ocorrem enquanto ela e outras autoridades do partido RN estão sendo julgados em Paris por suspeita de desvio de fundos do Parlamento Europeu. Os promotores de Paris solicitaram uma sentença de prisão de 2 anos para ela, juntamente com um período de 5 anos de inelegibilidade para concorrer a um cargo.

Os ministros das Relações Exteriores do G7 expressaram um otimismo cauteloso nesta segunda-feira, 25, sobre um possível progresso no cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Os diplomatas se reuniram pela última vez antes da posse de um novo governo dos EUA, em meio a guerras no Oriente Médio e na Ucrânia.

"Bata na madeira", disse o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, ao abrir a reunião do G7 nos arredores de Roma. "Talvez estejamos perto de um cessar-fogo no Líbano", afirmou ele. "Esperemos que seja verdade e que não haja recuo no último minuto."

Pela primeira vez, os ministros do G7 foram acompanhados por seus homólogos da Arábia Saudita, Egito, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Qatar, o chamado "Quinteto Árabe", bem como pelo secretário-geral da Liga Árabe.

"Todos são a favor de um cessar-fogo em ambos os cenários", disse Tajani aos repórteres, acrescentando que a Itália havia se oferecido para assumir um papel ainda maior de manutenção da paz no Líbano para supervisionar qualquer acordo de cessar-fogo.

Enquanto os ministros chegavam à Itália, o embaixador israelense nos EUA, Mike Herzog, disse à Rádio do Exército de Israel hoje que um acordo de cessar-fogo para acabar com os combates no Líbano poderia ser alcançado "dentro de dias".

Policiais de Dongemond, no sul da Holanda, encontraram um gnomo de jardim pesando quase 2 kg e feito de MDMA, droga sintética popularmente conhecida como ecstasy ou molly. As informações são da emissora britânica BBC.

A polícia não divulgou em qual área o gnomo foi apreendido, mas a BBC aponta que a polícia de Dongemond cobre os municípios de Oosterhout, Geertruidenberg, Drimmelen e Altena. O gnomo foi encontrado entre supostos narcóticos durante uma grande busca por drogas.

"As drogas aparecem em muitas formas e tamanhos, mas de vez em quando nos deparamos com coisas especiais", disse a polícia, em uma publicação no Facebook. A postagem ainda afirma que os policiais acharam estranho o gnomo estar entre vários supostos narcóticos, por isso também o testou para drogas.

"Este gnomo de jardim pesando quase 2 quilogramas foi feito de MDMA! O próprio gnomo ficou visivelmente assustado...", diz o texto, em uma brincadeira que faz referência ao fato de o gnomo ter as mãos sobre a boca.

Segundo a BBC, MDMA é uma substância ilegal na Holanda, país que, em 2019, estava entre os principais produtores mundiais da droga. Outros casos de MDMA em lugares inusitados já chamaram a atenção no país, destaca a emissora britânica, como um escocês que foi preso em 2023 por mais de quatro anos por tentar contrabandear mais de £ 84.000 em MDMA que estava escondido em comida de gato para o país.