Bolsonaro não deu o golpe por ter ficado 'com medo de ser preso', disseram militares

Política
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Além de revelarem a esperança de militares com um golpe de Estado na alvorada do governo Lula, mensagens trocadas entre investigados das Operações Tempus Veritatis e Contragolpe - inquérito sobre tentativa de ruptura democrática - mostram que aliados de Jair Bolsonaro estavam indignados com a falta de adesão do Exército e da Aeronáutica à intentona do ex-presidente e desejam a prisão de generais da cúpula do então governo. Eles também conversaram sobre a razão de Bolsonaro não dar um golpe sem o apoio das Forças Armadas. O ex-presidente teria ficado "com medo de ser preso".

As conversas constam do relatório de 884 páginas no qual a Polícia Federal indiciou Bolsonaro e 36 aliados e militares de alta patente por supostos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O documento foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República nesta terça, 26.

Os diálogos em que militares atacam as Forças Armadas foram mantidos após a tentativa de golpe do dia 15 de dezembro - que não ocorreu somente em razão da negativa do Exército e da Aeronáutica. Eles reclamam que "infelizmente a FAB afrouxou e o EB agora também está afrouxando". ".....somente o MB quer guerra..... o PR realmente foi abandonado.... (...)".

No dia 20 de dezembro, o tenente-coronel do Exército Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros atacou os integrantes do Alto-Comando. "Nossos líderes, formados naquela escola de prostitutas né, por escolherem um lado, o seu lado lado pessoal, em detrimento do povo."

Em seguida, ele explica o motivo de Bolsonaro "não ter publicado o decreto golpista, que estava pronto". "E o presidente não vai embarcar sozinho porque pode acontecer o mesmo que no Peru. Ele está com decreto pronto, ele assina e aí ninguém vai, ele vai preso. Então não vai arriscar."

No mesmo dia, Cavaliere relatou, em uma outra conversa, que havia falado com Mauro Cid. "(...) Acabei de falar com Cid, e ele falou que não vai ter nada, está pronto, só que não vai assinar por conta disso que te falei, o Alto-Comando tá rachado e não quer.... não quer encampar a ideia (...)."

O interlocutor de Cavaliere na ocasião, o coronel Gustavo Gomes, desabafou sobre a frustração do golpe de Estado. Eles citam a participação dos generais Braga Netto e Augusto Heleno na trama e expressam o desejo de ver os dois presos, já que o golpe não se concretizou.

Mensagens entre os coronéis Fabrício Bastos e Correa Netto também mostram como o decreto estava pronto, mas não foi assinado por Bolsonaro pelo fato de não ter conseguido o apoio do Exército.

No dia 21 de dezembro, Correa Neto diz que falou com Cid: "Pô....pra esquecer que não vai rolar nada não. Ele falou ó....cara pode esquecer num...deve....o decreto não vai sair".

Ele segue: "Só faria se tivesse o apoio das Forças Armadas... porque ele tá com medo de ser preso. (...)"

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O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que a instruiu as Forças Defesa do país (IDF) a criou "plano de execução" para conter ameaças futuras do Irã, dias após os dois países terem firmado um cessar-fogo no conflito de 12 dias. Em publicação no X, ele disse que o plano incluía manter a superioridade aérea israelense, impedir o avanço nuclear e a produção de mísseis, e responder Teerã por "apoiar atividades terroristas contra o Estado de Israel".

"Trabalharemos regularmente para frustrar ameaças desse tipo. Sugiro que o chefe de Teerã entenda e tome cuidado: depois de 7 de outubro, a imunidade acabou", ameaçou o ministro de Israel.

Na postagem, Katz diz que Israel frustrou a infraestrutura nuclear iraniana e agradeceu aos aliados americanos "pela assistência". "Destruímos os sistemas de produção de mísseis e danificamos severamente os lançadores. Eliminamos a elite de segurança e os principais cientistas no avanço do programa nuclear", acrescentou.

O Ministério das Relações Exteriores da Índia confirmou, nesta sexta-feira, que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, estará no Brasil para a Cúpula dos Brics, que será realizada no Rio de Janeiro, e deve realizar "várias reuniões bilaterais".

De acordo com o comunicado oficial, ele deve trocar opiniões sobre questões globais importantes, incluindo reforma da governança global, paz e segurança, fortalecimento do multilateralismo, uso responsável da inteligência artificial, ação climática, saúde global, questões econômicas e financeiras.

"Para a visita de Estado ao Brasil, o primeiro-ministro viajará para Brasília, onde manterá discussões bilaterais com o presidente Lula sobre o alargamento da Parceria Estratégica entre os dois países em áreas de interesse mútuo", informa o ministério.

Antes da chegada ao Brasil, Modi visitará Gana, Trinidad e Tobago e a Argentina, onde se encontrará com o presidente argentino, Javier Milei. Na sequência, o líder indiano viajará para a Namíbia.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou nesta sexta-feira (27) a decisão da Suprema Corte dos EUA que limitou o alcance de decisões judiciais que barravam suas ordens executivas em todo o país. A medida, tomada por 6 votos a 3, foi considerada uma vitória importante para a Casa Branca ao restringir as chamadas injunções nacionais emitidas por juízes federais de primeira instância.

"Grande decisão da Suprema Corte. Estou muito feliz", afirmou Trump em coletiva de imprensa. Segundo ele, o governo poderá agora "prosseguir com vários programas da nossa agenda". Entre as medidas que espera implementar com base na decisão, Trump citou o fim da cidadania automática para filhos de imigrantes nascidos nos EUA e barrar o uso de recursos públicos para procedimentos médicos de pessoas transgênero.

Trump ainda agradeceu à Suprema Corte por "resolver o problema das injunções" e indicou que também pretende avançar com o corte de financiamento para as chamadas 'cidades santuário', municípios que limitam a cooperação com autoridades federais de imigração.