Vice de Nunes vai assumir secretaria que cuida de pontos sensíveis da gestão

Política
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O coronel Ricardo Mello Araújo (PL), vice-prefeito eleito de São Paulo na chapa de Ricardo Nunes (MDB), assumirá a Secretaria de Projetos Estratégicos na próxima gestão. A informação foi anunciada por Nunes em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 27. Ao Estadão, o prefeito afirmou que Edson Aparecido (MDB) seguirá no comando da Secretaria de Governo.

Mello Araújo já havia declarado, em entrevista ao Estadão, interesse em atuar de maneira abrangente na administração municipal, sem se restringir a uma área específica, e lidando com as "encrencas" da gestão. Após uma conversa com o prefeito, os dois bateram o martelo sobre a pasta.

"Ele aceitou (comandar Projetos Estratégicos), vai caminhar para isso", disse Nunes, que continuou. "Nós temos uma cidade de 12 milhões de habitantes com tantos desafios. Tem pontos que você precisa acompanhar mais de perto. (A indicação para a secretaria vai servir) para ele me ajudar a cuidar de alguns pontos mais críticos da cidade e, assim, poder atuar em todas as áreas: da Segurança, do Transporte, da Educação, da Saúde, da zeladoria", completou o prefeito reeleito.

Desde o início, Mello Araújo, indicado ao posto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), demonstrou resistência à ideia de comandar uma secretaria. Ele chegou a dizer que gostaria de ser "vice-prefeito", e não ficar atrelado a um tema único, como Segurança Pública ou Transportes, áreas nas quais chegou a ser cotado.

A Secretaria de Projetos Estratégicos é uma saída que não prende o vice-prefeito a um só tema. Como mostrou o Estadão, na Secretaria de Projetos Estratégicos, Mello Araújo ficará responsável por enfrentar questões sensíveis da gestão, como a Cracolândia e a concessão do serviço funerário, alvo de críticas devido ao aumento de preços. No último domingo, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o município restabeleça a comercialização e a cobrança dos serviços cemiteriais e funerários com os valores praticados antes da concessão.

Nunes disse ao Estadão que, além do espaço de Mello Araújo na gestão, decidiu também que Edson Aparecido continuará na Secretaria de Governo. Aparecido é um dos aliados mais próximos de Nunes no governo atual. Ex-secretário de Saúde na gestão de Bruno Covas (PSDB), ele foi mantido na pasta após a morte do tucano e só deixou o cargo para disputar uma vaga no Senado Federal em 2022, ocasião em que trocou o PSDB pelo MDB.

Depois de ser derrotado nas urnas, Aparecido retornou à administração municipal como secretário de Governo, consolidando-se como braço-direito do prefeito, atuando não apenas na articulação política da gestão, mas também na viabilização de projetos prioritários para o governo.

Aparecido, que é um dos fundadores do PSDB, acumula vasta experiência política. Foi deputado estadual e federal e atuou em diversas administrações municipais e estaduais, trabalhando ao lado de nomes como os ex-governadores José Serra (PSDB), Geraldo Alckmin (atualmente no PSB), de quem foi chefe da Casa Civil, e João Doria, também ex-tucano. Na campanha eleitoral, Aparecido foi um dos aliados de Nunes que defenderam um distanciamento em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na pandemia de Covid-19, quando estava à frente da pasta de Saúde, Aparecido foi crítico à atuação do então mandatário.

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Horas após o início do cessar-fogo de 60 dias entre Israel e o Hezbollah, o Exército do Líbano anunciou nesta quarta-feira, 27, o envio de tropas para o sul do país, na região ao sul do rio Litani. Os militares deslocaram-se com o objetivo de reforçar a mobilização de força para aplicação da trégua, à medida que milhares de libaneses voltam para suas casas na região.

Nesta quarta-feira, as estradas que levam ao sul do Líbano ficaram congestionadas por carros e caminhonetes sobrecarregadas de milhares de libaneses deslocados pela guerra, que decidiram retornar antes mesmo da autorização dos militares.

Malas, colchões e cobertores estavam empilhados nos tetos dos carros que seguiam para o sul, mesmo com o Exército de Israel alertando os civis contra o retorno imediato a algumas áreas e declarando toque de recolher em grande parte do sul do Líbano até quinta-feira de manhã. O exército libanês também havia pedido à população para "esperar" que as tropas israelenses se retirassem "antes de retornar às aldeias e vilarejos na linha de frente".

A trégua entrou em vigor às 4h locais (23h de terça-feira pelo horário de Brasília). O acordo, mediado pelos EUA e pela França e aprovado por Israel na terça-feira à noite, prevê uma interrupção inicial de dois meses nos combates e exige que o Hezbollah encerre sua presença armada no sul do Líbano, enquanto as tropas israelenses devem retornar ao seu lado da fronteira.

Sob o acordo, espera-se que o Exército libanês, que é parcialmente financiado pelos Estados Unidos, mova tropas para o sul para impor a paz, enquanto o Hezbollah e as forças israelenses se retiram da área.

Além das tropas libanesas adicionais, forças de paz da ONU devem ser enviadas ao sul do Líbano, e um painel internacional liderado pelos Estados Unidos se comprometeu em monitorar o cumprimento do acordo.

Israel abre fogo em área restrita

O Exército israelense alertou os libaneses deslocados para não retornarem às aldeias no sul do Líbano, onde as tropas israelenses ainda estavam presentes após a invasão terrestre no início de outubro. As forças israelenses abriram fogo para repelir veículos que estavam entrando em uma área restrita.

Três jornalistas, incluindo um fotógrafo freelancer que trabalhava para a agência Associated Press, disseram que foram baleados e feridos por tropas israelenses enquanto cobriam o retorno de pessoas deslocadas para a cidade de Khiam, a cerca de 6 quilômetros da fronteira. O exército israelense disse que estava investigando.

Uma autoridade de segurança israelense disse que à agência Associated Press as forças israelenses permaneceram em suas posições horas após o início do cessar-fogo e só vão se retirar de forma gradual.

O oficial disse que o ritmo da retirada e o retorno programado de civis libaneses dependeriam se o acordo fosse implementado e executado. O oficial falou sob condição de anonimato, pois não estava autorizado a falar sobre o acordo com a imprensa.

Os militares libaneses pediram aos deslocados que retornam ao sul do Líbano que evitem vilas e cidades que estão na linha de frente da fronteira até que as forças israelenses deixem a região.

Os moradores que retornarem irão se deparar com um cenário de destruição, depois de quase dois meses de invasão terrestre pelo exército israelense, que alegou ter encontrado vastos esconderijos de armas e infraestrutura do Hezbollah. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Pelo menos cinco dos indicados pelo presidente eleito, Donald Trump, para cargos importantes no governo disseram que foram alvo de ameaças de bomba ou de falsos avisos de emergência que levaram a polícia a correr para as suas casas esta semana, levantando novas preocupações sobre a violência política.

Nenhum dispositivo explosivo foi encontrado em nenhum dos incidentes.

Pete Hegseth, escolhido por Trump para secretário de Defesa, foi alvo de uma ameaça de bomba na casa de sua família no Tennessee, de acordo com uma pessoa familiarizada com o incidente.

Brooke Rollins, indicada secretária da Agricultura, disse que sua casa foi atacada em Fort Worth, Texas. A equipe da deputada republicana Elise Stefanik de Nova York relatou que a casa dela também recebeu uma ameaça de bomba. Stefanik é a escolha de Trump para ser embaixadora nas Nações Unidas.

John Ratcliffe, indicado por Trump para a Agência Central de Inteligência, recebeu uma ameaça de bomba em sua casa, o que levou as autoridades locais a responderem, disse uma pessoa familiarizada com o incidente.

E Lee Zeldin, escolhido por Trump para dirigir a Agência de Proteção Ambiental, disse que uma ameaça de bomba foi avisada às autoridades, com uma "mensagem de tema pró-Palestina". Zeldin é judeu.

O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, está pressionando a Ucrânia a aumentar rapidamente o tamanho das suas forças armadas, recrutando mais tropas e renovando as suas leis de mobilização para permitir o recrutamento de jovens com apenas 18 anos.

Uma alta autoridade do governo Biden, que falou sob condição de anonimato para discutir as consultas privadas, disse hoje que a Casa Branca deseja que a Ucrânia reduza a idade de mobilização para 18 anos, dos atuais 25 anos.

A autoridade disse que "a matemática pura" da situação atual da Ucrânia é de que ela precisa de mais tropas na luta. Atualmente, a Ucrânia não mobiliza ou treina soldados suficientes para substituir as perdas no campo de batalha e, ao mesmo tempo, acompanhar o avanço militar da Rússia, acrescentou a autoridade.

Segundo a autoridade, os ucranianos acreditam que precisam de cerca de 160 mil soldados adicionais, mas os EUA entendem que provavelmente precisarão de mais do que isso. Mais de 1 milhão de ucranianos estão mobilizados hoje, incluindo a Guarda Nacional e outras unidades.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também tem ouvido preocupações de aliados em outras capitais ocidentais de que a Ucrânia tem um problema ao nível das tropas e não um problema de armas, de acordo com autoridades europeias que pediram anonimato para discutir as delicadas conversações diplomáticas.

Os aliados europeus ressaltaram que o cenário pode tornar insustentável para a Ucrânia continuar a operar na região fronteiriça russa de Kursk. A situação em Kursk tornou-se ainda mais complicada com a chegada de milhares de soldados norte-coreanos, que vieram ajudar Moscou.