Moraes manda prender radialista, que quebra tornozeleira eletrônica e xinga ministro

Política
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decretou a prisão preventiva do radialista Roque Saldanha, que ganhou holofotes nas redes sociais após tirar a tornozeleira eletrônica que usava e gravar um vídeo bradando: "O senhor (Moraes) pega essa tornozeleira, abre seu c* e enfia dentro".

A prisão de Saldanha está ligada ao descumprimento de medidas cautelares alternativas à prisão impostas ao radialista por suposta incitação aos atos golpistas de 8 de janeiro, em especial o uso da tornozeleira eletrônica - justamente o aparelho que ele rompeu e usou para atacar Moraes em vídeo.

O mandado de prisão de Saldanha foi expedido na segunda-feira, 25, e a ordem de prisão assinada no último dia 19, portanto antes da divulgação do vídeo. O mandado ainda consta como pendente de cumprimento. Para Moraes, o radialista está "deliberadamente desrespeitando" as medidas cautelares impostas pelo STF, "revelando seu completo desprezo pela Corte e pelo Poder Judiciário".

A nova ordem de prisão de Saldanha - que foi preso na Operação Lesa Pátria em 2023 - registra que o radialista violou a ordem de monitoramento eletrônico mais de 50 vezes somente esse ano e foi alertado, de antemão, que sua prisão preventiva poderia ser decretada caso os descumprimentos continuassem.

Na gravação que circula nas redes sociais, feita na terça, 26, Saldanha se diz da extrema-direita e da bancada da bala, e alega que tirou a tornozeleira eletrônica porque sua perna estava "fervendo", "cozinhando" e ele não estava aguentando. "E o sr com essa palhaçada de mandar mandado de prisão pra mim rapaz. Tu deveria criar vergonha na cara e aprender a virar homem. Eu não vivo sem trabalhar, sem comer não, tenho compromissos".

Saldanha agrava o ataque, diz que Moraes teria "vendido sentença para políticos durante o tempo do coronavírus" e chama o ministro de "vagabundo, safado, pilantra". Diz que não estava em Brasília no 8 de janeiro. "Estado de direito da capaça do seu c*. O sr pega essa tornozeleira abre seu c* e enfia dentro rapaz", diz.

A decisão que determinou a prisão registra que, em janeiro de 2023, a Polícia Federal encaminhou ao STF um ofício atribuindo a Saldanha condutas que poderiam ser enquadradas como crimes de ameaça, perseguição, incitação ao crime, associação criminosa, constituição de milícia privada e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Segundo os investigadores, o radialista seria responsável por "um grande número de postagens em redes sociais convocando e incentivando cidadãos à prática de atos violentos e atentatórios ao Estado Democrático, à integridade física do Sr. Presidente Eleito e contra os Srs. Ministros do STF e TSE, inclusive aduzindo que iria para Brasília, armado".

Saldanha foi preso, mas posteriormente deixou o cárcere com o compromisso de usar tornozeleira eletrônica. No entanto, o Núcleo Geral de Monitoramento do Estado de Minais Gerais e o juízo da Vara de Execuções Criminais da Comarca de Governador Valadares informaram o descumprimento da ordem de monitoramento eletrônico mais de 50 vezes entre abril e outubro desde ano, por diferentes razões - fim de bateria da tornozeleira, violação da área de inclusão (sair do local e horário determinado) , ausência de sinal do dispositivo eletrônico, violação da área de exclusão (ausentar-se de sua Comarca).

Questionado sobre os descumprimentos, Saldanha alegou que o uso da tornozeleira lhe causava "severo impacto físico, financeiro e emocional". Alegou que, em razão de seu trabalho, "frequentemente se vê na necessidade de se ausentar da comarca de Governador Valadares/MG, pois realiza gravações, apresentações e locuções em outras localidades do Estado e até mesmo fora dele".

Ao analisar o caso, Moraes entendeu que os descumprimentos, por parte de Saldanha, não foram devidamente justificados, "não havendo fundamento relevante para as violações realizadas". Além disso, segundo o ministro, o radialista não justificou a ocorrência de oito novas violações.

A avaliação foi a de que Saldanha está "deliberadamente desrespeitando" as medidas cautelares impostas pelo STF, "revelando seu completo desprezo pela Corte e pelo Poder Judiciário". Moraes lembrou que havia indicado a possibilidade de restabelecimento da ordem de prisão em caso de descumprimento do uso da tornozeleira eletrônica.

"Em despacho de 15 de outubro, alertei o réu sobre a necessidade de justificar os descumprimentos relatados, "sob pena de decretação imediata da prisão". Em 5 de novembro a parte foi novamente alertada. Entretanto, não há nos autos justificativas plausíveis para os descumprimentos, mas sim, pedidos de retirada da tornozeleira eletrônica e flexibilização das medidas cautelares. Logo, não resta alternativa diferente do que o restabelecimento da prisão preventiva", destacou o ministro.

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O presidente da França, Emmanuel Macron, destacou a necessidade de aumentar os investimentos em defesa na Europa, em meio às ameaças russas e ao conflito na Ucrânia. Em pronunciamento, Macron afirmou que a segurança europeia está diretamente ameaçada pela guerra na Ucrânia, que se transformou em um "conflito global".

"A Rússia segue aumentando seu orçamento de armamento para a guerra, e a Europa precisa conseguir se defender sozinha, sem ajuda dos EUA", declarou. Ele ressaltou que a paz no continente só será possível com o fortalecimento da capacidade militar europeia. "Precisamos tomar decisões agora para a segurança da Ucrânia e da UE", afirmou.

Macron mencionou que a França dobrou seus gastos militares nos últimos dez anos e que está trabalhando para aumentar os investimentos em defesa na Europa. "Faremos uma reunião com chefes de defesa europeus em Paris na semana que vem", anunciou, reforçando a importância de uma estratégia conjunta. O líder francês também abordou a "dissuasão nuclear", afirmando que as armas nucleares são um pilar de proteção para a França. Ele ainda sugeriu um debate sobre a extensão do "guarda-chuva nuclear" francês a outros parceiros europeus. No entanto, ele deixou claro que a decisão final sobre o assunto caberá exclusivamente ao presidente da França.

Ele destacou que a guerra na Ucrânia não será decidida pela Rússia ou pelos EUA, mas sim por um esforço coletivo. "Precisamos de um acordo que garanta paz duradoura na Ucrânia", disse, acrescentando que "a paz não pode ser conquistada se abandonarmos a Ucrânia".

O francês ainda criticou as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, alertando para os impactos negativos que elas podem ter não apenas na Europa, mas em todo o mundo. "As tarifas de Trump vão impactar a economia americana e a economia europeia", disse, acrescentando que é preciso convencer o republicano de que essas medidas não são positivas.

A Suprema Corte dos Estados Unidos, de maioria conservadora, manteve nesta quarta-feira, 5, o bloqueio à ordem do presidente Donald Trump que congelava US$ 2 bilhões (R$ 11,6 bilhões) em pagamentos a organizações de ajuda internacional.

Dividida, a Suprema Corte formou a estreita maioria de 5-4 para manter a decisão da instância inferior, exigindo que o governo faça os pagamentos devidos. O resultado é uma derrota para o governo, que buscava repreender o juiz distrital Amir Ali por suspender o corte de gastos de Donald Trump.

Apesar da maioria conservadora na Corte, essa foi a segunda vez que o governo tentou, sem sucesso, persuadir o Supremo a intervir imediatamente contra um juiz de instância inferior em disputas legais envolvendo ações de Trump na Casa Branca.

A maioria dos juízes observou que o governo não contestou a ordem inicial de Ali, apenas o prazo imposto - que, de qualquer forma, já havia expirado na semana passada.

A votação dividiu a ala conservadora da Corte, composta por seis do total de nove juízes. O presidente do Supremo, John Roberts, e a juíza Amy Coney Barrett, indicada pelo próprio Donald Trump, votaram com os três progressistas para manter a ajuda internacional.

Na divergência, Samuel Alito questionou a autoridade de Amir Ali para ordenar a liberação dos recursos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e do Departamento de Estado.

"Um único juiz de distrito, que provavelmente não tem jurisdição, tem o poder de forçar o governo dos Estados Unidos a pagar (e provavelmente perder para sempre) US$ 2 bilhões dos contribuintes?", questionou.

"A resposta a essa pergunta deveria ser um sonoro 'Não', mas a maioria deste tribunal aparentemente pensa o contrário. Estou pasmo", disse Alito. Ele foi acompanhado na dissidência pelos conservadores Clarence Thomas, Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh.

O governo argumentou que a situação mudou porque substituiu o congelamento total decretado por Donald Trump por ordens individuais, resultando no cancelamento de 5,8 mil contratos da USAID e 4,1 mil concessões do Departamento de Estado, que totalizavam quase US$ 60 bilhões.

Na decisão, contudo, a Suprema Corte manteve a suspensão temporária de Amir Ali e instruiu o juiz a detalhar quais as obrigações devem ser cumpridas pelo governo. Na quinta-feira, Ali realizará uma audiência para decidir se mantém de forma mais duradoura o bloqueio ao decreto de Trump.

Entenda o caso

Logo após voltar à Casa Branca, Donald Trump ordenou o congelamento das contribuições da USAID e do Departamento de Estado a organizações de ajuda internacional. O decreto classificava os programas como desperdício de dinheiro e alegava que estariam desalinhados com os objetivos da política externa.

A ordem foi questionado na Justiça em ação que alertava contra a suspensão do financiamento de programas emergenciais em outros países.

O juiz Amir Ali, nomeado por Joe Biden, determinou no mês passado que o financiamento fosse restabelecido temporariamente. Passadas duas semanas, ele concluiu que o governo não demonstrava intenção de cumprir a ordem e estabeleceu o prazo para a liberação de pagamentos devidos.

O governo recorreu, classificando a ordem de Ali como "extremamente intrusiva e profundamente equivocada", além de protestar contra o prazo imposto para a liberação dos recursos.

O controvertido decreto é parte dos esforços de Donald Trump para cortar gastos do governo federal, em operação liderada pelo homem mais rico do mundo, o bilionário Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).

Um dos seus objetivos é cortar a ajuda da USAID, que tem programas de saúde e emergência em cerca de 120 países. Trump disse que a agência é "administrada por lunáticos radicais", enquanto seu novo braço direito a descreveu como uma "organização criminosa". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Em declaração conjunta publicada nesta quarta-feira, 5, os ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha e Reino Unido pediram que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas seja mantido, que todos os reféns sejam libertados e que o fluxo contínuo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza seja garantido.

"Solicitamos a todas as partes que se envolvam de forma construtiva na negociação das fases subsequentes do acordo para ajudar a garantir sua implementação total e o fim permanente das hostilidades. Saudamos os esforços do Egito, do Catar e dos EUA na mediação e na busca de um acordo para a extensão do cessar-fogo".

Os ministros ainda afirmaram que o Hamas deve pôr fim "a seu tratamento degradante e humilhante" e reiteraram a solidariedade com o povo israelense diante dos ataques terroristas cometidos pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.