CPI da venda de sentenças conta 108 assinaturas, mas trava na câmara

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Mais de um mês após apresentar a proposta de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar suposto esquema de venda de sentenças em tribunais estaduais, que alcança também gabinetes de ministros de tribunais superiores, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) ainda não conseguiu recolher as assinaturas necessárias para tirar a iniciativa do papel. Até aqui, 108 deputados subscreveram o requerimento. São necessárias 171 assinaturas para abrir a CPI.

Não há prazo para reunir o quórum, mas a proposta vem enfrentando resistência no Congresso.

Deputados de direita e de centro aderiram à proposta. A dificuldade está em atrair bancadas de Estados onde a Polícia Federal começou a investigar desembargadores, como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O deputado partiu para o corpo a corpo com os colegas. "Estamos buscando conscientizar o parlamento sobre a importância dessa CPI, pois fiscalizar um poder vitalício não é tarefa fácil, e muitos temem retaliações", afirma Alfredo Gaspar ao Estadão.

A última grande CPI do Congresso que colocou pressão sobre o Poder Judiciário ocorreu em 1999 na ressaca das investigações sobre desvios milionários na construção do Fórum Trabalhista de São Paulo. A CPI do Judiciário levou à cassação do então senador Luiz Estevão (DF) e tornou conhecida a figura do juiz Nicolau dos Santos Neto, o "Juiz Lalau".

A proposta de uma nova comissão parlamentar para investigar corrupção nos tribunais foi concebida após virem a público suspeitas envolvendo desembargadores de sete Estados - Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo, Espírito Santo e Maranhão - e até assessores de gabinetes de ministros do Superior Tribunal de Justiça.

Com o avanço das investigações, o Ministério Público Federal fechou o primeiro acordo de delação premiada com uma desembargadora no País. Além disso, magistrados estão afastados e alguns são até monitorados com tornozeleira eletrônica.

O requerimento da CPI afirma que a instalação da comissão é necessária para restaurar a confiança no Judiciário. "O cenário atual do Judiciário brasileiro tem sido seriamente abalado por uma série de denúncias sobre a venda de sentenças, o que tem comprometido gravemente a confiança da população nas instituições que deveriam garantir a justiça", diz a proposta.

Em outra categoria

Os partidos de oposição da Coreia do Sul apresentaram nesta quarta-feira, 4, uma moção para o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol. Ele enfrenta pressão para deixar o cargo horas depois de encerrar uma lei marcial que levou as tropas a cercar o parlamento antes que os parlamentares votassem para revogá-la.

O impeachment de Yoon exigiria o apoio de dois terços do parlamento para a moção e, em seguida, o apoio de pelo menos seis juízes do Tribunal Constitucional. A moção, apresentada em conjunto pelo principal partido de oposição, o Partido Democrata, e cinco partidos menores de oposição, pode ser colocada em votação já na sexta-feira, 6.

Os principais conselheiros e secretários de Yoon se ofereceram para renunciar coletivamente. Membros de seu gabinete, incluindo o ministro da Defesa Kim Yong Hyun, também lidavam com a pressão pela renúncia. Fonte: Associated Press.

O ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Yong Hyun, e os principais conselheiros políticos do presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, ofereceram renúncia de seus cargos nesta quarta-feira, 4, após participação no decreto de lei marcial realizado na terça (3).

Nesta quarta, o Partido Democrata, que é da oposição, apresentou uma moção separada para o impeachment de Kim, que alegou ter recomendado a declaração de lei marcial para Yoon. Em comunicado, o partido diz que a situação foi uma "clara violação da constituição". "Foi um grave ato de rebelião e fornece motivos perfeitos para impeachment", detalha. Fonte: Associated Press.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, considera substituir Pete Hegseth pelo governador da Flórida, Ron DeSantis, para o comando do Pentágono, segundo fontes. Senadores republicanos estão preocupados com crescentes alegações sobre a vida pessoal do ex-apresentador da Fox News.

Escolher DeSantis, um rival do Partido Republicano nas primárias de 2024 para a presidência, representaria uma reviravolta para Trump. Em contrapartida, DeSantis também é conhecido como um conservador e compartilha a visão do presidente eleito - e de Hegseth - de eliminar o que eles veem como políticas "woke" nas forças armadas.

Aliados de Trump acham cada vez mais que Hegseth pode não sobreviver a uma análise mais aprofundada, de acordo com pessoas próximas à equipe do presidente eleito, que considera as próximas 48 horas cruciais para seu destino.

DeSantis estava em uma lista anterior de potenciais candidatos a secretário de defesa que autoridades de transição apresentaram ao presidente e voltou a ser considerado. Ainda assim, Trump pode decidir não escolher DeSantis e selecionar outro nome, se a nomeação de Hegseth fracassar, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Fonte: Dow Jones Newswires.