Justiça condena cinco à prisão por corrupção em licitações do lixo no interior de SP

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O juízo da 2ª Vara de Bariri, interior de São Paulo, condenou a penas de até 22 anos de prisão cinco investigados da Operação Prenunciado - investigação sobre corrupção e fraudes envolvendo contratos de coleta de lixo e limpeza pública na gestão Abelardo Filho na cidade de 40 mil habitantes localizada a 330 quilômetros da capital. Os réus foram enquadrados em organização criminosa, frustração do caráter competitivo de licitações, fraudes contratuais, coação no curso do processo e roubo circunstanciado.

O Estadão pediu manifestação da defesa e da prefeitura de Bariri, o que não havia ocorrido até a publicação deste texto. O espaço está aberto.

A Justiça ainda determinou que os acusados paguem indenização de R$ 5 milhões a título de danos morais e materiais. A condenação se dá na esteira de uma ofensiva aberta em 8 de agosto do ano passado para apurar delitos licitatórios e contratuais, além de coações.

A sentença assinada no último dia 2 destaca pareceres do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo que identificou o pagamento de R$ 800 mil para as empresas envolvidas no esquema por serviços não executados de trituração de galhos e detritos e podas de árvores.

O esquema ainda causou danos ao município na esfera trabalhista, considerando demandas de pessoas que trabalharam na Latina Ambiental - uma das companhias pivô do esquema - "tendo tal empresa se utilizado indevidamente de funcionários, maquinários e combustíveis da prefeitura".

O Ministério Público de São Paulo investigou a "aplicação de fraudes estruturadas no município de Bariri a partir de direcionamentos licitatórios e contratos públicos irregulares".

A Promotoria identificou desvios de valores dos contratos para pagamento de propinas.

Além disso, segundo a Promotoria, apurou-se o envolvimento de policiais militares no esquema, os quais "exerciam violência e grave ameaça contra pessoas que tentassem denunciar" as fraudes ou concorrer em licitações.

Os acusados desviavam valores do contrato para pagamentos de propinas, segundo a Promotoria.

De acordo com a investigação, licitações e contratos administrativos eram previamente direcionados por meio de simulação de competitividade nos orçamentos, ou tratativas prévias das cláusulas de editais licitatórios. Depois, eram preparadas empresas laranjas que, "com conhecimento prévio em relação aos concorrentes, venciam o certame sob uma falsa aparência de legalidade".

Veja a lista dos condenados:

- Abílio Giacon Neto, empresário, 20 anos de reclusão

- Alexandre Gonçalves (preso), PM sentenciado a 15 anos de reclusão

- Flávio Muniz Dalla Coletta, ex-chefe de gabinete da prefeitura de Bariri condenado a 10 anos de reclusão

- Giuliano Griso - ex-diretor de Obras de Bariri, 18 anos de reclusão

- Paulo Ricardo Barboza (preso), empresário sentenciado a 22 anos de reclusão

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ABÍLIO NETO

"A defesa de ABÍLIO GIACON NETO, certa da sua inocência, lamenta que os seus argumentos e provas que indicam a injusta, descabida e desproporcional acusação contra ele não tenham sido considerados na sentença do último dia 29 de novembro, e tem a plena convicção de que o Tribunal de Justiça reformará a decisão tão logo tenha acesso amplo aos autos", afirmaram os advogados Fábio Tofic Simantob e João Imperia.

Em outra categoria

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, brincou sobre a conversa que teve com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e disse que "não pintou química, pintou uma indústria petroquímica". A brincadeira tirou risos das pessoas que acompanhavam o discurso do presidente durante cerimônia de comemoração do dia dos professores, no Rio de Janeiro.

"Quando fui falar com o (Donald) Trump, não conhecia ele, a gente estava de mal. Tinha gerado uma química na ONU, 29 segundos, sabe. Então ele me ligou e eu disse que queria estabelecer uma conversa sem liturgia", contou o presidente, em tom de brincadeira. "Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica. Amanhã ainda vamos ter uma conversa de negociação."

Lula não deu detalhes sobre essa conversa e com quem seria, mas a referência deve ser à reunião que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, terá com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, na quinta-feira.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), as equipes técnicas dos dois países já se reúnem nesta quarta-feira, em uma conversa preliminar que será o primeiro filtro das negociações em torno do tarifaço dos Estados Unidos para o Brasil.

A grande questão do momento é saber que pontos os EUA colocarão sobre a mesa: se apenas itens econômicos, ligados à taxação determinada pelo presidente Donald Trump e de futuras trocas de bens e serviços entre os dois países, ou também assuntos ligados a sanções a autoridades domésticas.

O presidente brasileiro também criticou, sem citar nominalmente, o deputado Eduardo Bolsonaro. "Chega de cidadãos indo para os EUA tentar inflar os americanos contra nós", afirmou.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou sérias dúvidas na terça-feira, 14, sobre o que pode acontecer com o apoio prometido à Argentina, caso o governo do presidente argentino, Javier Milei, sofra uma derrota nas eleições legislativas de 26 de outubro.

"Achamos que Milei vai ganhar as eleições, ele merece", pontuou Trump ao receber o presidente da Argentina na Casa Branca.

E destacou: "Se ele vencer seremos muito prestativos à Argentina, mas, se não, não vamos perder nosso tempo."

O republicano ainda comentou que Milei está perto de um "tremendo sucesso econômico".

Israel devolveu nesta quarta-feira, 15, a Gaza os restos mortais de 45 palestinos, elevando o número total entregue para 90 pessoas, informou o Ministério da Saúde deste território controlado pelo grupo terrorista Hamas. Em virtude do acordo de cessar-fogo impulsionado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Israel deve entregar os corpos de 15 palestinos para cada israelense falecido que o Hamas lhe entregar.

Na segunda-feira, 13, o grupo terrorista Hamas entregou os restos mortais de três reféns israelenses e um nepalês para ser repatriado, e na terça-feira, 14, outros três israelenses e um corpo ainda não identificado que, segundo o Exército informou nesta quarta, não era de nenhuma das pessoas que constavam na lista de reféns mortos. Ainda na segunda-feira, os últimos 20 reféns israelenses vivos dos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023 foram libertados.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, exigiu que o Hamas cumpra os requisitos estabelecidos no acordo de cessar-fogo sobre a devolução dos corpos dos reféns. "Não faremos concessões nisso e não interromperemos nossos esforços até devolvermos o último refém falecido", disse ele. (Com informações de agências internacionais)