Prisão de Braga Netto não deve acelerar denúncia contra Bolsonaro por tentativa de golpe

Política
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A prisão do general Walter Braga Netto não altera o cronograma previsto pelo procurador-geral da República Paulo Gonet para analisar o relatório final da Polícia Federal (PF) no inquérito do golpe e, eventualmente, oferecer a denúncia contra os 40 indiciados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Pessoas que acompanham o processo asseguram que as conclusões da PGR serão apresentadas no início de 2025, como estava previsto, e que a prisão do general, apesar do "peso", não acelera a análise do caso pelo procurador-geral. Gonet dispensa cautela redobrada ao caso. Além disso, o Judiciário entra em recesso depois da semana que vem.

A prisão de Braga Netto é considerada pelos investigadores a mais importante até o momento. O general fez parte do primeiro escalão do governo Bolsonaro. Ele foi ministro da Casa Civil e da Defesa e, em 2022, foi vice na chapa do ex-presidente.

Braga Netto foi preso preventivamente por tentar obstruir a investigação sobre o plano de golpe. Segundo a PF, ele tentou conseguir informações sigilosas sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid para repassar a outros investigados e também alinhou versões com aliados.

O procurador-geral e sua equipe analisam minuciosamente o material reunido pela PF. Gonet avalia a robustez das provas e a participação de cada investigado no plano de golpe. Além do relatório final, em si, o processo tem centenas de outros documentos, como depoimentos e perícias, que somam milhares de páginas.

Com o envio da denúncia, o Supremo Tribunal Federal (STF) poderá julgar o caso ainda no primeiro semestre de 2025.

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Autoridades das Filipinas ordenaram que dezenas de milhares de pessoas se retirassem para locais mais seguros e proibiram pescadores de se aventurarem no mar em uma região centro-leste do país nesta segunda-feira, 3, enquanto um tufão se aproximava do Pacífico. Os oficiais alertaram sobre chuvas torrenciais potencialmente mortais e ondas de tempestade de até 3 metros de altura.

O Tufão Kalmaegi foi visto pela última vez a cerca de 235 quilômetros a leste da cidade de Guiuan na província de Samar Oriental, com ventos sustentados de até 120 quilômetros por hora e rajadas de até 150 km/h, e tinha previsão de atingir a costa ainda nesta segunda-feira.

Era esperado que avançasse para oeste durante a noite e na terça-feira, 4, e atingisse as províncias das ilhas centrais, incluindo Cebu, que ainda se recupera de um terremoto de magnitude 6,9 que ocorreu em 30 de setembro e deixou pelo menos 79 mortos e deslocou milhares de pessoas após suas casas desabarem ou serem severamente danificadas.

Kalmaegi, localmente chamado Tino, tinha previsão de ganhar ainda mais força sobre o Mar das Filipinas antes de atingir a terra em Guiuan ou municípios próximos, onde o governador de Samar Oriental, RV Evardone, disse que emitiu ordens de retirada obrigatória a partir desta segunda-feira com a ajuda de tropas do exército, polícia, bombeiros e contingentes de mitigação de desastres.

Mais de 70 mil pessoas nas cidades costeiras de Guiuan, Mercedes e Salcedo foram ordenadas a se mudar para centros de evacuação ou casas e prédios de concreto certificados como suficientemente robustos para resistir ao impacto do tufão. As áreas costeiras foram alertadas sobre ondas de maré de até 3 metros de altura, disse Evardone.

O Tufão Haiyan, um dos ciclones tropicais mais poderosos já registrados, atingiu a costa em Guiuan em novembro de 2013, depois varreu as Filipinas centrais, deixando mais de 7,3 mil pessoas mortas ou desaparecidas, achatando vilarejos inteiros e arrastando dezenas de navios para o interior. Na ocasião, Haiyan demoliu cerca de um milhão de casas e deslocou mais de 4 milhões de pessoas em uma das regiões mais pobres do país.

Milhares de moradores de vilarejos também estavam sendo retirados de províncias insulares perto de Samar Oriental, disseram os oficiais, e as agências de resposta a desastres, incluindo a guarda costeira, foram colocadas em alerta.

As Filipinas são atingidas por cerca de 20 tufões e tempestades a cada ano. O país também é frequentemente atingido por terremotos e possui mais de uma dúzia de vulcões ativos, tornando-o um dos países mais propensos a desastres do mundo. (Com informações da Associated Press)

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou, neste domingo, 2, que condena firmemente o assassinato do prefeito de Uruapan, Carlos Manzo. "Desde o momento em que soube desse grave acontecimento, conversei com o governador de Michoacán e com o secretário de Segurança e Proteção ao Cidadão, Omar García Harfuch, que mantêm uma comunicação constante com o Estado", disse Sheinbaum em registro em sua conta no X.

A presidente disse que convocou o Gabinete de Segurança para garantir o apoio em Michoacán e para que não haja risco de impunidade. "Desde o início, esta administração reforçou a estratégia de segurança. Esses eventos tão lamentáveis nos impulsiona a fortalecê-la ainda mais", declarou. "Reafirmamos nosso compromisso em apoiar todos os soldados do Estado para alcançar a paz e a segurança com zero impunidade e justiça."

Manzo foi morto a tiros na noite de ontem, 1º, no centro histórico de Uruapan, um município do Estado de Michoacán.

Um prefeito do Estado de Michoacán, no oeste do México, foi morto a tiros em uma praça diante de dezenas de pessoas que se reuniram para as festividades do Dia dos Mortos, disseram as autoridades.

O prefeito do município de Uruapan, Carlos Alberto Manzo Rodríguez, foi morto a tiros na noite de ontem, 1º, no centro histórico da cidade. Ele foi levado às pressas para um hospital, onde faleceu posteriormente, segundo o procurador estadual Carlos Torres Pina. Um vereador e um guarda-costas também ficaram feridos no ataque.

O agressor foi morto no local, disse o secretário federal de Segurança, Omar García Harfuch, a jornalistas neste domingo. O ataque ao prefeito foi realizado por um homem não identificado que atirou nele sete vezes, disse García Harfuch. A arma foi relacionada a dois confrontos armados entre grupos criminosos rivais que atuam na região, acrescentou. "Nenhuma linha de investigação está sendo descartada para esclarecer esse ato covarde que tirou a vida do prefeito", disse García Harfuch.

Michoacán é um dos Estados mais violentos do México e um campo de batalha entre vários cartéis e grupos criminosos que lutam pelo controle do território, rotas de distribuição de drogas e outras atividades ilícitas.

Centenas de moradores de Uruapan saíram às ruas da cidade, hoje, 2, para acompanhar o cortejo fúnebre e se despedir do prefeito assassinado. Eles gritavam "Justiça! Justiça! Fora Morena!", em referência ao partido governista da presidente mexicana Claudia Sheinbaum.

Nos últimos meses, o prefeito de Uruapan havia feito um apelo público a Sheinbaum nas redes sociais, pedindo ajuda para combater os cartéis e grupos criminosos. Ele acusou o governador pró-governo de Michoacán, Alfredo Ramírez Bedolla, e a polícia estadual de corrupção.