Prisão de Braga Netto não deve acelerar denúncia contra Bolsonaro por tentativa de golpe

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A prisão do general Walter Braga Netto não altera o cronograma previsto pelo procurador-geral da República Paulo Gonet para analisar o relatório final da Polícia Federal (PF) no inquérito do golpe e, eventualmente, oferecer a denúncia contra os 40 indiciados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Pessoas que acompanham o processo asseguram que as conclusões da PGR serão apresentadas no início de 2025, como estava previsto, e que a prisão do general, apesar do "peso", não acelera a análise do caso pelo procurador-geral. Gonet dispensa cautela redobrada ao caso. Além disso, o Judiciário entra em recesso depois da semana que vem.

A prisão de Braga Netto é considerada pelos investigadores a mais importante até o momento. O general fez parte do primeiro escalão do governo Bolsonaro. Ele foi ministro da Casa Civil e da Defesa e, em 2022, foi vice na chapa do ex-presidente.

Braga Netto foi preso preventivamente por tentar obstruir a investigação sobre o plano de golpe. Segundo a PF, ele tentou conseguir informações sigilosas sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid para repassar a outros investigados e também alinhou versões com aliados.

O procurador-geral e sua equipe analisam minuciosamente o material reunido pela PF. Gonet avalia a robustez das provas e a participação de cada investigado no plano de golpe. Além do relatório final, em si, o processo tem centenas de outros documentos, como depoimentos e perícias, que somam milhares de páginas.

Com o envio da denúncia, o Supremo Tribunal Federal (STF) poderá julgar o caso ainda no primeiro semestre de 2025.

Em outra categoria

O grupo terrorista Hamas libertou um soldado israelense-americano nesta segunda-feira, 12, que estava preso há mais de 1 ano e meio na Faixa de Gaza, em uma ação unilateral. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que viaja ao Oriente Médio nesta semana, descreveu a soltura como "um gesto de boa fé" do grupo para acabar com a guerra.

O soldado foi identificado como Edan Alexander, de 21 anos, sequestrado aos 19 anos da base militar onde prestava serviço, no sul de Israel, durante o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023. O Exército de Israel confirmou que ele foi entregue pelos militantes à Cruz Vermelha e depois aos militares israelenses.

A família de Edan se reuniu em Tel Aviv com centenas de pessoas para acompanhar a libertação. "Ele parecia um homem, ele amadureceu", declarou a avó, Varda Ben Baruch, ao ver a primeira foto do neto depois de quase 600 dias em cativeiro. Relatos de que Alexander fez uma piada ao telefone enquanto falava com a mãe pela primeira vez não a surpreenderam. "Ele tem um senso de humor incrível", disse.

A libertação do Hamas foi a primeira desde que Israel rompeu o acordo de cessar-fogo de oito semanas com o grupo em março e retomou os ataques violentos na Faixa de Gaza. O Hamas diz estar disposto a liberar todos os reféns em troca de um cessar-fogo de 5 anos; Israel rejeita a proposta de trégua e promete intensificar os ataques para ocupar o território de Gaza.

Com apoio do governo americano, Israel bloqueia a entrada de ajuda humanitária no território palestino e aprofunda a crise de fome entre os civis.

Nos Estados Unidos, centenas de moradores de Tenafly, cidade natal de Edan Alexander, lotaram as ruas com cartazes e fotografias de Alexander para comemorar a libertação. Desde que ele foi feito refém, apoiadores se reuniram todas as sextas para marchar pela libertação de reféns.

Israel diz que 58 reféns permanecem em cativeiro, com cerca de 23 deles supostamente vivos. Muitos dos 250 reféns feitos por terroristas do Hamas no ataque de 2023 foram libertados em acordos de cessar-fogo.

Libertação é passo 'esperançoso', diz Trump

O Hamas anunciou a libertação de Alexander pouco antes da chegada de Donald Trump ao Oriente Médio, marcada para esta terça-feira, na primeira viagem oficial à região do seu segundo mandato.

No domingo, Trump chamou a libertação de "um passo dado de boa fé" para os EUA e outros países mediadores, Catar e Egito, para pôr fim à guerra em Gaza. "Espero que este seja o primeiro dos passos finais necessários para pôr fim a este conflito brutal. Aguardo ansiosamente por esse dia de celebração!", escreveu o presidenta americano nas redes sociais.

Trump, que está viajando para Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos, não tem escala em Israel.

O primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu se reuniu nesta segunda-feira com o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e o embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, e discutiu a libertação dos reféns restantes. Ele é criticado por não priorizar a soltura dos reféns, em troca da manutenção da guerra.

O papel de Israel na libertação de Alexander não está claro. Israelenses criticam Netanyahu por depender de um líder estrangeiro para ter reféns libertados.

Na abertura do julgamento por acusações de corrupção, onde Netanyahu prestou depoimento, uma mulher perguntou se ele estava "envergonhado de que o presidente dos Estados Unidos esteja salvando seus cidadãos e os esteja deixando para morrer em cativeiro".

Críticos afirmam que a insistência de Netanyahu em manter a guerra em Gaza tem motivação política. Netanyahu afirma que pretende alcançar os objetivos de Israel de libertar os reféns e desmantelar o Hamas.

A Rússia lançou mais de 100 drones contra a Ucrânia em ataques noturnos, disse a força aérea ucraniana nesta segunda-feira, depois que o Kremlin rejeitou efetivamente um cessar-fogo incondicional de 30 dias na guerra, mas reiterou que participaria de possíveis negociações de paz na quinta-feira sem pré-condições.

Hoje, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou-se a dizer quem poderia viajar para Istambul pelo lado russo.

"De modo geral, estamos determinados a buscar seriamente maneiras de chegar a um acordo pacífico de longo prazo. Isso é tudo", acrescentou Peskov.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta segunda-feira, 12, ter mantido uma "conversa substantiva" com o líder turco, Recep Tayyip Erdogan, e reiterou sua disposição para negociações diretas com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. No entanto, criticou o silêncio de Moscou sobre a proposta de um encontro. "Infelizmente, o mundo ainda não recebeu uma resposta clara da Rússia com relação às inúmeras propostas de cessar-fogo", disse Zelensky.

O ucraniano destacou que os ataques russos continuam e classificou como "muito estranho" o fato de o Kremlin não se pronunciar sobre a reunião. "A Rússia ainda terá que acabar com a guerra, e é melhor fazê-lo mais cedo. Não faz sentido continuar a matança", afirmou.

Zelensky agradeceu o apoio de Erdogan, que se mostrou "totalmente disposto" a sediar o diálogo. Mais cedo, o Kremlin declarou, no entanto, que Putin está comprometido com a busca por uma solução pacífica para a guerra, mencionando negociações diretas propostas por Kiev.

Além disso, Zelensky mencionou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pedindo seu engajamento. "É importante que o presidente Trump apoie totalmente a reunião, e gostaríamos que ele encontrasse uma oportunidade de estar na Turquia", declarou.

A Rússia lançou mais de 100 drones contra a Ucrânia em ataques noturnos, informou nesta segunda a força aérea ucraniana, após o Kremlin efetivamente rejeitar um cessar-fogo incondicional de 30 dias na guerra que já dura mais de três anos, mas reiterar que participará de possíveis negociações de paz ainda nesta semana, sem pré-condições.