Irmã tenta entregar fone de ouvido em caixa de panetone a 'kid preto' na prisão

Política
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta sexta-feira, 30, a suspensão do direito de visitas ao tenente coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, preso e indiciado pela tentativa de golpe de Estado que incluía até um plano para matar o presidente Lula, seu vice Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.

A suspensão ocorreu após a irmã do militar tentar visitar o tenente para entregá-lo uma caixa de panetone. Nela havia, na verdade, um fone de ouvido, que fez apitar o detector de metais do Batalhão de Polícia do Exército em Brasília, onde Azevedo está preso.

Azevedo foi capturado no bojo da Operação Contragolpe e acabou indiciado pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa junto do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 38 aliados.

Neste domingo, 29, o general de Divisão Ricardo Piai Carmona, comandante militar do Planalto, informou a Moraes sobre uma 'alteração' em uma das visitas ao tenente-coronel.

Segundo Carmona, na tarde do dia 28 a irmã do militar, Dhebora Bezerra de Azevedo, tentou fazer uma visita e levava uma caixa de panetone a ser entregue ao tenente coronel preso. No entanto, quando a caixa passou pelo detector de metais o alarme foi acionado. Os militares então questionaram a irmã de Azevedo, que declarou que dentro da caixa havia um fone de ouvido.

Os militares então abriram a caixa e encontraram não só o fone, mas também um cabo USB e um cartão de memória. Tudo foi apreendido e a irmã do tenente coronel acabou não fazendo a visita ao irmão. O próprio Comando suspendeu o direito de visita de Dhebora a Azevedo até uma manifestação de Moraes sobre o caso.

Segundo o inquérito da Operação Contragolpe, o 'kid preto' Rodrigo Bezerra de Azevedo participou da ação clandestina que aliados de Bolsonaro colocaram nas ruas no dia 15 de dezembro para prender e executar Moraes. A ação, batizada 'Copa 2022' foi abortada de última hora, após o STF adiar a votação que acabou derrubando o orçamento secreto.

A Polícia Federal aponta que missão que empregou até viaturas oficiais da Força foi acertada em uma reunião na casa do ex-ministro da Defesa Braga Netto, também preso por suposto envolvimento direto com a tentativa de golpe de Estado.

Os kids pretos que participaram da ação que visou Moraes tinham um grupo no aplicativo Signal para tratar da ofensiva clandestina. No 'Copa 2022', cada um tinha um codinome referente ao nome de países que participaram do campeonato. Azevedo, à época major de Infantaria e integrante do Comando de Operações Especiais, era 'Brasil'.

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A vice-presidente do Equador, Verónica Abad, afirmou em um vídeo divulgado neste sábado, 4, que a partir de 5 de janeiro, dia em que começa a campanha eleitoral, assumirá temporariamente a presidência do país. A mensagem foi divulgada em meio a um conflito aberto entre ela e o presidente equatoriano, Daniel Noboa.

"Em 5 de janeiro de 2025 assumirei a presidência constitucional da República do Equador por mandato expresso da lei", disse ela em um vídeo publicado no X, antigo Twitter.

Ela acrescentou que deve assumir o posto enquanto Noboa "participa como candidato presidencial da campanha eleitoral".

A Constituição do Equador obriga presidentes que optem por buscar a reeleição a pedir licença do cargo para fazer campanha. No entanto, a lei não deixa claro se o procedimento é igual quando um governante está terminando o governo de outro presidente. É este o caso de Noboa, que está terminando o período de governo do ex-presidente Guillermo Lasso.

Segundo o constitucionalista André Benavides, Noboa é obrigado a pedir licença e, caso não o faça, cometeria uma "falta grave", que pode resultar na perda de direitos políticos e terá de ser resolvida pelo Tribunal Contencioso Eleitoral.

"Enquanto não houver uma ausência temporária do presidente, ou seja, o pedido de licença, Abad não pode assumir a presidência", disse Benavides.

Noboa não se pronunciou sobre o anúncio de Abad.

A relação entre Noboa e Abad azedou desde a campanha eleitoral de 2023, mas o motivo para a briga não foi esclarecida. Noboa chamou Abad de desleal, e ela o classificou como misógino. O governo atual tentou de todas as formas afastar Abad do cargo, mas sem êxito.

A vice-presidente não explicou como pretende concretizar sua posse como presidente, mas indicou que ao assumir a vice-presidência constitucionalmente junto a Noboa, em 2023, "não é preciso que haja nenhum ato de posse no exercício da presidência".

Ela enfatizou que para exercer a função de presidente precisará do apoio de todas as instâncias do Estado e aludiu às forças armadas, que não se pronunciaram.

O anúncio de Abad foi feito horas antes de uma sessão convocada pela Assembleia Nacional do Equador em que definirá a licença para aqueles que tentarão concorrer à reeleição.

"Não é obrigatório que o presidente tire licença. Não existe uma norma expressa que estabeleça que o presidente deve pedir licença", disse anteriormente o ministro do Governo, José de la Gasca.

Noboa nomeou na quinta-feira Sariha Moya como vice-presidente interina.

Ele citou a "ausência temporária" de Abad para justificar a decisão, alegando que a vice-presidente descumpriu uma ordem de viajar à Turquia até 27 de dezembro.

Abad, em um ofício, afirmou que usaria seu direito de férias e cumpriria a ordem no prazo legal de 30 dias. As informações são da Associated Press.

Edmundo González, líder da oposição na Venezuela e que foi reconhecido pelos Estados Unidos como o vencedor das mais recentes eleições presidenciais no país sul-americano, começou neste sábado, 4, uma série de viagens internacionais que o levarão para Washington dias antes de Nicolás Maduro assumir o terceiro mandato como presidente venezuelano.

Diplomata aposentado, González viajou para o exílio na Espanha em setembro depois de um juiz emitir um mandado de prisão contra ele na Venezuela, em seguida às eleições presidenciais de 28 de julho. Maduro foi declarado o vencedor da disputa pelo Conselho Nacional Eleitoral, órgão composto por pessoas leais ao governo atual.

Nas últimas semanas, González tem dito que viajará à Venezuela para tomar posse como presidente, mas não disse como pretende retornar nem como planeja contestar Maduro, cujo partido controla todas as instituições e os militares da Venezuela.

O próximo mandato presidencial começa em 10 de janeiro. "Por qualquer que seja o meio necessário, eu estarei lá", disse González.

Na quinta-feira, Maduro anunciou uma recompensa de US$ 100 mil para quem trouxesse informações sobre o paradeiro de González.

Durante uma entrevista coletiva, González disse que viajará no sábado para os EUA, onde espera conversar com o presidente do país, Joe Biden, após uma breve visita ao Uruguai para uma reunião com o presidente Luis Lacalle Pou. Ele também pretende visitar o Panamá e a República Dominicana. Hoje ele estava na Argentina, onde trabalhou como embaixador.

Os EUA e a maior parte dos países europeus rejeitaram os resultados oficiais das eleições na Venezuela, afirmando que as autoridades não apresentaram resultados detalhados a respeito da disputa. Em paralelo, a oposição apresentou atas de 85% das urnas do país mostrando que o vencedor das eleições foi González. Fonte: Associated Press.

O chanceler da Áustria, Karl Nehammer, disse que vai renunciar ao cargo nos próximos dias depois de as negociações para formar um novo governo no país fracassarem pela segunda vez.

"Tentamos tudo até agora. Um acordo sobre os principais pontos não é possível, então não faz sentido para um futuro positivo para a Áustria", disse Nehammer, do Partido Popular, para a rede austríaca ORF.

O anúncio foi feito após o Partido Popular e o Partido Social-Democrata continuarem as conversas para a formação de um governo, um dia depois de o partido Neos abandonar as negociações. As informações são da Associated Press.