TCU libera licitação de quase R$ 200 milhões para comunicação do governo Lula

Política
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O Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou na quinta-feira, 9, a retomada da licitação da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) para a contratação de empresas de assessoria em comunicação e gestão de redes sociais do governo Lula. O edital era de R$ 197 milhões para a escolha de quatro agências.

A licitação estava suspensa desde julho de 2024, após a Unidade de Auditoria Especializada em Contratações do TCU identificar indícios de que o sigilo da autoria das propostas das empresas foi violado, evidenciando alguma falha ou fraude no processo.

Os planos de comunicação das empresas deveriam ser entregues em invólucros, mantido o sigilo das informações de cada uma das propostas apresentadas.

No entanto, um dia antes do resultado da licitação, o site O Antagonista publicou, por meio de códigos, o resultado do pregão, revelando a violação do sigilo.

O segredo neste caso era necessário pois a Secom analisou a melhor técnica, e não o menor preço.

O ministro Aroldo Cedraz aceitou a representação à época e paralisou o certame. Em agosto, o governo revogou a licitação.

O revés na contratação feita pela Secom se converteu em desgaste político para Paulo Pimenta, que será substituído na chefia da Secom pelo publicitário Sidônio Palmeira na próxima semana.

Na decisão desta quinta, o ministro Aroldo Cedraz afirmou que a área técnica mostrou que "são robustos os indícios de que o código cifrado revelado pela imprensa se referia, de fato, ao resultado provisório da licitação, pouco importando a posterior desclassificação de duas licitantes por questões afetas à habilitação, algo fora do controle da comissão que analisou as propostas técnicas".

No entanto, segundo o ministro, "apesar da gravidade dos fatos narrados", "não foram coligidos aos autos elementos que minimamente sustentassem a ocorrência do suposto ilícito, o que impede, a meu ver, o encaminhamento ao órgão policial de meras ilações ou suposições".

Cedraz arquivou o caso. A decisão também destacou que o certame poderá ser retomado, aproveitando-se os atos já realizados.

A Secom havia informado anteriormente que a Advocacia-Geral da União (AGU) estava trabalhando para esclarecer as dúvidas levantadas.

Em sua decisão, Cedraz confirmou o afastamento de falhas no sigilo das propostas e a improcedência das acusações.

O momento coincide com mudanças na liderança da Secom. O publicitário Sidônio Palmeira assume o comando após a saída de Pimenta, que anunciou sua demissão na terça-feira, 7. Segundo Pimenta, Lula buscava um perfil diferente para o cargo.

Sidônio indicou que pretende trabalhar na harmonização entre as expectativas da população, a gestão federal e a percepção pública das ações governamentais. "Esse é o nosso desafio: que a expectativa, a gestão e a percepção popular fiquem equilibrados no mesmo ponto", disse.

O arquivamento da denúncia encerra meses de incerteza em torno da licitação, que agora poderá seguir adiante sem a necessidade de correções.

O contrato envolve serviços de comunicação digital e gerenciamento de redes sociais, áreas consideradas estratégicas para o governo federal.

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O ministro dos Transportes, Renan Filho, usou o X (antigo Twitter) para repudiar a posse de Nicolás Maduro para o seu terceiro mandato como presidente da Venezuela. Em sua declaração, ele classificou o ato como um ataque à legitimidade democrática e relembrou os valores históricos de seu partido, o MDB (antigo PMDB). "Manifesto minha indignação à posse de Nicolas Maduro. A tomada do governo pela força bruta e sem legitimidade precisa ser condenada por todos nós defensores da Democracia. Como membro do MDB, partido que historicamente sempre defendeu o respeito às liberdades individuais, à justiça e o voto popular, deixo aqui o meu repúdio ao truculento regime que se impõe mais uma vez hoje com a tentativa de posse desse ditador incansável em desrespeitar a soberana vontade do povo venezuelano."

Ele classificou a posse de Nicolás Maduro como um ato ilegítimo que afronta os princípios democráticos. Destacou também que a Venezuela vive sob um regime autoritário, no qual a soberania popular é continuamente ignorada.

Segundo ele, o MDB, partido ao qual pertence, tem como tradição a defesa das liberdades e do voto popular, e por isso, ele considera essencial repudiar atos que, em sua visão, representam retrocessos para a democracia.

Nicolás Maduro, acompanhado de sua vice, Delcy Rodríguez, assumiu o terceiro mandato consecutivo nesta sexta-feira, 10. A posse ocorreu no Parlamento venezuelano, onde o governo detém ampla maioria, e é marcada por uma forte presença militar nas ruas de Caracas para garantir a segurança do evento.

O cenário político na Venezuela é amplamente contestado, tanto internamente quanto por governos estrangeiros, que criticam as condições em que as eleições foram realizadas. Apesar das controvérsias, representantes de alguns países marcaram presença na cerimônia.

O presidente eleito Donald Trump foi condenado, nesta sexta-feira, 10, em seu caso de silêncio a uma "dispensa incondicional", em que o réu não é multado, preso ou colocado em liberdade condicional. O resultado permite que ele possa regressar à Casa Branca livre da ameaça de uma pena de prisão ou de uma multa.

A sentença foi pronunciada pelo juiz de Nova York Juan Merchan, que citou que a proteção foi concedida ao cargo e não ao ocupante.

"Esta foi uma experiência muito terrível", disse Trump, falando remotamente de sua casa na Flórida quando foi autorizado a se dirigir ao juiz.

O republicano não reagiu após o juiz ter concluído a audiência.

A sentença foi lida dez dias antes de Trump ser empossado para um segundo mandato. Isso confirma o republicano como o primeiro presidente dos EUA a ser condenado criminalmente.

Na quinta-feira, o Supremo Tribunal rejeitou uma proposta dos advogados de Trump para suspender a sentença, alegando que iria interferir com a sua transição para um segundo mandato como presidente após a sua vitória nas eleições de novembro. A sentença de sexta-feira formalizou o status de Trump como o primeiro presidente ou presidente eleito criminoso.

Trump foi condenado em maio por falsificar registros relacionados ao dinheiro secreto que seu então advogado Michael Cohen pagou à estrela de cinema adulto Stormy Daniels nos últimos dias da eleição presidencial de 2016. Daniels testemunhou que teve um encontro sexual com Trump em 2006, o que ele negou.

*Com Associated Press

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, reiterou o compromisso de seu governo com a soberania dos povos da América Latina em declarações relacionadas à posse de Nicolás Maduro para o terceiro mandato presidencial na Venezuela, que acontece nesta sexta-feira, 10. Durante a coletiva de imprensa, Sheinbaum destacou que as decisões sobre o futuro de cada país pertencem exclusivamente ao seu povo, sem interferências externas.

Falando sobre o contexto venezuelano, Sheinbaum afirmou que o México enviou seu embaixador como representante na cerimônia de posse de Maduro, reforçando a postura diplomática de respeito à soberania. "Defendemos nossa política exterior baseada na soberania do povo venezuelano. São eles que têm que decidir. Não deve haver intervenção de nenhuma maneira; quem decide é o povo da Venezuela. Essa não é apenas uma opinião pessoal, mas a política exterior do nosso país."

Sobre questões mais amplas na América Latina, Sheinbaum destacou o crescimento das forças progressistas e a força democrática na região. Citou como exemplo recente a vitória do Frente Amplio no Uruguai, reforçando o papel da soberania popular na consolidação de governos alinhados com os interesses de suas populações.

Questionada sobre a situação política na Venezuela, Sheinbaum foi cautelosa ao comentar relatos sobre possíveis perseguições a lideranças opositoras.

Ela afirmou que é preciso aguardar informações mais claras antes de emitir juízo, mas destacou que o México não compactua com a criminalização de opiniões políticas. "Nunca estivemos a favor da criminalização da oposição política. Defendemos a liberdade de ideias, e no México não perseguimos ninguém por suas opiniões ou ideias políticas."