Lula faz 1ª reunião ministerial do ano após derrota do Pix e ajustes na comunicação da gestão

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza, nesta segunda-feira, 20, a primeira reunião ministerial do ano em um momento em que o Planalto se reorganiza para os próximos dois anos de governo, visando às eleições de 2026. A nova gestão da comunicação, comandada pelo ministro Sidônio Palmeira, terá como foco aumentar a popularidade de Lula, e tenta se recuperar após a derrota para a oposição sobre a fiscalização sobre transações via Pix.

O encontro ministerial está previsto para começar às 9h. Normalmente, esse tipo de evento é realizado no Palácio do Planalto, com longos discursos de Lula e falas de quase todos os seus ministros, que costumam fazer um balanço das pastas. Porém, desta vez, a agenda será na Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência.

Reuniões ministeriais são tidas como "freios de arrumação" para o presidente alinhar seus ministros em torno dos discursos e prioridades da gestão. Os 38 ministros são convocados, e outras autoridades como líderes do governo no Legislativo também costumam participar. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, por exemplo, retornou nesta segunda das férias para participar do encontro.

A reunião acontece em meio à recuperação da gestão após ter cedido à pressão da oposição e recuado sobre a norma do Pix que ampliava o monitoramento sobre transações financeiras. Na semana passada, após repercussão negativa, puxada principalmente por um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) viralizar sobre o tema, o governo anunciou a revogação da medida da Receita Federal.

Foi do próprio Lula a decisão, que ocorreu diante da constatação de que o governo tinha perdido a batalha da comunicação na população. Na avaliação de ministros, é preciso criar, o mais rápido possível, um método de pronta-resposta nas redes sociais, já que a gestão tem demorado para agir.

O episódio aconteceu na mesma semana que Sidônio Palmeira assumiu a Secretaria de Comunicação Social (Secom) no lugar de Paulo Pimenta. Marqueteiro da campanha vitoriosa de Lula em 2022, Sidônio assumiu a pasta para reformular a comunicação do governo e tentar deixar a gestão do petista mais popular visando à próxima eleição presidencial.

Ao indicar o publicitário para o cargo, Lula deu uma espécie de "carta branca" para Sidônio fazer as trocas que avaliar necessárias. O novo ministro mudou nomes que eram apadrinhados pela primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, como a então chefe da Secretaria de Estratégia e Redes (Seres) da Secom, Brunna Rosa, e a diretora do Departamento de Canais Digitais da Secretaria de Redes chefiada por Brunna, Priscila Calaf. Mesmo após esforços de Janja para realocá-las no governo, o que causou atrito com o novo ministro, Mariah Queiroz, que trabalhou com as redes sociais do prefeito reeleito do Recife, João Campos (PSB), é a nova chefe da Seres da Secom.

No Palácio do Planalto, o recuo do Pix foi recebido com lamentação e reacendeu preocupação sobre a comunicação para se chegar em 2026. Diante do cenário, se mostrou ainda mais importante uma licitação da comunicação digital do governo. A Secom, ainda sob Paulo Pimenta, tentou contratar empresas para prestar serviços no setor, mas a licitação de cerca de R$ 190 milhões foi barrada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por suspeitas de irregularidades. Nos últimos dias, o certame foi liberado pela Corte. Porém, Sidônio disse que enviará, ainda neste semestre, uma nova licitação.

Outro assunto que rondará o encontro são as mudanças que Lula deve fazer na chefia dos ministérios. Como mostrou o Estadão/Broadcast, a ideia do presidente é fazer uma reforma enxuta nesse primeiro momento mirando petistas e integrantes de seu campo político mais próximo que julga não estarem tendo bom desempenho. São aguardadas alterações também nas pastas comandadas por partidos aliados, mas só depois das eleições para presidente da Câmara e do Senado, no começo de fevereiro. Essas mudanças serão baseadas principalmente em negociações políticas.

Ministros como Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Cida Gonçalves (Mulheres) são cotados para mudarem de cargo. Também passou a ser citado como um possível remanejado o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que poderia ir para Saúde no lugar de Nísia Trindade.

A reunião ministerial desta segunda era esperada para ocorrer no final do ano passado. Porém, em dezembro, Lula foi operado às pressas em São Paulo após a identificação de uma hemorragia intracraniana, decorrente do acidente domiciliar sofrido em outubro. Dias depois, o presidente foi submetido a um novo procedimento para impedir sangramentos no cérebro.

Por conta da intercorrência, o chefe do Executivo optou por um almoço com ministros. Na ocasião, também foi convidado o então futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. No encontro, Lula disse que ia desacelerar sua rotina após os procedimentos médicos e pediu para os auxiliares continuarem mobilizados e divulgarem as ações do governo.

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O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, chegou na Igreja Episcopal de Saint John para dar início às festividades da sua cerimônia de posse. O bilionário Elon Musk e vários dos escolhidos para o governo do republicano esperavam por sua chegada e pelo início do culto na igreja histórica na Lafayette Square.

Entre os outros convidados estão o Secretário de Estado designado, Marco Rubio, o presidente da Argentina, Javier Milei, e a filha do presidente eleito, Ivanka Trump.

Devido ao frio intenso, a cerimônia de posse oficial foi transferida para um ambiente fechado, a arena Capital One, em Washington, e terá início às 14h (de Brasília) desta segunda-feira, 20.

*Com informações da Associated Press

Donald Trump retorna à presidência dos Estados Unidos nesta segunda-feira, 20, oito anos depois de assumir a Casa Branca pela primeira vez, em 2017. Naquele ano, carros elétricos existiam, mas não eram tão comentados como hoje, assim como a AirFryer, cada vez mais presente nas cozinhas brasileiras. O Brasil era presidido por Michel Temer, que esteve no centro de um escândalo depois de ter uma conversa gravada com o empresário Joesley Batista no âmbito da operação Lava Jato.

O mundo começava uma onda nacionalista. Trump fez o seu primeiro discurso destacando o 'American First'. Os britânicos haviam acabado de votar a favor do Brexit, mas o Reino Unido ainda estava na União Europeia. Na Alemanha, o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em inglês) havia conquistado espaço no Parlamento pela primeira vez desde a 2.ª Guerra - e não parou desde então.

Mas o mundo não é só geopolítica. Abaixo, relembre alguns fatos daquela época:

Brasil

O Brasil vivia a operação Lava Jato. O presidente Lula ainda não havia sido preso, mas foi naquele ano que ele perdeu sua ex-esposa, Marisa Letícia, depois de sofrer um AVC. O ministro do STF Teori Zavascki, que cuidava da Lava Jato, faleceu em um acidente de avião e foi substituído por Alexandre de Moraes, que antes era ministro da Justiça.

O País também viveu uma grande crise na segurança pública, com massacres dentro do sistema prisional do Rio Grande do Norte, Amazonas e Roraima, impulsionados por disputas entre facções criminosas em todo o Brasil.

O setor de infraestrutura viveu uma tendência de privatização, com concessões em portos e aeroportos. A economia também saiu da recessão, depois de dois anos, e a inflação ficou abaixo de 3%.

Tecnologia e redes sociais

Naquele ano, a Apple lançou o iPhone 10, o primeiro com Face ID e sem o botão inicial. A Inteligência Artificial ainda não tinha chegado ao nível do ChatGPT, mas o AlphaGo, programa de computador da Google, venceu jogadores humanos em jogos de tabuleiro pela primeira vez.

A SpaceX, do Elon Musk, reutilizou pela primeira vez um foguete, o Falcon 9, dois anos depois de tê-lo lançado em órbita. E, falando em Elon Musk, não havia sequer intenção declarada do magnata de comprar o Twitter, renomeado hoje para X.

Entre as redes sociais, o TikTok ainda não existia. Existia, sim, o Vine, que tinha a mesma proposta de vídeos curtos e fez muito sucesso nos EUA até ser desativado em 2017.

Esporte

No futebol, Messi e Cristiano Ronaldo eram dominantes. O Palmeiras havia acabado de ganhar o Brasileirão em 2016 depois de duas décadas de jejum, comandado por Cuca e com Gabriel Jesus no elenco, mas nem sonhava na chegada de Abel Ferreira. O Grêmio, de Renato Gaúcho, ganharia a Libertadores de 2017. O Real Madrid conquistaria a Liga dos Campeões pelo segundo ano consecutivo.

Os tenistas Roger Federer e Rafael Nadal ainda estavam em atividade - e em alto nível. As duas lendas do tênis ganharam os quatro grand slams daquele ano (o suíço ganhou Austrália Open e Wimbledon, e o espanhol, US Open e Roland Garros).

Na NBA, o Golden State Warriors vivia sua hegemonia e vencia o Cleveland Cavaliers, de Lebron James, por quatro jogos a um. A equipe possuía um dos melhores elencos da história da NBA: Stephen Curry e Daymond Green (ainda hoje na equipe), Kevin Durant, Klay Thompson e Andre Iguodala eram alguns de seus nomes.

Cultura

Nos Estados Unidos, o Oscar premiou Moonlight, lançado em 2016, como melhor filme. O ano teve o lançamento de Corra, do Jordan Peele, e Dunkirk, do Cristopher Nolan, filmes com grande repercussão no Brasil. Na música, o hit Despacito, do porto-rinquenho Luis Fonsi, dominou a rádio e antecipou a onda da música de Porto Rico que se viu nos anos seguintes com Bad Bunny, que havia acabado de lançar o primeiro single em 2016.

Despacito também foi uma febre no Brasil, mas dividiu a rádio com hits como Paradinha, de Anitta, e K.O., da Pabllo Vittar, que lançou o primeiro disco, Vai Passar Mal, em janeiro de 2017. Na TV aberta, o domingo ainda possuía o Programa do Faustão na Globo e Silvio Santos no SBT.

Ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton chegou, há pouco, ao Capitólio para participar da cerimônia de posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. O democrata estava acompanhado da mulher dele, Hillary Clinton, que perdeu a disputa com Trump para a presidência em 2016.

Vice-presidente no primeiro mandato de Trump, Mike Pence também confirmou que participará do evento, em publicação no X (antigo Twitter).

Os dois se afastaram depois que Pence se recusou a cumprir uma ordem do republicano para impedir a certificação da vitória do atual presidente americano, Joe Biden, nas eleições de 2020.