PF indicia quatro ex-chefes da PRF por blitze para barrar eleitores em 2022

Política
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A Polícia Federal indiciou quatro ex-chefes da Polícia Rodoviária Federal no bojo do inquérito sobre o uso da máquina pública para influenciar as eleições presidenciais de 2022 por meio de blitze para impedir o deslocamento de eleitores no segundo turno do pleito. O Estadão busca contato com a defesa dos citados e deixou espaço aberto para manifestações.

Além dos ex-diretores, um ex-coordenador de Inteligência e Contra inteligência da corporação foi enquadrado por supostos crimes de desobediência, prevaricação, restrição ao exercício do direito de voto e omissão no combate ao crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por meio da 'restrição do exercício dos poderes constitucionais'.

Os indiciamentos foram encaminhados ao Supremo Tribunal Federal no ano passado, mas vieram à tona nesta quarta, 22.

As informações foram divulgadas pelo portal UOL e confirmadas pelo Estadão.

A partir do enquadramento criminal do grupo que comandou a PRF, cabe à Procuradoria-Geral da República analisar provas e conclusões da PF para decidir se pede mais diligências sobre o caso ou se já apresenta denúncia formal contra os ex-chefes da PRF e o ex-coordenador ou, ainda, se arquiva a investigação.

Os alvos do indiciamento são: Luís Carlos Reischak Junior (ex-diretor de Inteligência); Rodrigo Cardozo Hoppe (ex-diretor de Inteligência substituto); Djairlon Henrique Moura (ex-diretor de Operações); Adiel Pereira Alcantara (ex-coordenador de Análise de Inteligência).

Outro indiciado foi chefe da Agência Nacional de Transportes Terrestres - Bruno Nonato dos Santos Pereira, ex-coordenador de Inteligência e Contrainteligência.

Pelos mesmos fatos - as blitze no segundo turno das eleições presidenciais - a Polícia Federal já havia indiciado o ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, delegado de carreira da PF.

Ambos foram enquadrados por "violência política".

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O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira, 7, novas sanções contra integrantes do Hezbollah acusados de usar casas de câmbio libanesas para transferir dezenas de milhões de dólares do Irã para o grupo em 2025. Segundo comunicado, os recursos financiaram forças paramilitares, infraestrutura terrorista e ações contra o governo libanês, em um esquema que mistura financiamento ilícito e comércio legítimo, ameaçando a integridade do sistema financeiro do país. A sanção acontece em paralelo a ataques de Israel ao Líbano.

O subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira, John K. Hurley, afirmou que "o Líbano tem a oportunidade de ser livre e seguro, mas isso só será possível se o Hezbollah for desarmado e cortado do financiamento iraniano".

Entre os sancionados estão Ossam Jaber, responsável por movimentar dinheiro do Irã para o Líbano por meio de cambistas; Ja'far Muhammad Qasir, filho do ex-chefe financeiro do Hezbollah, Muhammad Qasir, morto em 2024; e Samer Kasbar, diretor da Hokoul SAL Offshore, empresa de fachada do grupo. O Tesouro aponta que Ja'far e Kasbar coordenaram, junto a aliados sírios, operações de venda de petróleo e produtos químicos iranianos para financiar o Hezbollah.

Desde janeiro, a Força Quds do Corpo da Guarda Revolucionária do Irã teria transferido mais de US$ 1 bilhão ao grupo, principalmente via casas de câmbio, conforme o Tesouro. As sanções bloqueiam os bens dos envolvidos nos EUA e proíbem transações com cidadãos ou empresas americanas.

Segundo o Tesouro, as medidas buscam pressionar o Hezbollah a cortar laços financeiros com Teerã e reduzir sua influência sobre a economia libanesa, gravemente afetada pela crise financeira de 2019, causadas devido a anos de déficits fiscais e acúmulo de dívida, que foram mascarados pelo Banco Central libanês.

Drones ucranianos atingiram uma importante refinaria de petróleo na região de Volgogrado, na Rússia, pela segunda vez em quase três meses, informou a Ucrânia nesta quinta-feira, 6. Autoridades russas não confirmaram o ataque, embora o governador local tenha dito que drones iniciaram um incêndio em uma instalação industrial não especificada.

A refinaria é a maior produtora de combustível e lubrificantes no Distrito Federal do Sul da Rússia, processando mais de 15 milhões de toneladas de petróleo bruto anualmente - cerca de 5,6% da capacidade total de refino do país, segundo autoridades ucranianas.

Os países têm trocado ataques quase diários à infraestrutura energética uma da outra, enquanto os esforços diplomáticos liderados pelos EUA para parar a guerra de quase quatro anos não têm impacto no campo de batalha.

Os ataques de drones de longo alcance da Ucrânia em refinarias russas visam privar Moscou da receita de exportação de óleo que precisa para prosseguir com sua invasão em grande escala. Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o discurso de abertura na Cúpula dos Líderes que antecede a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30) nesta quinta-feira, 6. Segundo ele, a postura dos Estados Unidos é um dos principais obstáculos para superação da crise climática e Trump "está 100% errado".

Petro afirmou que a postura dos Estados Unidos de negar a ciência empurra a humanidade para o abismo. "Donald Trump não está certo. Porque podemos ver o colapso que pode acontecer se os Estados Unidos não descarbonizarem sua economia. Está equivocado", disse Petro.

Segundo o presidente colombiano, Trump é uma espécie de inimigo da humanidade. Ele questionou o fato de o chefe da Casa Branca não ter vindo para a Cúpula. Ao assumir a presidência, no início do ano, Trump anunciou a retirada do país do Acordo de Paris, como havia feito em seu primeiro mandato (2017-2021). Trump tem uma postura negacionista diante da crise climática.

"Trump é contra a humanidade. O que devemos fazer então? Devemos deixá-lo em paz? Devemos esquecê-lo? Esquecer é o maior castigo? Como faço parte dessa mentalidade progressista, posso dizer que a vida é a nossa bandeira", disse Petro.

A tensão entre Trump e Petro cresceu nos últimos meses. O governo dos Estados Unidos impôs sanções financeiras ao colombiano. Na ocasião, o governo americano disse que Petro "permitiu que os cartéis de drogas prosperassem".

O presidente colombiano também mencionou o tema em seu discurso. Petro disse que mais países além da Venezuela estão sob "ameaça" de invasão dos EUA. Ele citou, entre outros, o Brasil, a própria Colômbia, México e Cuba. Trump, porém, não fez menções diretas ao Brasil até agora em relação a ofensivas para o combate ao tráfico de drogas.

Petro criticou a operação militar aérea e naval no Mar do Caribe e se referia à autorização de Washington para ações em solo. Ele comparou o presidente americano ao expansionismo napoleônico e acusou o uso de mísseis e uma tentativa de "silenciá-lo", por parte do governo Trump.

"Desde tempos passados, como Napoleão numa Rússia que também faz parte da Europa, temos tendências de invasão e estamos perdendo tempo. Podemos ver essas invasões, genocídios, ameaças. Além disso, invadir a Venezuela ou talvez haja ameaças de invasão à Colômbia, de invasão a Cuba. Eu também fui considerado por Trump como um líder do narcotráfico… E também as ameaças de invasão do Brasil, as ameaças de invasão do México. E também uma invasão real ao Caribe colombiano", disse Petro.