Juiz pede indenização de R$ 50 mil por 'provocações e falas deselegantes' de promotora

Política
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A animosidade entre um juiz e uma promotora de Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo, foi parar na Justiça. Depois de uma série de desentendimentos, inclusive em audiências, o magistrado Orlando Gonçalves de Castro Neto, titular da 1.ª Vara Criminal da cidade, deu entrada em uma ação por danos morais. Ele pede R$ 50 mil de indenização.

O juiz assumiu a 1.ª Vara Criminal em maio do ano passado. Desde então, tomou uma série de decisões que desagradaram a promotora de Justiça Fernanda Aliperti Coelho Prado Neubern. De perfil legalista, o magistrado revogou prisões e rejeitou denúncias oferecidas por Fernanda, o que deteriorou a relação entre eles.

Em seus recursos, a promotora passou a criticar abertamente o juiz. Disse que, ao rejeitar as denúncias, ele buscava pressionar o Ministério Público a fechar acordos com réus, "talvez para que não tenha que realizar o árduo trabalho de instruir uma ação penal". Também chamou seus argumentos de "absurdos".

Fernanda entrou com uma reclamação disciplinar na Corregedoria do Tribunal de Justiça de São Paulo. Foi a gota d'água para o juiz, que decidiu processar a promotora. A reportagem pediu manifestação de Fernanda.

"A intenção, de fato, foi de fazer instaurar procedimento disciplinar em face do autor para apurar situações não condizentes com a realidade e discursivamente manipuladas pela ré Fernanda Aliperti apenas para prejudicar a reputação do magistrado", alega o juiz no processo.

Neto afirma que foi vítima de "ironias, excesso de linguagem, provocações, falas deselegantes e ofensas". Também diz que, ao dar entrada na reclamação disciplinar, a promotora imputou a ele os crimes de desobediência e prevaricação.

Uma audiência de conciliação foi marcada para junho.

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou a proibição da entrada no país de aviões norte-americanos com migrantes colombianos deportados pelos Estados Unidos. O veto foi comunicado por meio de uma publicação em seu perfil no X (antigo Twitter). Nela, Petro afirmou que os Estados Unidos não podem tratar os migrantes colombianos como "delinquentes".

"Desautorizo a entrada de aviões norte-americanos com migrantes colombianos ao nosso território", escreveu Petro. Ele ainda defendeu que os Estados Unidos estabeleçam um protocolo que garanta um tratamento digno aos migrantes antes que a Colômbia aceite recebê-los de volta.

A declaração do presidente da Colômbia ocorre em meio a um cenário de endurecimento das políticas migratórias nos Estados Unidos pelo recém-empossado presidente Donald Trump. Nos primeiros dias do seu novo mandato, ele reforçou ações de deportação em massa de pessoas em situação ilegal de diversas nacionalidades.

No sábado, 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos chegaram ao Aeroporto Internacional de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, em uma aeronave KC-30 da FAB. O voo partiu de Manaus, onde os passageiros haviam desembarcado na sexta-feira (24) após o avião vindo dos Estados Unidos apresentar problemas técnicos.

Um palestino morreu e sete pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza neste domingo, 26, segundo o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas. Os palestinos estavam tentando chegar ao norte do enclave, mas foram impedidos pelas tropas israelenses por conta de um impasse no acordo de cessar-fogo. Não houve comentários imediatos do Exército israelense.

Segundo o acordo, o grupo terrorista Hamas deveria ter libertado a israelense Arbel Yehud no sábado, 25, porque os civis deveriam ser libertados antes de militares. O grupo terrorista afirmou que a refém está viva e será libertada na semana que vem. Com o impasse, Israel disse que não iria permitir a passagem de civis palestinos para o norte de Gaza, outra medida que estava no documento.

Milhares de pessoas viajaram a pé e deixaram a estrada principal lotada em Gaza. "Estamos em agonia há um ano e meio", disse Nadia Qasem, uma mulher deslocada do norte, enquanto esperava. "Desde a 1h da manhã estamos esperando para retornar."

Fadi al-Sinwar, que também foi deslocado da Cidade de Gaza, disse: "o destino de mais de um milhão de pessoas está ligado a uma pessoa", referindo-se à sequestrada israelense. "Veja o quão valiosos somos? Não temos valor algum", disse ele.

Feridos

O ministério da Saúde de Gaza também relatou que um homem foi baleado e outros dois ficaram feridos no sábado à noite, de acordo com o Hospital Awda, que recebeu as vítimas. Mais cinco palestinos, incluindo uma criança, ficaram feridos neste domingo de manhã em um tiroteio separado, disse o hospital.

Israel se retirou de várias áreas de Gaza como parte do cessar-fogo, que entrou em vigor no domingo passado, mas o Exército alertou as pessoas para ficarem longe de suas forças, que ainda estão operando em uma zona tampão dentro de Gaza ao longo da fronteira e no corredor Netzarim.

O grupo terrorista Hamas libertou quatro jovens soldados israelenses no sábado, e Israel libertou cerca de 200 prisioneiros palestinos, a maioria dos quais cumpria pena perpétua após serem condenados por ataques mortais.

Mas Israel disse que outra refém, a civil Arbel Yehoud, deveria ter sido libertada antes dos soldados, e que não abriria o corredor Netzarim até que ela fosse libertada. Tel-Aviv também acusou o grupo terrorista Hamas de não fornecer detalhes sobre as condições dos reféns que serão libertados nas próximas semanas.

O grupo terrorista Hamas acusou Israel de usar a questão como pretexto para atrasar o retorno dos palestinos para suas casas. Os Estados Unidos, Egito e Catar, que mediaram o cessar-fogo, estavam trabalhando para resolver a disputa.

Pelo menos três pessoas foram mortas e mais de 40 ficaram feridas no sul do Líbano neste domingo, 26, quando forças israelenses abriram fogo contra manifestantes que haviam violado bloqueios de estradas que o Exército israelense montou um dia antes, segundo informações do ministério da Saúde do Líbano.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) não comentaram o episódio, mas pediram que os libaneses não tentassem violar os bloqueios feitos pelo Exército. Manifestantes tentaram entrar em várias cidades na área de fronteira para protestar contra a permanência das tropas israelenses no sul do Líbano depois do prazo de 60 dias estabelecido no acordo de cessar-fogo entre Israel e a milícia xiita radical libanesa Hezbollah.

Tel-Aviv alega que precisa ficar mais tempo porque o Exército libanês não foi mobilizado para todas as áreas do sul do Líbano para garantir que o Hezbollah não restabeleça uma presença militar na área. O Exército do Líbano aponta que não pode ser mobilizado para todas as áreas do sul do Líbano até que as forças israelenses se retirem.

O presidente libanês, Joseph Aoun, disse em uma declaração se dirigindo a população do sul do Líbano neste domingo que "a soberania e a integridade territorial do Líbano não são negociáveis, e estou acompanhando essa questão nos níveis mais altos para garantir seus direitos e dignidade".

Ele os instou a "exercer autocontrole e confiança nas Forças Armadas Libanesas". O Exército libanês, em uma declaração separada, disse que estava escoltando civis para algumas cidades na área de fronteira e pediu aos moradores que seguissem as instruções militares para garantir sua segurança.

O presidente do Parlamento, Nabih Berri, cujo partido Movimento Amal é aliado do Hezbollah e que serviu como interlocutor entre a milícia xiita e os EUA durante as negociações de cessar-fogo, disse em uma declaração que as mortes deste domingo são "é um chamado claro e urgente para a comunidade internacional agir imediatamente e obrigar Israel a se retirar dos territórios libaneses ocupados".

O ministério da Saúde do Líbano afirmou em uma declaração que um manifestante foi morto e outros 10 feridos na vila fronteiriça de Houla. Outro manifestante foi morto na vila de Aitaroun e 11 feridos. Um terceiro manifestante foi morto na cidade de Blida e uma pessoa ferida. O ministério da saúde também relatou feridos nas áreas de Mays al-Jabal, Markaba, Bani Hayyan, Odaisseh, Rab Thalatin e Kfar Kila.