Van Hattem oficializa candidatura à presidência da Câmara e promete oposição ao governo Lula

Política
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O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) anunciou oficialmente sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados. A eleição será realizada no próximo sábado, dia 1º, e o parlamentar busca representar uma alternativa de oposição ao governo Lula. Os deputados Hugo Motta (Republicanos-PB) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) também disputam o cargo.

"Não estamos confortáveis com o fato de termos apenas duas candidaturas lançadas, uma do Centrão e outra do PSOL. A oposição precisa ter uma opção, pois entendo que não podemos ficar nas mãos dos mesmos grupos que têm dominado a Câmara e o Senado há tantos anos", disse Van Hattem em nota divulgada nesta segunda-feira, 27.

O deputado se comprometeu ainda com pautas como o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a anistia aos envolvidos nos atos do 8 de Janeiro. Além disso, o Van Hattem também defendeu o combate ao abuso de autoridade, criticando o que considera interferências do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Polícia Federal (PF).

Com apenas quatro deputados na Câmara, o Novo quer marcar posição e influenciar o debate com a candidatura de Van Hattem. Ele já disputou outras eleições para o comando da Casa, sem sucesso, mas mantém o discurso de que representa uma oposição aos interesses "fisiológicos" e à aliança com o governo.

A candidatura enfrenta resistência devido ao favoritismo de Hugo Motta, que conta com o apoio de PT, PL, Republicanos, entre outros partidos. Ainda assim, Van Hattem pode atrair votos de bolsonaristas descontentes. "Não há clareza sobre quais propostas da oposição serão de fato implementas por Hugo Motta se, de fato, for eleito. E quando alguém tem apoio do PT eu tenho automaticamente o pé atrás", disse o parlamentar na nota.

Recentemente, Van Hattem foi indiciado pela Polícia Federal após acusar o delegado Fábio Schor de produzir "relatórios fraudulentos". Durante um discurso na Câmara, em agosto, ele chamou o delegado de "bandido" e afirmou: "Tenho imunidade parlamentar". O indiciamento provocou reações, inclusive da defesa de Jair Bolsonaro (PL), que classificou a ação como um "ataque ao Parlamento brasileiro."

Em resposta, Van Hattem chamou o indiciamento de "ridículo" e reafirmou sua postura crítica em relação à Polícia Federal. Ele também criticou o indiciamento de Bolsonaro e outras 39 pessoas por suspeita de tramar um golpe, que incluía o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF Alexandre de Moraes. "Esses relatórios têm mais furos que queijo suíço", disse.

No Senado, o Novo também lançou Eduardo Girão (CE) como candidato à presidência. O favorito na disputa na Casa é Davi Alcolumbre (União-AP), que tem apoio do PT ao PL. Também é candidato Marcos Pontes (PL-SP), que não recebeu apoio do próprio partido e foi criticado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Depois de participarem de uma rodada de negociações em Doha, Paquistão e Índia chegaram a um acordo para um cessar-fogo imediato no conflito entre os dois países, informou o Ministério de Relações do Catar em nota. As tratativas foram mediadas pelo governo catariano e pela Turquia.

Em comunicado divulgado em sua conta no X, o ministério afirma que os dois lados concordaram em estabelecer mecanismos para consolidar uma "paz duradoura e estabilidade" em suas relações.

"Os dois lados também concordaram em marcar reuniões nos próximos dias para garantir a sustentabilidade do cessar-fogo e verificar sua implementação de forma confiável e sustentável, contribuindo, assim, para alcançar segurança e estabilidade nos dois países", diz a nota oficial.

A pasta responsável pelas relações externas do Catar afirma que o governo do país tem esperança de que o acordo vai contribuir para encerrar as tensões na fronteira entre Índia e Paquistão e estabelecer uma base sólida para garantir a paz no território.

Os dois vizinhos se enfrentaram em diversas guerras nos últimos anos. Acredita-se que a Índia tenha um total estimado de 172 ogivas nucleares, enquanto o Paquistão tenha 170, de acordo com o Boletim dos Cientistas Atômicos, publicado nos Estados Unidos.

Os Estados Unidos não vão manter como prisioneiros de guerra os dois sobreviventes do ataque a uma embarcação no mar do Caribe, na última quinta-feira, 16. O presidente Donald Trump anunciou na plataforma Truth Social que, em vez disso, eles serão enviados de volta para seus países - Colômbia e Equador.

"Havia quatro narcoterroristas a bordo. Dois foram mortos. Dois sobreviventes estão sendo enviados de volta a seus países de origem, Equador e Colômbia, para detenção", escreveu Trump, na rede social.

Na quinta-feira, 16, o exército norte-americanos abriu fogo contra uma embarcação suspeita de transportar drogas próxima à costa da Venezuela. Os sobreviventes foram resgatados pelos Estados Unidos de helicóptero. Desde o ataque, eles estavam detidos em um navio de guerra da Marinha dos Estados Unidos.

O ataque foi o primeiro que deixou sobreviventes desde que o presidente Donald Trump começou a lançar operações na região, no mês passado.

O governo tentou justificar os assassinatos alegando que os Estados Unidos estão em "conflito armado" com cartéis de drogas latino-americanos responsáveis por "envenenar" americanos. Descreveu esses grupos como organizações terroristas. Democratas no Congresso - e pelo menos um republicano - argumentaram que os ataques são um uso indefensável de força letal.

Os ataques aos barcos de transporte de drogas coincidiram com um grande aumento da presença militar no Caribe - e com a retórica cada vez mais hostil do governo contra o ditador venezuelano, Nicolás Maduro. A onda de atividades alimentou especulações de que Trump pode estar se preparando para removê-lo do poder à força.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos declarou neste sábado, 18, que informou os países envolvidos no acordo de paz em Gaza sobre "relatos confiáveis" que indicam uma iminente violação do cessar-fogo pelo Hamas.

Em comunicado, o departamento afirma que um ataque planejado pelo grupo militante contra civis palestinos "constituiria uma violação direta e grave do acordo de cessar-fogo e minaria o progresso significativo alcançado por meio dos esforços de mediação".

"Os garantidores exigem que o Hamas cumpra suas obrigações sob os termos do cessar-fogo", insta o órgão na nota. "Caso o Hamas prossiga com este ataque, medidas serão tomadas para proteger o povo de Gaza e preservar a integridade do cessar-fogo", adverte o departamento.

Segundo o texto, os EUA e outras nações que ajudaram a costurar o acordo entre Hamas e Israel seguem comprometidos com a garantia de segurança dos civis, com manutenção da "calma" no território e com a promoção da paz e prosperidade para o povo de Gaza e na região como um todo.