Lula planeja até duas viagens semanais pelo País para tentar reverter popularidade baixa

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja uma temporada fazendo até duas viagens por semana para promover o governo nos Estados do Brasil e tentar recuperar a popularidade. A primeira poderá ser para o Rio de Janeiro, na semana que vem, para anunciar investimentos da Petrobrás.

A avaliação no Palácio do Planalto é que a presença do petista no interior do Brasil ajudaria a divulgar a própria gestão. Nas viagens, o presidente tem atenção da imprensa local, mobiliza apoiadores e tem a oportunidade de falar sobre obras e programas sociais - enquanto, em Brasília, o que toma mais tempo são reuniões em gabinetes.

Lula está em um momento de popularidade fragilizada. Pesquisa Genial/Quaest divulgada na segunda-feira, 27, aponta que a desaprovação do petista chegou a 49%, contra 47% de aprovação. Foi a primeira vez que a desaprovação do presidente apareceu numericamente maior do que a aprovação desde o início do mandato.

Segundo apurou a reportagem, a análise no entorno de Lula é que seria melhor para sua popularidade fazer mais de duas viagens por semana. Essa rotina, porém, seria extenuante demais. O presidente fará 80 anos em outubro e passou recentemente por dois procedimentos na cabeça. Ele costuma demonstrar cansaço quando faz viagens muito longas. Além disso, sua ausência em Brasília às vezes atrasa discussões dentro do governo.

Lula mencionou as viagens em entrevista a jornalistas nesta quinta-feira, 30. "Estou 100% pronto para começar a viajar o Brasil, para começar a percorrer os Estados brasileiros, visitar a sociedade brasileira e estabelecer uma conversa muito verdadeira", comentou.

O presidente da República passou os últimos meses com restrições a viagens de avião. No começo de dezembro, ele foi internado e transferido para São Paulo, onde passou por dois procedimentos para tratar um sangramento intracraniano. Só na segunda-feira, 27, ele foi liberado pelos médicos para viagens.

Além das visitas aos Estados para divulgar o governo, Lula fará diversas viagens internacionais neste ano. Ele participará de encontros multilaterais como a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (nos Estados Unidos) e outros bilaterais, como visitas ao Japão e ao Vietnã.

O petista também planeja ir à posse do próximo presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, em março, e indicou que irá à Rússia para a comemoração dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa. Além disso, o brasileiro deve visitar Honduras para a reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), além da Argentina, para participar do encontro do Mercosul, e da África do Sul, para o G20.

Petistas de diversos Estados têm cobrado a presença do presidente da República. A demanda tem vindo especialmente do Nordeste. Trata-se da região onde Lula tem mais força política. O PT, partido do presidente, tem quatro governadores nordestinos. A última pesquisa Genial/Quaest mostra queda na popularidade de Lula também na região.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.