Sucessão Senado: Quem é Davi Alcolumbre, favorito para ser o próximo presidente da Casa

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Sucessão Senado: Quem é Davi Alcolumbre, favorito para ser o próximo presidente da Casa -

O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) é o franco favorito a ser eleito presidente do Senado para os próximos dois anos. A se confirmar o resultado, será a segunda vez que Alcolumbre ocupará o cargo - ele foi presidente da Casa de 2019 a 2021, no início do governo de Jair Bolsonaro.

A eleição para a Mesa Diretora do Senado está marcada para este sábado, 1º, a partir das 10 horas. Será secreta e realizada em cédula de papel. Os adversários de Alcolumbre serão os senadores Marcos do Val (Podemos-ES), Marcos Pontes (PL-SP), Eduardo Girão (Novo-CE) e Soraya Thronicke (Podemos-MS). Nenhum dos quatro concorrentes, porém, tem chances reais de ser eleito presidente do Senado.

Alcolumbre tem bom trânsito com a direita e com a esquerda e, nos últimos anos, durante a gestão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu aliado, na presidência do Senado, foi responsável por boa parte das negociações envolvendo emendas parlamentares e cargos.

São atribuídas a ele, por exemplo, indicações nos ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a de Juscelino Filho, na pasta das Comunicações, e a de Waldez Góes, à frente da Integração Nacional.

Senador de segundo mandato - foi eleito pela primeira vez em 2014 -, Alcolumbre, de 47 anos, está na política em cargos públicos desde 2001, quando tomou posse como vereador de Macapá, capital do Amapá. À época, tinha 23 anos e era filiado ao PDT. Em 2002, foi eleito deputado federal pelo mesmo partido. Trocou de sigla em 2006, quando migrou para o PFL, que mudou de nome para DEM em 2007 e depois se fundiu com o PSL para formar o União Brasil, legenda à qual está filiado até hoje.

O senador amapaense é muito cordial com seus pares e conquistou nos últimos anos o espaço de protagonista nas negociações da Casa Alta do Congresso com quem quer que esteja no Palácio do Planalto. No governo de Jair Bolsonaro, estabeleceu uma aproximação da Casa com o então presidente. Sua eleição, em grande parte, é atribuída aos bolsonaristas, que impulsionaram, em 2019, o discurso de voto aberto na disputa como forma de enfraquecer Renan Calheiros (MDB-AL), adversário de Alcolumbre naquela eleição.

Com a mudança de chefe do Poder Executivo em 2023, Alcolumbre manteve a mesma proximidade com o Planalto. Indicou ministros ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e participou ativamente das discussões sobre liberação de emendas parlamentares.

Desde que deixou a presidência do Senado, em 2021, o senador amapaense manteve-se em uma posição de destaque na Casa. Foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça por quatro anos. Esta foi uma forma de Alcolumbre cumprir o que ele chamou, em conversas com amigos, de um "ciclo" - os quatro anos na presidência do Senado.

Em 2023, quando encerrou seu primeiro mandato, tentou, junto ao então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, uma mudança na interpretação da Constituição para permitir sua reeleição. O Supremo Tribunal Federal não autorizou e decidiu que a reeleição na mesma legislatura é inconstitucional. Restou a Alcolumbre indicar um aliado à época: Rodrigo Pacheco.

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A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo neste domingo, 9. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A fala distorcida de Trump foi exibida no programa Panorama de 3 de novembro de 2024, a uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Em sua rede social, a Truth Social, Donald Trump celebrou a demissão de quem chamou de "jornalistas corruptos". "Essas são pessoas muito desonestas que tentaram manipular as eleições presidenciais. Para piorar, vêm de um país estrangeiro, um que muitos consideram nosso principal aliado. Que terrível para a democracia!", postou.

A ministra britânica da Cultura, Lisa Nandy, havia classificado horas antes como "extremamente grave" a acusação contra a BBC por apresentar declarações de Trump de maneira enganosa.

"É um dia triste para a BBC. Tim foi um excelente diretor-geral durante os últimos cinco anos", afirmou o presidente da Corporação Britânica de Radiodifusão, Samir Shah, em comunicado. Ele acrescentou que Davie enfrentava "pressão constante (...) que o levou a tomar a decisão" de renunciar.

Colagem de trechos separados levou a versão distorcida do discurso

O caso, revelado na terça-feira, 4, baseia-se em um documentário exibido uma semana antes das eleições presidenciais dos EUA de 2024. A BBC é acusada de ter montado trechos separados de um discurso de Trump de 6 de janeiro de 2021 de forma que parece indicar que ele teria dito a seus apoiadores que marchariam com ele até o Capitólio para "lutar como demônios".

Na versão completa, o então presidente republicano - já derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden - diz: "Vamos marchar até o Capitólio e vamos incentivar nossos valentes senadores e representantes no Congresso."

A expressão "lutar como demônios" corresponde, na verdade, a outro momento do discurso.

Em carta enviada ao conselho da BBC e publicada no site, a CEO de notícias disse que a polêmica em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está prejudicando a BBC - uma instituição que ela adora.

Já Tim Davie, diretor-geral, disse que abdicou ao cargo após intensas exigências pessoais e profissionais de gerir o posto ao longo de muitos anos nestes "tempos turbulentos".

Um dia antes do início oficial da COP30 em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, nesta domingo, 9, uma mensagem dizendo que a Amazônia foi destruída para a construção de uma estrada.

"Eles destruíram a floresta amazônica no Brasil para a construção de uma rodovia de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar", escreveu Trump na mensagem, ressaltando que o caso "se tornou um grande escândalo".

Junto com a mensagem, Trump postou um vídeo de quatro minutos da Fox News, com uma reportagem do enviado da emissora a Belém para cobrir a COP30.

Na reportagem, o editor Marc Morano diz, com uma imagem de Belém ao fundo, que mais de 100 mil árvores foram cortadas na Amazônia para construir a estrada e mostrar como o "governo brasileiro está cuidando da floresta tropical".

Ainda na reportagem postada por Trump, o jornalista destaca que pela primeira vez não há uma delegação oficial dos Estados Unidos em uma conferência das Nações Unidas sobre o clima desde 1992. Mesmo países europeus estão deixando esses compromissos de lado, ressalta o jornalista.

A reportagem fala ainda da queda das vendas de carros elétricos e de demissões em fábricas nos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco que a BBC alterou seu discurso de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio, e celebrou a demissão de "pessoas muito desonestas que tentaram influenciar uma eleição presidencial".

"As principais pessoas da BBC, incluindo TIM DAVIE, o CHEFE, estão todas se demitindo/DEMITIDAS, porque foram pegas 'alterando' meu excelente (PERFEITO!) discurso de 6 de janeiro. Além de tudo, eles são de um país estrangeiro, que muitos consideram nosso Aliado Número Um. Que coisa terrível para a Democracia!", escreveu o republicano na Truth Social.

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo nesta trade. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso de Trump para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio.