Com eleição encaminhada, Hugo Motta fala em mais previsibilidade e alinhamento com Senado

Política
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O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), franco favorito para vencer a eleição para presidente da Câmara marcada para logo mais, disse aos demais deputados que quer dar mais previsibilidade à agenda da Casa e que pretende promover um maior alinhamento com o Senado. O foco de seu discurso foi dizer aos colegas e eleitores que não se colocará contra a vontade da maioria da Câmara caso seja eleito para a presidência.

"Devemos também priorizar o alinhamento de pautas com o Senado para otimizar o processo legislativo", disse Hugo Motta. Ele também afirmou querer uma Câmara forte, com suas prerrogativas e com a imunidade parlamentar. A imunidade é um tema caro principalmente aos deputados oposição, que fazem discursos fortes em favor, por exemplo, dos presos por causa dos ataques às sedes dos Poderes de 8 de Janeiro de 2023.

Hugo Motta falou em fortalecer as comissões e distribuir relatorias de projetos inclusive entre deputados com menos experiência política. Disse que as deputadas precisam ter protagonismo também em projetos que não têm a ver apenas com direitos das mulheres. Além disso, falou em divulgar com antecedência quais serão as sessões realizadas de forma virtual, e sugeriu que as sessões comece mais cedo, no início da tarde.

O deputado paraibano disse que nunca haverá unanimidade na Casa, mas que suas decisões não serão pessoais. "Ninguém navega o mar, mas no máximo o navio. E o navio nunca pode navegar contra as ondas do mar", disse ele. "Quero ser um elo forte na corrente. Um elo forte, mas a consciência de ser apenas um elo", declarou o candidato.

Hugo Motta afirmou que a humildade é uma atitude de vida e mencionou Nelson Mandela e Mahatma Gandhi. O candidato disse que a posição de presidente da Câmara é efêmera, e que nunca imaginou o cargo como um auge de poder. Ele afirmou que os líderes de bancada são porta-vozes do povo. Também defendeu uma gestão com harmonia.

Por fim, o candidato se disse grato a políticos que foram importantes na condução de sua candidatura. Primeiro, Marcos Pereira, presidente de seu partido que desistiu de concorrer ao comando da Câmara e lançou seu nome na disputa. Antônio Brito (PSD-BA), Elmar Nascimento (União-BA) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL), que também ensaiaram candidaturas e acabaram o apoiando. E o ainda presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), o principal articulador de sua aliança.

"O presidente Arthur Lira deixa para nós o maior legado de realizações legislativas e transformações reais na vida dos brasileiros que essa Casa pode, com a participação de todos, oferecer ao País desde Ulysses Guimarães", declarou Hugo Motta. Terminou o discurso pedindo votos a seus colegas.

Hugo Motta foi o último dos candidatos a discursar. Antes dele, falaram Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Henrique Vieira (Psol-RJ). Cada um teve até 10 minutos na tribuna para falar aos colegas de plenário.

Marcel Van Hattem disse que, se for eleito, pautará um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a anistia aos presos por causa dos ataques às sedes dos Poderes em 8 de Janeiro de 2023. As declarações visam a atrair votos de deputados bolsonaristas de deputados como PL e PP. As legendas apoiam Hugo Motta. Mas, como o voto é secreto, nada impede seus integrantes de não cumprirem o compromisso firmado pelas siglas.

Henrique Vieira fez um discurso à esquerda para marcar posição. Falou contra o avanço das emendas parlamentares - uma posição que tem apelo fora da Câmara mas é extremamente impopular entre deputados - e contra a anistia aos presos pelo 8 de Janeiro.

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