Oposição na Câmara prepara nova frente para reverter inelegibilidade de Bolsonaro

Política
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Os deputados federais de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) preparam uma nova tentativa de reverter a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), proibido de concorrer a cargos eletivos até 2030, e habilitá-lo para a disputa presidencial de 2026.

Após entraves no projeto de lei que pretende anistiar os extremistas do 8 de Janeiro, os opositores se mobilizam pela aprovação de um projeto de lei complementar (PLP) de autoria de Bibo Nunes (PL-RS) para mudar a Lei da Ficha Limpa. A proposta foi protocolada em julho de 2023, logo após o primeiro julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que condenou Bolsonaro a oito anos de inelegibilidade.

O texto do deputado gaúcho reduz o tempo da pena de inelegibilidade de oito para dois anos. Segundo a justificativa apresentada, o período proposto "é uma sanção mais do que suficiente para os fins que se almeja a inelegibilidade". Além do autor, 72 deputados federais assinam a medida como coautores.

A proposta está em tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara, sob a relatoria do deputado federal Filipe Barros (PL-PR), que ainda não apresentou um parecer. O colegiado, que analisa a admissibilidade jurídica de projetos de lei e é considerado o mais importante da Casa, elegerá neste mês um novo presidente. A comissão, por ora, é comandada por Caroline de Toni (PL-SC).

Ao portal O Antagonista, Bibo Nunes afirmou que a medida "não é um projeto casuístico". "Oito anos é um absurdo. Não tem o porquê", afirmou o parlamentar.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já responsabilizou 898 pessoas pelos atos golpistas de 8 de Janeiro, segundo relatório divulgado pelo gabinete de Alexandre de Moraes em janeiro.

A anistia aos envolvidos no Ataque aos Três Poderes é uma das bandeiras de Bolsonaro, que estima que uma versão ampliada do projeto da anistia possa anular suas condenações na esfera eleitoral e habilitá-lo para a eleição presidencial de 2026.

Em entrevistas, Bolsonaro reafirma que é candidato na próxima eleição, ainda que acumule duas penas por inelegibilidade e evite responder se acredita, de fato, que poderá revertê-las a tempo da próxima disputa presidencial.

O projeto de lei da anistia aguarda a criação de uma comissão especial da Câmara. Os novos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) afirmaram que não se opõem a pautar a proposta, mas ressaltam que a medida divide opiniões dos congressistas, o que pode dificultar sua aprovação.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou decepção em relação ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, por continuar a guerra contra a Ucrânia, em rodada da perguntas e respostas com jornalistas nesta terça-feira, 14. "Eu e Putin tínhamos uma relação boa; não há motivos para continuar guerra. Ele não quer terminar o conflito, a economia russa irá colapsar", disse.

Poucos minutos depois, o republicano afirmou que ele e o líder russo ainda "tem um bom relacionamento".

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que também estava presente no local, defendeu que a Europa precisa aumentar a pressão sobre Moscou.

Em relação à paralisação do governo, Trump disse que o shutdown não deveria ter acontecido e que, na sexta-feira, o governo terá uma lista sobre o fechamento de programas democratas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o seu homólogo argentino, Javier Milei, "faz a Argentina grande de novo" e que ele se tornou muito popular, em comentários antes da reunião bilateral entre os líderes, nesta terça-feira, em Washington. "Queremos ajudar a Argentina, faremos mais comércio com eles, que possuem bons produtos. Queremos que a Argentina tenha sucesso", afirmou.

O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, também presente na ocasião, reafirmou apoio ao grupo política de Milei nas eleições legislativas do país, que acontecerão ainda neste mês.

"Milei se sairá bem nas eleições, ele tem lutado contra anos de economia ruim", mencionou Bessent.

O secretário do Estado americano, Marco Rubio, por sua vez, ressaltou que os EUA possuem "grandes aliados" na América do Sul.

Milei agradeceu a recepção da administração norte-americana, parabenizou Trump pelo trabalho para alcançar o cessar-fogo no Oriente Médio e enfatizou a importância de Bessent para "acabar com o problema de liquidez" na Argentina.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a dizer que teve uma "boa conversa" com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em comentários antes da reunião bilateral com o presidente da Argentina, Javier Milei, nesta terça-feira, 14, em Washington.

No entanto, Trump disse que o Brics realizou um "ataque ao dólar" e, por isso, ameaçou tarifas contra os países do grupo.