Guerra dos bonés: Ciro Gomes publica foto com acessório escrito 'vão trabalhar vagabundos'

Política
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O ex-ministro e ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) entrou na chamada "guerra dos bonés" e publicou uma montagem usando o acessório nesta quarta-feira, 5. Na cor amarela, o item leva a frase: "Vão trabalhar vagabundos".

A publicação foi feita no perfil do X (antigo Twitter) do político, que atualmente não tem mandato eletivo.

A frase usada na montagem de Ciro é remetida aos políticos, incluindo parlamentares, ministros e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que nos últimos dias adotaram o uso dos itens como forma de críticas, que foram sendo rebatidas e escalaram o "conflito".

O acessório foi usado pela primeira vez no sábado, 1.º, por governistas no Congresso, com os dizeres "O Brasil é dos brasileiros", no dia das eleições para as presidências da Câmara e do Senado. O ato gerou reação de oposicionistas, que apareceram nesta segunda-feira, 3, com bonés verde e amarelo, com a frase: "Comida barata novamente. Bolsonaro 2026".

Nesta terça-feira, 4, Lula publicou um vídeo usando o boné que a base do governo levou para o Congresso. Como mostrou o Estadão, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que a ideia da frase partiu do novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), o marqueteiro Sidônio Palmeira.

Já os itens usados pela oposição foram confeccionados a pedido do novo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), que afirmou ter sido uma resposta direta a Sidônio.

Nesta terça, o novo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou a "guerra dos bonés". "Para mim, boné serve para proteger a cabeça do sol, não para resolver os problemas do País. O que a gente precisa é fazer, e ter a cabeça aberta para pensar em como ajudar o Brasil a ir para frente", escreveu Motta em publicação no X (antigo Twitter).

Internautas reagiram à publicação de Ciro, apoiando o pedetista, mas houve quem questionou: "e o senhor, está trabalhando onde?".

Ciro concorreu a sua quarta eleição presidencial em 2022, quando se apresentou como uma opção fora da polarização, e terminou o pleito em quarto lugar, com 3% dos votos válidos.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, bloqueou um plano de Israel para atacar instalações nucleares no Irã, segundo informações do jornal americano The New York Times, em meio às negociações entre Washington e Teerã.

Os dois países, sem relações diplomáticas há mais de 40 anos, buscam um novo acordo sobre o programa nuclear do Irã depois que Trump retirou os Estados Unidos, durante seu primeiro mandato, de um pacto anterior sobre o tema.

Depois de uma primeira reunião em Omã na semana passada, o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, e o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, participarão de uma segunda rodada de negociações em Roma no sábado.

Ataque

Neste contexto, fontes do governo Trump explicaram ao jornal que Israel havia solicitado ajuda de Washington para efetuar um ataque em maio contra as instalações nucleares do Irã.

Segundo o NYT, o plano e sua possível execução foram avaliados pelo governo dos Estados Unidos por meses.

Porém, durante uma visita à Casa Branca do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu na semana passada, Trump disse ao israelense que não apoiaria um ataque.

Ao mesmo tempo, o presidente republicano anunciou de maneira surpreendente as negociações com o Irã sobre seu programa nuclear.

Desde sua posse em janeiro, Trump intensificou a pressão contra Teerã, com mais sanções e ameaças de uma ação militar caso os países não alcancem um acordo sobre a questão.

Estados Unidos, Israel e outros países ocidentais consideram que o programa nuclear do Irã busca o desenvolvimento da bomba atômica, o que Teerã nega.

Inspeção

Em meio as negociações entre Washington e Teerã, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi, advertiu nesta quinta-feira que os países têm "pouco tempo" para alcançar um acordo sobre o programa nuclear iraniano.

"Estamos em uma fase crucial destas negociações importantes. Sabemos que temos pouco tempo, por isso quero facilitar este processo", disse Grossi em uma entrevista coletiva em Teerã ao lado do chefe da agência iraniana de energia atômica, Mohamad Eslami.

Segundo a AIEA, o Irã manteve o compromisso até o rompimento do acordo por Trump. Em seu relatório mais recente, a agência afirma que Teerã dispõe de urânio enriquecido a 60%, próximo dos 90% necessários para produzir uma arma atômica.

O diplomata argentino teve uma reunião na quarta-feira, 16, com Araqchi, que também lidera a delegação iraniana nas negociações com Washington. O chanceler de Teerã celebrou nesta quinta-feira uma "discussão útil" com Grossi.

"Nos próximos meses, a agência pode desempenhar um papel crucial na resolução pacífica da questão nuclear iraniana", afirmou. Mas em sua mensagem, o chanceler também alertou que "alguns criadores de problemas estão se reunindo para provocar o descarrilamento das negociações".

A acusação pareceu direcionada às mudanças de posição da administração de Donald Trump.

O enviado do governo Trump, Steve Witkoff, defendeu na segunda-feira, 14, limitar as capacidades de enriquecimento de urânio do Irã, mas um dia depois pediu o desmantelamento total do programa, o que representa uma linha vermelha para Teerã. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O ministro de Defesa de Israel, Israel Katz, disse nesta quarta-feira, 16, que tropas permanecerão nas chamadas zonas de segurança na Faixa de Gaza, no Líbano e na Síria "indefinidamente", o que pode complicar ainda mais as negociações com o Hamas sobre um acordo e a libertação de reféns.

As forças israelenses tomaram mais da metade de Gaza em uma campanha renovada para pressionar os militantes do Hamas a libertar reféns depois que Israel encerrou o cessar-fogo no mês passado.

Israel também se recusou a se retirar de algumas áreas no Líbano após um cessar-fogo com o grupo militante Hezbollah no ano passado, e tomou uma zona tampão no sul da Síria depois que os rebeldes derrubaram o presidente sírio, Bashar Assad, em dezembro.

Um apagão atingiu toda a ilha de Porto Rico nesta quarta-feira, 16, enquanto os moradores do território norte-americano, em sua maioria católicos, se preparavam para celebrar o fim de semana da Páscoa, disseram autoridades.

Todos os 1,4 milhão de clientes da ilha estavam sem energia, disse Hugo Sorrentini, porta-voz da Luma Energy, que supervisiona a transmissão e distribuição de energia. "A ilha inteira está sem geração", disse.

Enquanto isso, pelo menos 78.000 clientes ficaram sem água, com as autoridades alertando que a energia provavelmente não será totalmente restabelecida nas próximas 48 a 72 horas.

"Isso é inaceitável", disse Josué Colón, chamado czar da energia da ilha e ex-diretor executivo da Autoridade de Energia Elétrica de Porto Rico.

Não se sabia o motivo exato para o apagão, o mais recente de uma série de falhas de fornecimento de energia na ilha nos últimos anos. A governadora Jennifer González , que estava viajando, disse que as autoridades estavam "trabalhando com diligência" para resolver o problema.

Milhares de porto-riquenhos ficaram furiosos com a última queda de energia, ampliando os apelos para que o governo cancele o contrato com a Luma e a Genera PR, que supervisiona a geração de energia na ilha.