Supremo tem 4 votos para julgar morte de Rubens Paiva

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar nesta sexta, 14, a continuidade de investigação sobre as mortes do ex-deputado Rubens Paiva e outras duas vítimas da ditadura militar. O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou para que os casos tenham "repercussão geral", ou seja, tenham suas decisões aplicáveis a outros processos semelhantes. Os ministros Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, Luiz Fux e Flávio Dino acompanharam o voto do relator. O julgamento em plenário virtual segue até a próxima sexta-feira, 21.

Na prática, a decisão é sobre se a Lei da Anistia se aplica ou não a violações de direitos humanos cometidos por militares no período. Em seu voto, Moraes argumentou que, por se tratar de "gravíssima violação de direitos humanos que perdura por quase 50 anos", propõe o reconhecimento da repercussão geral como "indiscutível". Ele também ressaltou que os três casos "tangenciam matéria de grande relevância para a pauta dos direitos humanos".

A repercussão geral é reservada para o julgamento de temas trazidos em recursos extraordinários, que apresentam questões econômicas, políticas, sociais ou jurídicas que ultrapassam os interesses daquele processo em si.

Recursos

Nos três recursos extraordinários analisados, o Ministério Público Federal (MPF) busca a responsabilização penal de agentes públicos envolvidos no desaparecimento de pessoas opositoras do regime militar. O argumento é de que os atos imputados aos agentes configuram crimes de lesa-humanidade e, por isso, não estariam contemplados na Lei da Anistia.

A tese do chamado "crime permanente" ou "crime continuado" permeia nos últimos anos diversas acusações formais oferecidas pelo MPF. As denúncias não são recebidas com base justamente na Lei da Anistia. Sancionada pelo presidente João Batista Figueiredo, a lei interditou a possibilidade de punição de todos os crimes cometidos até sua entrada em vigor - o texto concede indulto a crimes políticos e conexos ocorridos entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979.

Os militares acusados são José Antônio Nogueira Belham, Rubens Paim Sampaio, Raymundo Ronaldo Campos, Jurandir Ochsendorf e Souza, Jacy Ochsendorf e Souza, Luiz Mário Valle Correia Lima, Luiz Timótheo de Lima, Roberto Augusto de Mattos Duque Estrada, Dulene Aleixo Garcez dos Reis e Valter da Costa Jacarandá. O médico legista Harry Shibata também integra a lista de denunciados pelo MPF.

Os três processos tratam do desaparecimento de Rubens Paiva e Mário Alves de Souza Vieira, cujos corpos nunca foram encontrados, e da morte de Helber José Gomes Goulart. Os restos mortais de Goulart foram identificados no Cemitério de Perus, em 1992.

O debate sobre a responsabilização de militares envolvidos em crimes contra os direitos humanos durante a ditadura voltou com o filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, que conta a história da viúva de Rubens Paiva, Eunice Paiva, após o desaparecimento do marido. O longa foi indicado ao Oscar em três categorias.

Cassado

Rubens Paiva foi detido em casa no dia 20 de janeiro de 1971 e levado ao Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), no Rio, onde foi torturado e morto. Ele foi cassado pelo golpe de 1964. Paiva chegou a se exilar por nove meses, mas retornou ao Brasil e voltou a trabalhar como engenheiro. Foi preso depois que militares interceptaram cartas de exilados endereçadas a ele.

Em outra categoria

Membros da Guarda Nacional do Texas foram vistos nesta terça-feira, 7, em um centro de treinamento militar em Illinois, no sinal mais claro até agora do plano do governo norte-americano Donald Trump de enviar tropas para a região de Chicago, apesar da oposição de autoridades locais e de uma ação judicial em curso. Os militares exibiam o emblema da Guarda Nacional texana.

O governador de Illinois, JB Pritzker, acusou Trump de usar as tropas como "peões" e "instrumentos políticos", enquanto o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, criticou a falta de cooperação da Casa Branca. O Estado e a cidade processaram o governo federal, alegando que a medida faz parte de uma "guerra" declarada por Trump contra Chicago e Illinois. Um juiz deu dois dias ao governo para responder, com audiência marcada para quinta-feira.

A mobilização reacende tensões com governadores democratas. No Oregon, um juiz bloqueou o envio de tropas a Portland. Trump tem retratado as grandes cidades como "zonas de guerra" e ameaçou acionar a Lei da Insurreição, que autoriza o uso de militares da ativa em Estados que desafiam ordens federais.

Em Chicago, a presença de agentes armados da Patrulha de Fronteira e prisões em áreas latinas aumentaram o temor entre moradores. Johnson assinou uma ordem proibindo o uso de propriedades municipais em operações migratórias.

Apesar do discurso do governo, dados policiais mostram queda da criminalidade: os homicídios recuaram 31% em Chicago e 51% em Portland. Desde o início do segundo mandato, Trump já enviou ou cogitou enviar tropas a dez cidades americanas, incluindo Los Angeles e Washington. Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast

A crise política detonada na França pela renúncia do primeiro-ministro Sébastien Lecornu se agravou nesta terça-feira, 7, com um aumento das críticas ao presidente Emmanuel Macron dentro de seu próprio grupo político. Dois ex-premiês que serviram no gabinete do presidente o criticaram em meio à pressão para que ele convoque novas eleições legislativas ou renuncie ao cargo.

Um deles, Édouard Philippe, afirmou Macron deveria convocar eleições presidenciais antecipadas e renunciar após a Assembleia Nacional aprovar o orçamento para 2026.

Philippe, que foi o primeiro premiê de Macron depois que ele chegou ao poder em 2017, disse que o presidente francês deveria dizer "que não podemos deixar que o que temos vivido nos últimos seis meses se prolongue. Mais 18 meses é considerado tempo demais e isso prejudicaria a França".

O presidente francês também foi criticado pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, que manifestou seu descontentamento com a decisão de Macron de dissolver a Câmara dos Deputados em junho de 2024 - a raiz da crise atual.

"Como muitos franceses, não compreendo mais as decisões do presidente", disse Attal à emissora TF1 na segunda-feira, 6.

Macron já havia dito anteriormente que cumprirá seu segundo e último mandato presidencial até o fim.

Renúncia do primeiro-ministro

Depois de aceitar a demissão de Lecornu, Macron deu ao seu aliado mais 48 horas para "negociações finais" com a intenção de tentar estabilizar o país antes de decidir seus próximos passos.

Lecornu se reuniu nesta terça-feira com autoridades da chamada Socle Commun (Plataforma Comum), uma coalizão de conservadores e centristas que havia fornecido uma base de apoio, embora instável, aos primeiros-ministros de Macron antes de se desintegrar, quando Lecornu nomeou um novo gabinete na noite de domingo, 5.

O novo governo então entrou em colapso menos de 14 horas depois, quando O conservador Bruno Retailleau retirou seu apoio.

O início da crise

A turbulência política tomou conta da França há mais de um ano, a partir da dissolução da Assembleia Nacional por determinação de Macron, o que desencadeou novas eleições.

Após o avanço da extrema direita nas eleições para o Parlamento europeu, Macron calculou que a votação lhe beneficiaria diante de um temor do avanço radical.

O primeiro turno da eleição, no entanto, teve um resultado contrário e o presidente teve de se aliar à Frente Ampla de esquerda para derrotar a direita radical.

Após a vitória, no entanto, Macron se recusou a incluir a esquerda na coalizão de governo, o que fragilizou seu governo.

Repleto de oponentes de Macron, os parlamentares derrubaram seus governos minoritários, um após o outro.

*Com informações da Associated Press.

O ex-primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, afirmou nesta terça-feira, 7, que o presidente francês, Emmanuel Macron, deveria convocar eleições presidenciais antecipadas e renunciar após a Assembleia Nacional aprovar o orçamento para 2026.

Philippe, que foi o primeiro premiê de Macron depois que ele chegou ao poder em 2017, disse que o presidente francês "deveria dizer que não podemos deixar que o que temos vivido nos últimos seis meses se prolongue. Mais 18 meses seriam tempo demais e prejudicariam a França".

Macron já havia dito anteriormente que cumprirá seu segundo e último mandato presidencial até o fim.

O presidente francês também foi criticado pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, que manifestou seu descontentamento com a decisão de Macron de dissolver a Câmara dos Deputados em junho de 2024 - a raiz da crise atual.

"Como muitos franceses, não compreendo mais as decisões do presidente", disse Attal à emissora TF1 na segunda-feira, 6.

A turbulência política tomou conta da França há mais de um ano, a partir da dissolução da Assembleia Nacional que desencadeou novas eleições. O resultado foi um Parlamento repleto de oponentes de Macron, que derrubaram seus governos minoritários, um após o outro.

Renúncia do primeiro-ministro

A última crise começou com a renúncia, na segunda-feira, 6, do primeiro-ministro Sébastien Lecornu - o quarto primeiro-ministro de Macron desde a dissolução, depois de Attal, Michel Barnier e François Bayrou.

Depois de aceitar a demissão de Lecornu, Macron deu ao seu aliado mais 48 horas para "negociações finais" com a intenção de tentar estabilizar o país antes de decidir seus próximos passos.

Lecornu se reuniu nesta terça-feira com autoridades da chamada Socle Commun (Plataforma Comum), uma coalizão de conservadores e centristas que havia fornecido uma base de apoio, embora instável, aos primeiros-ministros de Macron antes de se desintegrar, quando Lecornu nomeou um novo gabinete na noite de domingo, 5.

O novo governo então entrou em colapso menos de 14 horas depois, quando O conservador Bruno Retailleau retirou seu apoio.

*Com informações da Associated Press