Presidente afirma ter 'consciência' e vincula nova candidatura à 'saúde 100%'

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã desta sexta, 14, que pode disputar um novo mandato em 2026, mas condicionou a decisão à sua saúde. "Se eu estiver legal e achar que posso ser candidato, eu posso ser candidato", disse o petista em entrevista à Rádio Clube, do Pará. "Se eu vou ser candidato ou não (em 2026), tem uma discussão com muitos partidos, com a sociedade. Eu tenho 79 anos, tenho que ter consciência comigo mesmo, não posso mentir para ninguém, muito menos para mim", declarou o petista - antes da divulgação do Datafolha.

"Se eu estiver com 100% de saúde, se eu tiver com a energia que eu tenho hoje, inclusive de cabeça limpa. Sabe por quê? Eu machuquei a cabeça, eu fiz um tratamento, limpei a cabeça. Tirei tudo o que era bobagem que tinha na cabeça, só ficou coisa boa agora, pensamento positivo", afirmou. Lula, no entanto, ressaltou que uma candidatura à reeleição não é sua prioridade "agora" e que é "muito cedo" para discutir o pleito do ano que vem.

Na última terça-feira, 11, o petista também comentou o assunto. No encontro de prefeitos, em Brasília, disse que os chefes dos Executivos municipais vão pedir que ele fique no cargo ao fim do mandato. "Vocês vão dizer 'Lulinha, fica', porque nós precisamos de um presidente que goste de nós."

Congresso

Ainda na entrevista, o presidente disse que os novos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), vão "ajudar muito" o governo federal nos próximos dois anos. Ele agradeceu os antecessores dos dois, o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

"Sou agradecido ao Congresso, ao Arthur Lira e ao Rodrigo Pacheco. E, agora, temos dois novos presidentes que vão nos ajudar muito, para que a gente coloque não a pauta do governo, mas a pauta das necessidades do povo, para votar", disse Lula. "Quando a gente colocar a pauta do povo, tenho certeza de que o Congresso vai aprovar. Estou muito tranquilo quanto a isso", completou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já embarcou de volta ao Brasil. A previsão é que Lula desembarque em Belém (PA) por volta das 19h30.

O presidente viajou a Santa Marta, na Colômbia, para participar da cúpula Celac-União Europeia neste domingo. O compromisso foi rápido. Lula chegou em Santa Marta por volta das 11h30, participou da reunião e já embarcou de volta a Belém.

Na segunda-feira, 10, ele participa da abertura oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, alertou que as consequências econômicas da prolongada paralisação do governo federal estão se intensificando, dizendo que a situação está ficando "cada vez pior", à medida que as interrupções se espalham por setores-chave e pressionam as finanças públicas.

"Vimos um impacto na economia desde o primeiro dia, mas está ficando cada vez pior. Tivemos uma economia fantástica sob o presidente Trump nos últimos dois trimestres, e agora há estimativas de que o crescimento econômico para este trimestre poderia ser reduzido pela metade se a paralisação continuar", disse ele em entrevista à ABC neste domingo.

De forma semelhante, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, pontuou hoje que o crescimento do quarto trimestre pode ser negativo se o shutdown se prolongar.

Hassett, falando ao programa "Face the Nation" da CBS, observou que a escassez de controladores de tráfego aéreo estava causando grandes atrasos nas viagens na preparação para o feriado de Ação de Graças. "Essa época é uma das mais movimentadas do ano para a economia... e se as pessoas não estiverem viajando nesse momento, então realmente poderíamos estar olhando para um trimestre negativo", acrescentou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo, 9, que "a ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e Caribe", em um sinal indireto às ameaças promovidas pelo governo dos Estados Unidos contra a Venezuela. Ele afirmou que "democracias não combatem o crime violando o direito internacional".

O governo de Donald Trump tem usado como pretexto para intensificar sua presença militar no Caribe o combate ao narcotráfico. Nos últimos meses, destruiu barcos que trafegavam pela região alegando que se tratava de embarcações de traficantes. Os tripulantes foram mortos.

O discurso de Lula foi feito na Cúpula Celac-União Europeia em Santa Marta, na Colômbia. O presidente brasileiro disse que a América Latina é uma "região de paz" e pretende continuar assim.

"A ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e Caribe. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais. Somos região de paz e queremos permanecer em paz. Democracias não combatem o crime violando o direito internacional", declarou.

Segundo Lula, a "democracia também sucumbe quando o crime corrompe as instituições, esvaziam espaços públicos e destroem famílias e desestruturam negócios". O presidente brasileiro disse que garantir "segurança é dever do Estado e direito humano fundamental" e que "não existe solução mágica para acabar com a criminalidade". O presidente defendeu "reprimir o crime organizado e suas lideranças, estrangulando seu financiamento e rastreando e eliminando o tráfico de armas".

Lula citou a última reunião da cúpula Celac-União Europeia, há dois anos, em Bruxelas. Disse que, naquela época, "vivíamos um momento de relançamento dessa histórica parceria", mas, "deste então, experimentamos situações de retrocessos".

O petista criticou a falta de integração entre os países latinoamericanos. Afirmou que "voltamos a ser uma reunião dividida" e com ameaças envolvendo o "extremismo político".

"A América Latina e o Caribe vivem uma profunda crise em seu projeto de integração. Voltamos a ser uma região dividida, mais voltada para fora do que para si própria. A intolerância cria força e vem impedindo que diferentes pontos de vista possam se sentar na mesma mesa. Voltamos a viver com a ameaça do extremismo político, da manipulação da informação e do crime organizado. Projetos pessoais de apego ao poder muitas vezes solapam a democracia", afirmou.

Em seu discurso, Lula também citou a realização da COP30, em Belém, e mencionou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). Disse que o fundo "é solução inovadora para que nossas florestas valham mais em pé do que derrubadas" e que a "transição energética é inevitável".

O petista também lamentou o tornado que atingiu a cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, e manifestou suas condolências às vítimas da tragédia climática dos últimos dias.