Aprovação de Lula entre católicos caiu de 42% para 28%, segundo Datafolha

Política
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A aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu o pior índice de seus três mandatos à frente do Executivo. Em dois meses, a popularidade registrada pela pesquisa Datafolha caiu de 35% para 24%, no resultado divulgado na sexta-feira, 14. Entre os católicos, o governo Lula foi considerado "ótimo ou bom" por 28% - em dezembro de 2024, eram 42%.

A aprovação dele entre evangélicos também diminuiu no período: passou de 26% para 21%. O levantamento entrevistou 2.007 eleitores em 113 municípios do Brasil nos dias 10 e 11 de fevereiro de 2025.

A margem de erro é de três pontos porcentuais para católicos e de seis pontos porcentuais para evangélicos, para mais ou para menos.

A pesquisa Genial/Quaest divulgada no dia 27 de janeiro indicou rejeição mais expressiva dos evangélicos ao presidente, com o grupo entre os que menos aprovam seu desempenho na gestão atual. Nesse recorte, 37% avaliaram Lula positivamente, e 59% rejeitaram o petista.

O crescimento desse grupo demográfico pode representar uma ameaça a uma eventual reeleição de Lula. É o que aponta levantamento da empresa de gestão de ativos Mar Asset Management, que projeta que os evangélicos devem representar 35,8% da população brasileira em 2026, quando ocorre o próximo pleito.

A curva representaria um aumento de 3,7 pontos porcentuais desde as eleições presidenciais de 2022. Já a correlação com o desempenho em uma possível reeleição foi estimada utilizando, além da projeção de aumento da população evangélica, os índices de votação entre o segmento religioso nas eleições passadas dos presidentes eleitos e a popularidade atual de Lula.

Ao Estadão, o reverendo Luis Alberto Sabanay, pastor presbiteriano e assessor de políticas da Secretaria Nacional de Movimentos Populares do PT, já declarou que o governo precisa promover ajustes na estratégia de comunicação para atuar de forma mais direta com os evangélicos.

Desde o ano passado, Lula vem sancionando leis de caráter simbólico numa tentativa de aproximação ao eleitorado cristão. É o caso da criação do Dia Nacional da Música Gospel; do Dia do Pastor Evangélico e do reconhecimento do cristianismo e do Círio de Nazaré como manifestações da cultura nacional.

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O Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, disse que não viu nenhum "apetite" pela paz por parte da Rússia na guerra na Ucrânia, após ouvir o discurso do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, em sessão a portas fechadas na reunião do G20 na quinta-feira, 20.

"Devo dizer que, quando ouvi o que os russos e o que Lavrov acabaram de dizer esta tarde, não vejo um apetite para realmente chegar a essa paz", disse Lammy, que informou que Lavrov deixou a sala de reunião quando foi a vez do representante britânico falar.

Em transcrição do discurso de Lavrov, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores russo, o principal diplomata do país repetiu a crítica ao Ocidente e o acusou de interferir em "assuntos internos" de outros países. Fonte: Associated Press.

Donald Trump afirmou nesta quinta, 20, que a Rússia "tem as cartas" para qualquer negociação sobre o fim da guerra na Ucrânia, voltando a sugerir que há pouco que a Casa Branca possa fazer. Pouco depois, o americano Keith Kellogg, enviado especial para a Ucrânia, cancelou uma entrevista coletiva com jornalistas, após se reunir com o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, em Kiev.

"Os russos querem ver o fim da guerra. Eles tomaram muito território e têm as cartas", disse Trump, a bordo do avião presidencial. O comportamento do presidente, de seus assessores e diplomatas mostra um improvável alinhamento com a posição do Kremlin, preocupando a Europa e a Ucrânia, que temem que os EUA fechem um acordo apressado com a Rússia, à revelia dos interesses do Ocidente.

A crise de confiança entre Washington e Kiev se agravou na quarta-feira, quando Zelenski reagiu irritado à reunião entre uma equipe de negociadores americanos com membros do alto escalão do governo russo, em Riad, na Arábia Saudita. O ucraniano afirmou que Trump vivia em "uma bolha de desinformação" russa.

Acusações

O presidente americano respondeu com uma publicação furiosa na rede social Truth Social, na qual chamou Zelenski de "ditador", de responsável pelo início da guerra e acusando-o de evitar eleições para se manter no poder - na verdade, a Constituição da Ucrânia proíbe eleições durante vigência da lei marcial, que foi decretada após a invasão da Rússia.

Em entrevista ontem à Fox News, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz, colocou ainda mais lenha na fogueira, afirmando que Zelenski precisa baixar o tom das críticas feitas ao presidente americano e assinar o acordo proposto por Trump, pelo qual a Ucrânia cederia US$ 500 bilhões em minerais raros, que seriam explorados por empresas americanas, como pagamento pelo apoio militar. "Por tudo que o governo fez no primeiro mandato e tudo que os EUA fizeram na Ucrânia, isso é simplesmente inaceitável", disse.

A proposta foi apresentada a Zelenski pelo vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, na Conferência de Segurança de Munique, na semana passada. O presidente ucraniano rejeitou, alegando que a ideia era muito favorável a Washington e não dava garantias de segurança suficientes à Ucrânia.

"Eles (ucranianos) precisam diminuir o tom, analisar com cuidado e assinar esse acordo", insistiu Waltz. "Claro, há muita frustração aqui. O vice-presidente Vance ficou frustrado ao deixar a Conferência de Segurança de Munique. Nosso secretário do Tesouro, que viajou até Kiev, também está frustrado. Além do presidente, obviamente."

Reunião

Diante de tantos ataques americanos, Zelenski se reuniu ontem com Kellog, enviado de Trump à Ucrânia. A reunião tinha como objetivo discutir o fim da guerra e ajudar a aliviar as tensões entre Washington e Kiev. O resultado, no entanto, ficou no ar. Os americanos cancelaram a entrevista coletiva após o encontro, embora Zelenski e Kellogg tenham posado para fotos.

Os repórteres foram orientados a deixar o local. A Embaixada dos EUA em Kiev não comentou a reunião. "Foi um mau sinal", disse Solomiia Bobrovska, membro da Comissão de Defesa e Inteligência do Parlamento da Ucrânia, referindo-se à entrevista coletiva cancelada.

Mais tarde, Zelenski escreveu nas mídias sociais que teve uma "reunião produtiva" com Kellogg, na qual discutiram a situação no campo de batalha, o retorno de prisioneiros de guerra e garantias de segurança para a Ucrânia como parte de um acordo de paz. "Relações sólidas entre Ucrânia e EUA beneficiam o mundo inteiro", afirmou.

No entanto, ucranianos e europeus temem que Kellogg, um general aposentado e conselheiro de longa data de Trump em questões de segurança, tenha sido escanteado da equipe de negociação, já que ele não fazia parte da delegação dos EUA que se reuniu com autoridades russas em Riad.

Blitz

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o premiê britânico, Keir Starmer, coordenaram uma blitz diplomática na semana que vem, para tentar entender a posição dos EUA. Macron visitará Washington na segunda-feira. Starmer chegará à capital americana no dia seguinte. Os dois têm reunião marcada com Trump. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar os países do Brics em discurso na conferência dos governadores do Partido Republicano, na noite da quinta-feira, 20. O bloco foi formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Trump disse que os países do Brics "estavam tentando destruir" o dólar e criticou o ex-presidente Joe Biden por não ter interferido na questão. "Quando cheguei, a primeira coisa que disse foi: qualquer nação dos Brics que sequer mencione a destruição do dólar terá de pagar uma tarifa de 150%. E não queremos seus produtos."

Diversas vezes ao longo do discurso, o presidente americano exaltou a estratégia de ameaçar outros países com tarifas de importação. Trump disse que "tarifa" é sua palavra favorita do dicionário, após "Deus", "amor" e "religião".

Trump afirmou também que o futuro dos republicanos está associado ao seu sucesso na Casa Branca e pediu união do partido para as eleições de meio de mandato nos Estados Unidos. "Vamos lutar muito, pois quanto melhor eu for, melhor vocês serão", disse. "É hora de todos nós seguirmos adiante, pensar grande, sermos ousados. Como uma só equipe, podemos tornar nossas fronteiras mais fortes, nossas comunidades mais seguras, nossas escolas melhores, nossas famílias mais felizes, nossos cidadãos mais ricos e nosso país mais livres."

O presidente americano também voltou a criticar os investimentos da Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional (USAID) em países estrangeiros e a presença de imigrantes nos EUA. Trump também lembrou que pretende "tomar de volta" o controle do Canal do Panamá.