Mauro Cid chorou 2 vezes durante audiência em que Moraes ordenou nova prisão

Política
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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chorou ao menos duas vezes durante a audiência que ordenou a prisão dele após a divulgação de áudios onde atacou o inquérito da tentativa de golpe e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Cid caiu em lágrimas ao falar sobre a reação da filha após a divulgação das gravações, ao falar sobre a situação financeira dele. Ao receber a notícia de uma nova prisão preventiva, ele aparece nas imagens inconformado.

A audiência foi convocada por Moraes após Cid declarar em áudios vazados em março do ano passado que a investigação da Polícia Federal (PF) que a investigação da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe por aliados de Bolsonaro tinha uma "narrativa pronta". O tenente-coronel disse ainda que Moraes já tinha a "sentença pronta" dos investigados.

A audiência foi determinada por Moraes um dia após a divulgação dos áudios. Na oitiva, Cid atacou a imprensa e disse que as declarações dele foram feitas em um "áudio privado de amigos" e um "desabafo durante um momento ruim". Ao falar da reação da filha ao escutar os vazamentos, o tenente-coronel não se conteve.

"Depois que vazou a porcaria do áudio, a minha filha chorando em casa [dizendo] 'o que vai acontecer com meu pai'. É um desserviço que essa porcaria da imprensa faz de pegar um áudio privado de amigos, em que o cara está desabafando, vivendo um problema que estou vivendo mais de sei lá quanto tempo, e expor isso como se fosse matéria de futebol", afirmou Cid.

Em outro momento, Cid chorou ao falar sobre a situação financeira da família. Segundo ele, as consequências da primeira prisão dele, por envolvimento no esquema de fraudes dos cartões de vacina, fez a família vender os imóveis que tinha e ele perdeu a carreira no Exército.

"Eu perdi tudo que eu tinha, a família está vendendo os imóveis. Eu não tenho a minha carreira mais, coisas que são pesadas para gente. Como eu não tenho nem para onde sair, eu não posso sair que a imprensa corre atrás... E nem mais direito a conversar eu tenho, porque se eu desabafo com um amigo, no outro dia está na imprensa", afirmou Cid aos prantos.

No fim da audiência, o juiz auxiliar de Moraes, Ailton Vieira, anunciou a Cid que ele Moraes expediu uma nova ordem de prisão preventiva. Ao receber a notícia, o tenente-coronel soltou uma caneta que segurava, levou as mãos ao rosto e mostrou inconformidade.

Cid ficou preso pela segunda vez por pouco menos de dois meses. No dia 3 de maio, Moraes soltou o tenente-coronel, mas impôs uma série de restrições. O magistrado ainda manteve a colaboração premiada.

Os vídeos da delação premiada e das audiências de Cid foram divulgados pelo STF nesta quinta-feira, 20, após Moraes levantar o sigilo do seu acordo de colaboração.

A queda do sigilo ocorreu dois dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar Bolsonaro por tentativa de golpe, em peça encaminhada ao STF. O procurador-geral Paulo Gonet concluiu que Bolsonaro liderou articulações para uma ruptura institucional. Além disso, a denúncia atinge outros 33 indiciados em inquéritos da PF.

A PGR apontou que Bolsonaro cometeu cinco crimes, sendo eles: dano qualificado com uso de violência e grave ameaça e deterioração do patrimônio tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa. Somadas, as penas dos crimes podem chegar a mais de 43 anos de prisão.

De acordo com a denúncia da PGR, Bolsonaro liderou uma organização criminosa "baseada em projeto autoritário de poder" e "com forte influência de setores militares". Também foi apontado como comandante da trama o ex-ministro da Defesa general Walter Braga Netto, que está em prisão preventiva. A defesa de Bolsonaro sustenta que a denúncia não apresenta provas dos crimes imputados ao ex-presidente.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.