Conselho de Ética vota punição para deputado acusado de assédio em SP

Política
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Ainda sem acordo em relação à punição que deverá ser aplicada ao deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) - filmado tocando na lateral do seio da colega parlamentar Isa Penna (PSOL), que o acusou de assédio -, deputados apostam que a pena máxima, de cassação do mandato, não tem apoio suficiente para aprovação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. A tendência é definir uma suspensão temporária do mandato, sem pagamento de salário.

Os parlamentares tentam dar um desfecho para o caso antes da eleição para a nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), que será no próximo dia 15. Parlamentares e assessores ouvidos pelo Estadão afirmam que é importante se chegar a um acordo, já que ambos os lados podem pedir vistas do caso no Conselho se discordarem do parecer que será entregue nesta quarta-feira, dia 3, pelo relator do caso, o deputado Emidio de Souza (PT).

Por ter testado positivo para covid-19 no último sábado, dia 27, Emidio participa da reunião do conselho de forma virtual. A pauta de hoje prevê apresentação e votação do relatório, que, a depender da punição definida, ainda precisa passar por votação no plenário.

Os parlamentares vinham articulando ao longo de fevereiro uma punição consensual para Cury. A tendência seria determinar a suspensão temporária do mandato - mas ainda há divergência em relação à duração do castigo. Formalmente, o deputado responde no Conselho de Ética por quebra de decoro, um processo em que a punição mais severa seria a cassação. Caso seja mesmo aplicada a suspensão, o Estadão apurou que Emidio vai defender a tese de que Cury fique sem receber salário de deputado.

Os mandatos dos atuais membros do colegiado se encerram no dia 16 de abril e, a partir dessa data, será necessário eleger um novos integrantes. Fontes ouvidas pelo Estadão afirmaram que deputados desejam dar uma resposta ao caso de importunação sexual enquanto o Conselho de Ética é presidido por uma mulher, a deputada Maria Lúcia Amary (PSDB), único membro titular do sexo feminino. A deputada Erica Malunguinho (PSOL), que tem participado das oitivas, é suplente de Carlos Giannazi (PSOL), que cedeu a cadeira à correligionária, justamente para permitir maior participação feminina.

Pessoas próximas a Penna admitem que, embora trabalhem pela cassação, veem a suspensão como mais provável. Uma das maiores discordâncias é em torno da duração do castigo: caso seja inferior a 120 dias, terá efeitos mais brandos e será parecida com uma licença, já que não será convocado um suplente - e, portanto, não haverá troca de nomeações do gabinete. Se a suspensão superar 120 dias, o suplente será convocado e poderá remover funcionários nomeados por Cury.

O deputado Campos Machado (Avante), membro do Conselho de Ética e um dos parlamentares mais influentes na Casa, tem ajudado a conduzir a articulação por um consenso. Ele está de licença dos trabalhos formais da Alesp, se recuperando de uma cirurgia.

Uma vez aprovado no Conselho, o relatório sobre Cury - caso seja pela cassação ou suspensão do mandato - precisará ser levado ao plenário, onde passará por votação secreta e requer maioria simples.

Depoimentos

Em seu depoimento ao Conselho de Ética sobre o caso na semana passada, indagado por Érica, Cury negou que tivesse ingerido álcool no dia em que abraçou Isa Penna. Ao formular a acusação de assédio, a deputada havia dito que o colega estava bêbado no momento da importunação sexual - acusação reiterada pela parlamentar em entrevistas. O Estadão apurou que Cury e outros deputados haviam consumido álcool no dia, já que não se esperava que as votações iriam se estender madrugada adentro. De acordo com uma pessoa presente na ocasião da votação - e que não está entre os aliados de Penna - houve uma festa de final de ano no gabinete da liderança do Cidadania.

Já Alex de Madureira (PSD), membro titular e vice-presidente do Conselho de Ética, faltou à sessão de segunda-feira passada,na qual deveria ter sido ouvido como testemunha a pedido de Penna. Ele interagiu com Cury logo antes e logo depois do episódio de assédio. Na ocasião, Cury conversava com Madureira e disse algo no ouvido do colega logo antes de caminhar em direção a Penna. Madureira tentou, sem sucesso, segurar o deputado, que em seguida se aproximou da parlamentar por trás.

Aliados de Penna desejavam questionar Madureira sobre a conversa com Cury, a fim de indagar se a ação que se seguiu foi premeditada. Madureira não falou publicamente sobre o assunto e Cury disse que ambos conversavam sobre a votação.

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O presidente da França, Emmanuel Macron, destacou a necessidade de aumentar os investimentos em defesa na Europa, em meio às ameaças russas e ao conflito na Ucrânia. Em pronunciamento, Macron afirmou que a segurança europeia está diretamente ameaçada pela guerra na Ucrânia, que se transformou em um "conflito global".

"A Rússia segue aumentando seu orçamento de armamento para a guerra, e a Europa precisa conseguir se defender sozinha, sem ajuda dos EUA", declarou. Ele ressaltou que a paz no continente só será possível com o fortalecimento da capacidade militar europeia. "Precisamos tomar decisões agora para a segurança da Ucrânia e da UE", afirmou.

Macron mencionou que a França dobrou seus gastos militares nos últimos dez anos e que está trabalhando para aumentar os investimentos em defesa na Europa. "Faremos uma reunião com chefes de defesa europeus em Paris na semana que vem", anunciou, reforçando a importância de uma estratégia conjunta. O líder francês também abordou a "dissuasão nuclear", afirmando que as armas nucleares são um pilar de proteção para a França. Ele ainda sugeriu um debate sobre a extensão do "guarda-chuva nuclear" francês a outros parceiros europeus. No entanto, ele deixou claro que a decisão final sobre o assunto caberá exclusivamente ao presidente da França.

Ele destacou que a guerra na Ucrânia não será decidida pela Rússia ou pelos EUA, mas sim por um esforço coletivo. "Precisamos de um acordo que garanta paz duradoura na Ucrânia", disse, acrescentando que "a paz não pode ser conquistada se abandonarmos a Ucrânia".

O francês ainda criticou as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, alertando para os impactos negativos que elas podem ter não apenas na Europa, mas em todo o mundo. "As tarifas de Trump vão impactar a economia americana e a economia europeia", disse, acrescentando que é preciso convencer o republicano de que essas medidas não são positivas.

A Suprema Corte dos Estados Unidos, de maioria conservadora, manteve nesta quarta-feira, 5, o bloqueio à ordem do presidente Donald Trump que congelava US$ 2 bilhões (R$ 11,6 bilhões) em pagamentos a organizações de ajuda internacional.

Dividida, a Suprema Corte formou a estreita maioria de 5-4 para manter a decisão da instância inferior, exigindo que o governo faça os pagamentos devidos. O resultado é uma derrota para o governo, que buscava repreender o juiz distrital Amir Ali por suspender o corte de gastos de Donald Trump.

Apesar da maioria conservadora na Corte, essa foi a segunda vez que o governo tentou, sem sucesso, persuadir o Supremo a intervir imediatamente contra um juiz de instância inferior em disputas legais envolvendo ações de Trump na Casa Branca.

A maioria dos juízes observou que o governo não contestou a ordem inicial de Ali, apenas o prazo imposto - que, de qualquer forma, já havia expirado na semana passada.

A votação dividiu a ala conservadora da Corte, composta por seis do total de nove juízes. O presidente do Supremo, John Roberts, e a juíza Amy Coney Barrett, indicada pelo próprio Donald Trump, votaram com os três progressistas para manter a ajuda internacional.

Na divergência, Samuel Alito questionou a autoridade de Amir Ali para ordenar a liberação dos recursos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e do Departamento de Estado.

"Um único juiz de distrito, que provavelmente não tem jurisdição, tem o poder de forçar o governo dos Estados Unidos a pagar (e provavelmente perder para sempre) US$ 2 bilhões dos contribuintes?", questionou.

"A resposta a essa pergunta deveria ser um sonoro 'Não', mas a maioria deste tribunal aparentemente pensa o contrário. Estou pasmo", disse Alito. Ele foi acompanhado na dissidência pelos conservadores Clarence Thomas, Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh.

O governo argumentou que a situação mudou porque substituiu o congelamento total decretado por Donald Trump por ordens individuais, resultando no cancelamento de 5,8 mil contratos da USAID e 4,1 mil concessões do Departamento de Estado, que totalizavam quase US$ 60 bilhões.

Na decisão, contudo, a Suprema Corte manteve a suspensão temporária de Amir Ali e instruiu o juiz a detalhar quais as obrigações devem ser cumpridas pelo governo. Na quinta-feira, Ali realizará uma audiência para decidir se mantém de forma mais duradoura o bloqueio ao decreto de Trump.

Entenda o caso

Logo após voltar à Casa Branca, Donald Trump ordenou o congelamento das contribuições da USAID e do Departamento de Estado a organizações de ajuda internacional. O decreto classificava os programas como desperdício de dinheiro e alegava que estariam desalinhados com os objetivos da política externa.

A ordem foi questionado na Justiça em ação que alertava contra a suspensão do financiamento de programas emergenciais em outros países.

O juiz Amir Ali, nomeado por Joe Biden, determinou no mês passado que o financiamento fosse restabelecido temporariamente. Passadas duas semanas, ele concluiu que o governo não demonstrava intenção de cumprir a ordem e estabeleceu o prazo para a liberação de pagamentos devidos.

O governo recorreu, classificando a ordem de Ali como "extremamente intrusiva e profundamente equivocada", além de protestar contra o prazo imposto para a liberação dos recursos.

O controvertido decreto é parte dos esforços de Donald Trump para cortar gastos do governo federal, em operação liderada pelo homem mais rico do mundo, o bilionário Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).

Um dos seus objetivos é cortar a ajuda da USAID, que tem programas de saúde e emergência em cerca de 120 países. Trump disse que a agência é "administrada por lunáticos radicais", enquanto seu novo braço direito a descreveu como uma "organização criminosa". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Em declaração conjunta publicada nesta quarta-feira, 5, os ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha e Reino Unido pediram que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas seja mantido, que todos os reféns sejam libertados e que o fluxo contínuo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza seja garantido.

"Solicitamos a todas as partes que se envolvam de forma construtiva na negociação das fases subsequentes do acordo para ajudar a garantir sua implementação total e o fim permanente das hostilidades. Saudamos os esforços do Egito, do Catar e dos EUA na mediação e na busca de um acordo para a extensão do cessar-fogo".

Os ministros ainda afirmaram que o Hamas deve pôr fim "a seu tratamento degradante e humilhante" e reiteraram a solidariedade com o povo israelense diante dos ataques terroristas cometidos pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.