Gleisi Hoffmann assume ministério e promete 'ajudar' pauta econômica de Haddad

Política
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A nova articuladora política do Palácio do Planalto, Gleisi Hoffmann, fez questão de aproveitar a cerimônia de posse na Secretaria de Relações Institucionais nesta segunda-feira, 10, para fazer um afago ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticado por ela desde o início do governo. Haddad foi o primeiro ministro citado por Gleisi, na tentativa de mostrar que, ao deixar a presidência do PT e ocupar essa cadeira, não será adversária da política econômica conduzida pelo colega.

 

Em dezembro de 2023, a cúpula do PT classificou o ajuste das contas públicas apresentado por Haddad de "austericídio fiscal". "Tenho plena consciência do meu papel, que é da articulação política", disse Gleisi, olhando para o ministro da Fazenda, sentado na primeira fileira do Salão Nobre do Planalto.

 

"Estarei aqui, ministro Haddad, para ajudar na consolidação das pautas econômicas deste governo, as pautas que você conduz e que estão colocando novamente o Brasil na rota do crescimento, com emprego e renda".

 

O ministro da Fazenda foi citado duas vezes no pronunciamento de Gleisi, em um claro sinal de que deseja uma aproximação com ele, após ter exposto, em várias ocasiões, suas divergências com a política econômica. Ao mencionar o projeto de lei que prevê isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil - a ser enviado na próxima semana ao Congresso -, Gleisi fez novo aceno ao titular da Fazenda.

 

"Esta medida vai ajudar milhões de brasileiros, com absoluta neutralidade fiscal, como já antecipou o ministro Fernando Haddad", destacou ela.

 

Água na fervura

 

Gleisi substituiu Alexandre Padilha, que na mesma cerimônia tomou posse no Ministério da Saúde no lugar de Nísia Trindade. A solenidade lotou o Salão Nobre com uma plateia que reuniu políticos do Centrão ao PT, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB); do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), além de ministros, governadores e do ex-presidente José Sarney.

 

Se a temperatura passava de 30 graus ali, no discurso de Gleisi a intenção era a de jogar água na fervura política. Dona de um estilo marcado pelo enfrentamento e estocadas no Centrão, a nova ministra pregou união, disse que chegava para somar, resolver problemas e construir soluções. Chegou a chamar Hugo Motta de "meu presidente".

 

Leques vermelhos com a inscrição "Gleisi Hoffmann - "O que ela quer da gente é Coragem" - foram distribuídos na cerimônia. Nas rodas de conversa antes e depois da solenidade havia rumores sobre a demora de Lula em concluir a reforma ministerial. "Que ninguém se iluda: não chegamos aqui, com a aliança que construímos, para dar errado! Já superamos desafios muito mais difíceis e vencemos", destacou Gleisi.

 

A nova ministra assume o cargo no momento mais delicado do governo, que enfrenta queda acentuada de popularidade, com a missão de articular alianças de apoio a Lula para seu projeto de reeleição, em 2026. O problema é que partidos como o PP do ex-presidente da Câmara Arthur Lira, que não compareceu às posses de ontem, ameaçam até mesmo deixar a base aliada.

 

Resistências

 

A escolha de Gleisi para Secretaria de Relações Institucionais enfrentou resistências tanto da oposição como de integrantes da base do governo. Para parlamentares, a postura aguerrida da deputada pode ser um empecilho para o governo ampliar sua base e conquistar votos no Congresso.

 

Na opinião de deputados do Centrão, a pasta das Relações Institucionais deveria ser ocupada por um nome com mais trânsito entre as diferentes forças políticas.

 

Porém, para interlocutores do Palácio do Planalto, Gleisi deverá amenizar seu perfil, uma vez que estará submetida agora ao chefe do Executivo

 

'Inimigo'

 

Desafeto de Lira quando comandava a articulação política do governo, Padilha disse em seu discurso que nunca teve inimigos, mas, sim, adversários. "Terei sim um inimigo diante do qual não recuarei: os negacionistas", disse o novo ministro da Saúde ao afirmar que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro têm "as mãos sujas de sangue" desde sua atuação contra a vacina de covid-19.

 

O discurso de Padilha marca um novo momento do Ministério da Saúde, que, a partir de agora, terá uma visão mais política. Em sua despedida, Nísia Trindade - que não é filiada a nenhum partido - agradeceu Lula e disse que saía como "a ministra do SUS".

 

Mesmo assim, Nísia fez um desabafo. De saída do cargo, ela não escondeu a mágoa com o que chamou de "campanha sistemática e misógina" de "desvalorização" do seu trabalho no período em que comandou a Saúde (mais informações nesta página). "Não é possível e não devemos aceitar como natural um comportamento político dessa natureza", afirmou. Foi aplaudida de pé. (COLABORARAM SOFIA AGUIAR, GABRIEL HIRABAHASI E LAVÍNIA KAUCZ)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Otan começou a coordenar entregas regulares de grandes pacotes de armas para a Ucrânia depois que alguns países da aliança se comprometeram a fornecer milhões em equipamentos. Grande parte dessas entregas serão de armamentos americanos comprados pelos europeus.

Suécia, Dinamarca e Noruega comprarão armas para a Ucrânia procedentes de reservas americanas, no marco de uma recente iniciativa entre os Estados Unidos e a Otan, anunciou o governo sueco nesta terça-feira, 5.

Os três países nórdicos doarão ajuda militar no valor total de US$ 500 milhões de dólares (R$ 2,7 bilhões), que incluirá sistemas de defesa antiaérea, armas antitanque, munições e reposições, detalhou o governo sueco.

"A Ucrânia não luta apenas por sua própria segurança, mas também pela nossa", destacou o ministro da Defesa sueco, Pal Jonson, durante uma coletiva de imprensa.

O presidente americano, Donald Trump, anunciou no mês passado um projeto em colaboração com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, para que os aliados europeus e o Canadá comprem armas americanas - incluindo os avançados sistemas Patriot - com o objetivo de enviá-las à Ucrânia.

Na noite de segunda-feira, 4, a Holanda anunciou uma doação de € 500 milhões (R$ 3,1 bilhões) no marco desta iniciativa, chamada de "PURL" (Lista de Necessidades Prioritárias da Ucrânia).

"É uma iniciativa muito sólida que reforçará de forma significativa nossa capacidade de proteger vidas", reagiu no X o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski. "Essas medidas constituem uma nova base firme para a segurança a longo prazo em toda Europa. A Rússia nunca tornará a Europa um continente em guerra", acrescentou.

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, saudou o anúncio dos países nórdicos.

Duas entregas de equipamentos, a maioria comprada nos Estados Unidos, são esperadas para este mês, embora o pacote nórdico deva chegar em setembro. O equipamento é fornecido com base nas necessidades prioritárias da Ucrânia no campo de batalha. Os aliados da Otan então localizam as armas e munições e as enviam.

"Os pacotes serão preparados rapidamente e emitidos regularmente", disse a Otan na segunda-feira.

Os sistemas de defesa aérea são os mais necessários. Segundo a ONU, os ataques da Rússia às áreas urbanas ucranianas distantes da linha de frente já mataram mais de 12.000 civis ucranianos.

O exército russo, muito superior em número que o ucraniano, também avança lentamente, mas com custos elevados, ao longo da linha de frente de 1.000 Km. Atualmente, Moscou está empreendendo uma operação para tomar a cidade oriental de Pokrovsk, um centro logístico cuja queda poderia permitir seu avanço para o interior da Ucrânia.

Embora o governo de Donald Trump não esteja fornecendo diretamente armas à Ucrânia - em meio ao bom relacionamento de Trump com Vladimir Putin -, os aliados europeus da Ucrânia e o Canadá estão comprando dos EUA a maior parte do equipamento que planejam enviar. Washington possui os maiores estoques de material militar pronto, bem como armas mais eficazes.

As novas entregas serão adicionadas a outras promessas de equipamento militar.

O Instituto Kiel, que rastreia o suporte à Ucrânia, estima que, até junho, os países europeus forneceram € 72 bilhões (R$ 460 bilhões) em ajuda militar desde o início da invasão em grande escala da Rússia em fevereiro de 2022, comparado a US$ 65 bilhões em ajuda dos EUA.

Antigos moradores reagem à sugestão de Donald Trump de entregar península à Rússia após 11 anos de ocupação.

O Ministro da Defesa holandês, Ruben Brekelmans, disse que "os sistemas de defesa aérea americanos e munições, em particular, são cruciais para a Ucrânia se defender." Anunciando as entregas na segunda-feira, ele disse que os ataques da Rússia são "puro terror, destinados a quebrar a Ucrânia".

Como as tarifas expõem as contradições mais profundas de Donald Trump

O presidente Volodmir Zelenski expressou sua gratidão à Holanda, postando nas redes sociais que "a Ucrânia, e então toda a Europa, estará melhor protegida do terror russo."

Ele disse que as entregas estão chegando "em um momento em que a Rússia está tentando intensificar seus ataques. Isso definitivamente ajudará a proteger a vida de nosso povo!"

A Alemanha disse na sexta-feira que entregará mais dois sistemas de defesa aérea Patriot à Ucrânia nos próximos dias. O país concordou com a medida após receber garantias de que os EUA priorizarão a entrega de novos Patriots à Alemanha para recompletar seus estoques. Esses sistemas de armas são fabricados apenas nos EUA.

Como organização, a Otan fornece apenas assistência não letal à Ucrânia, como uniformes, tendas, suprimentos médicos e suporte logístico. A aliança militar de 32 nações buscou principalmente proteger o território da Otan de possíveis ataques russos e evitar ser arrastada para uma guerra contra uma potência nuclear.

Mas seu papel de suporte se expandiu desde que Trump assumiu o cargo em janeiro, especialmente porque seu governo insiste que os aliados europeus devem agora cuidar de sua própria segurança e da de seu vizinho devastado pela guerra. Trump não fez nenhuma promessa pública de armas ou apoio econômico para a Ucrânia.

O republicano disse em 28 de julho que os EUA estão "agora enviando equipamento militar e outro equipamento para a Otan, e eles farão o que quiserem, mas eu acho que é, na maioria das vezes, trabalhando com a Ucrânia." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O governo libanês pediu ao exército nacional nesta terça-feira, 5, para que preparasse um plano no qual apenas as instituições estatais terão armas até o final do ano, uma medida que visa desarmar o grupo militante Hezbollah.

O anúncio do primeiro-ministro do Líbano, Nawaf Salam, ocorreu pouco depois de o líder do Hezbollah ter dito que seu grupo não se desarmaria e alertou que a facção apoiada pelo Irã retomaria os ataques com mísseis a Israel se as operações militares contra eles se intensificassem.

Salam disse que o governo pediu ao exército que tivesse o plano pronto até o final do mês para discussão e aprovação.

A medida do governo ocorreu enquanto Beirute está sob pressão dos EUA para desarmar o grupo que recentemente lutou uma guerra de 14 meses com Israel e ficou gravemente enfraquecido, com muitos de seus líderes políticos e militares mortos.

A Comissão de Supervisão da Câmara intimou o Departamento de Justiça dos EUA para obter registros relacionados à sua investigação sobre Jeffrey Epstein e busca interrogar Bill e Hillary Clinton, juntamente com uma série de ex-funcionários, sobre os crimes do financista.

As intimações enviadas nesta terça-feira, 5, pela comissão controlada pelos republicanos intensificam a pressão sobre o governo Donald Trump após semanas de críticas por sua recusa inicial em divulgar documentos da investigação, que alguns acreditavam que mostrariam ligações entre Epstein e outros indivíduos poderosos.

A intimação solicita a entrega de documentos relacionados a Epstein até 19 de agosto. A comissão, liderada pelo deputado republicano James Comer (Kentucky), também busca comunicações sobre Epstein entre o ex-presidente Joe Biden e seu governo.

Um alto funcionário da Casa Branca disse hoje que o governo estava planejando divulgar gravações de áudio e uma transcrição de uma entrevista realizada no mês passado entre Ghislaine Maxwell, associada de Epstein, e o procurador-geral adjunto, Todd Blanche. O conteúdo já foi repassado a autoridades da Ala Oeste, disse o funcionário.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão/Broadcast. Saiba mais em nossa Política de IA.