MST realiza ações coordenadas em todas as regiões do Brasil

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promoveu mais de 70 ações de protestos e ocupações entre os dias 11 e 14 de março, em todas as regiões do Brasil. As manifestações reivindicam mais apoio à reforma agrária e criticam o agronegócio.

Em São Paulo, manifestantes protestaram na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Em Minas Gerais, o MST participou do ato #8M em Belo Horizonte, ao lado de sindicatos, partidos e movimentos populares, contra a violência de gênero. Já no Espírito Santo, em uma das principais ações do movimento, os manifestantes ocuparam uma área da empresa Suzano, em Aracruz, em protesto contra suas operações.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) criticou as ocupações em áreas de cultivo de eucalipto, afirmando que violam o direito à propriedade privada. Em nota, a entidade declarou esperar que o MST se adeque à legislação "sem prejuízos patrimoniais às empresas".

Ações ocorreram em todas as regiões do País

No Nordeste, mulheres denunciaram a contaminação de rios pela Mineração Vale Verde, em Alagoas. Na Bahia, famílias ocuparam terras na Chapada Diamantina para exigir sua destinação à Reforma Agrária. No Ceará, houve ocupação no Perímetro de Irrigação Tabuleiro de Russas, área estratégica para o agronegócio.

No Rio Grande do Norte, manifestantes protestaram contra conflitos territoriais gerados, segundo o movimento, pelo avanço da energia renovável. Além disso, camponesas bloquearam a BR-101 em Sergipe e distribuíram alimentos, enquanto na Paraíba e no Piauí, os protestos denunciaram os impactos de projetos energéticos e privatizações.

No Sul, mulheres ocuparam uma praça em São José do Cedro (SC) e protestaram no Rio Grande do Sul contra a empresa CMPC, acusada de prejudicar o bioma Pampa com suas atividades de silvicultura. No Paraná, o coletivo Marmitas da Terra realizou uma chamada "ação de solidariedade" no território indígena Cristo Purunã.

Ações do MST no Centro-Oeste incluíram o plantio de árvores e a distribuição de alimentos em um acampamento no Distrito Federal. Em Goiás, o movimento organizou debates sobre a Reforma Agrária no Acampamento Dom Tomás Balduíno. No Mato Grosso, manifestantes protestaram na Assembleia Legislativa contra projetos que ampliam o desmatamento e flexibilizam o uso de agrotóxicos.

No Norte, mulheres ocuparam um trecho da BR-010 no Maranhão e participaram de uma audiência pública na Câmara Municipal de Parauapebas, no Pará. Em Roraima e no Tocantins, os debates focaram no enfrentamento ao agronegócio e na segurança das trabalhadoras rurais.

O governo Lula remanejou cerca de R$ 40 bilhões no Orçamento de 2025 para aliados e programas petistas, incluindo o MST. As novas despesas, enviadas pelo Ministério do Planejamento ao Congresso, serão financiadas por cortes em outras áreas.

O MST está contemplado em duas frentes, que somam R$ 750 milhões. São R$ 400 milhões para a aquisição de alimentos da agricultura familiar e mais R$ 350 milhões para o Fundo de Terras e da Reforma Agrária.

Na última sexta-feira, 7, Lula esteve, pela primeira vez no atual mandato, em um assentamento do MST, onde ouviu críticas e disse saber quem são "os aliados históricos e os de ocasião".

Em outra categoria

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo neste domingo, 9. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A fala distorcida de Trump foi exibida no programa Panorama de 3 de novembro de 2024, a uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Em sua rede social, a Truth Social, Donald Trump celebrou a demissão de quem chamou de "jornalistas corruptos". "Essas são pessoas muito desonestas que tentaram manipular as eleições presidenciais. Para piorar, vêm de um país estrangeiro, um que muitos consideram nosso principal aliado. Que terrível para a democracia!", postou.

A ministra britânica da Cultura, Lisa Nandy, havia classificado horas antes como "extremamente grave" a acusação contra a BBC por apresentar declarações de Trump de maneira enganosa.

"É um dia triste para a BBC. Tim foi um excelente diretor-geral durante os últimos cinco anos", afirmou o presidente da Corporação Britânica de Radiodifusão, Samir Shah, em comunicado. Ele acrescentou que Davie enfrentava "pressão constante (...) que o levou a tomar a decisão" de renunciar.

Colagem de trechos separados levou a versão distorcida do discurso

O caso, revelado na terça-feira, 4, baseia-se em um documentário exibido uma semana antes das eleições presidenciais dos EUA de 2024. A BBC é acusada de ter montado trechos separados de um discurso de Trump de 6 de janeiro de 2021 de forma que parece indicar que ele teria dito a seus apoiadores que marchariam com ele até o Capitólio para "lutar como demônios".

Na versão completa, o então presidente republicano - já derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden - diz: "Vamos marchar até o Capitólio e vamos incentivar nossos valentes senadores e representantes no Congresso."

A expressão "lutar como demônios" corresponde, na verdade, a outro momento do discurso.

Em carta enviada ao conselho da BBC e publicada no site, a CEO de notícias disse que a polêmica em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está prejudicando a BBC - uma instituição que ela adora.

Já Tim Davie, diretor-geral, disse que abdicou ao cargo após intensas exigências pessoais e profissionais de gerir o posto ao longo de muitos anos nestes "tempos turbulentos".

Um dia antes do início oficial da COP30 em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, nesta domingo, 9, uma mensagem dizendo que a Amazônia foi destruída para a construção de uma estrada.

"Eles destruíram a floresta amazônica no Brasil para a construção de uma rodovia de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar", escreveu Trump na mensagem, ressaltando que o caso "se tornou um grande escândalo".

Junto com a mensagem, Trump postou um vídeo de quatro minutos da Fox News, com uma reportagem do enviado da emissora a Belém para cobrir a COP30.

Na reportagem, o editor Marc Morano diz, com uma imagem de Belém ao fundo, que mais de 100 mil árvores foram cortadas na Amazônia para construir a estrada e mostrar como o "governo brasileiro está cuidando da floresta tropical".

Ainda na reportagem postada por Trump, o jornalista destaca que pela primeira vez não há uma delegação oficial dos Estados Unidos em uma conferência das Nações Unidas sobre o clima desde 1992. Mesmo países europeus estão deixando esses compromissos de lado, ressalta o jornalista.

A reportagem fala ainda da queda das vendas de carros elétricos e de demissões em fábricas nos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco que a BBC alterou seu discurso de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio, e celebrou a demissão de "pessoas muito desonestas que tentaram influenciar uma eleição presidencial".

"As principais pessoas da BBC, incluindo TIM DAVIE, o CHEFE, estão todas se demitindo/DEMITIDAS, porque foram pegas 'alterando' meu excelente (PERFEITO!) discurso de 6 de janeiro. Além de tudo, eles são de um país estrangeiro, que muitos consideram nosso Aliado Número Um. Que coisa terrível para a Democracia!", escreveu o republicano na Truth Social.

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo nesta trade. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso de Trump para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio.