Morre aos 90 anos Cláudio Lembo, ex-governador de São Paulo

Política
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O ex-governador de São Paulo, Cláudio Lembo, morreu aos 90 anos na capital paulista na madrugada desta quarta-feira, 19. A causa da morte não foi divulgada pela família. O velório será realizado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), das 10h30 às 15h desta quarta. O enterro ocorrerá em seguida, às 16h, no Cemitério do Araçá. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), lamentou a morte em nota oficial e decretou luto no Estado de três dias.

 

Natural da cidade de São Paulo, Lembo formou-se em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e obteve o doutorado na área pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, instituição pela qual foi professor, diretor (1974-1975) e reitor (1997-2002).

 

Sua primeira experiência política foi em 1975, quando assumiu uma secretaria do então prefeito de São Paulo Olavo Setúbal. Setúbal era presidente do banco Itaú e Lembo, diretor da instituição.

 

Em 1978, candidatou-se ao Senado pela Arena, partido de sustentação à ditadura militar. Perdeu a disputa para Franco Montoro, do MDB. Dois anos depois, viria a romper com o regime e aderiu ao MDB. Em 1985, foi um dos fundadores do Partido da Frente Liberal (PFL), sigla pela qual permaneceria filiado até 2011.

 

Lembo também foi secretário municipal de São Paulo durante o segundo mandato de Jânio Quadros (1985-88). Na eleição de 1989, candidatou-se a vice-presidente na chapa de Aureliano Chaves (PFL). No segundo turno, declarou apoio a Fernando Collor.

 

Em 2002, elegeu-se vice-governador de São Paulo na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB). Em março de 2006, quando o tucano renunciou ao cargo para disputar a presidência nas eleições de outubro, Lembo assumiu o governo do Estado. Esteve à frente do cargo durante o "Salve Geral", onda de violência provocada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) no Estado de São Paulo em maio daquele ano. Transmitiu o cargo a José Serra (PSDB) em janeiro de 2007.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já embarcou de volta ao Brasil. A previsão é que Lula desembarque em Belém (PA) por volta das 19h30.

O presidente viajou a Santa Marta, na Colômbia, para participar da cúpula Celac-União Europeia neste domingo. O compromisso foi rápido. Lula chegou em Santa Marta por volta das 11h30, participou da reunião e já embarcou de volta a Belém.

Na segunda-feira, 10, ele participa da abertura oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, alertou que as consequências econômicas da prolongada paralisação do governo federal estão se intensificando, dizendo que a situação está ficando "cada vez pior", à medida que as interrupções se espalham por setores-chave e pressionam as finanças públicas.

"Vimos um impacto na economia desde o primeiro dia, mas está ficando cada vez pior. Tivemos uma economia fantástica sob o presidente Trump nos últimos dois trimestres, e agora há estimativas de que o crescimento econômico para este trimestre poderia ser reduzido pela metade se a paralisação continuar", disse ele em entrevista à ABC neste domingo.

De forma semelhante, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, pontuou hoje que o crescimento do quarto trimestre pode ser negativo se o shutdown se prolongar.

Hassett, falando ao programa "Face the Nation" da CBS, observou que a escassez de controladores de tráfego aéreo estava causando grandes atrasos nas viagens na preparação para o feriado de Ação de Graças. "Essa época é uma das mais movimentadas do ano para a economia... e se as pessoas não estiverem viajando nesse momento, então realmente poderíamos estar olhando para um trimestre negativo", acrescentou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo, 9, que "a ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e Caribe", em um sinal indireto às ameaças promovidas pelo governo dos Estados Unidos contra a Venezuela. Ele afirmou que "democracias não combatem o crime violando o direito internacional".

O governo de Donald Trump tem usado como pretexto para intensificar sua presença militar no Caribe o combate ao narcotráfico. Nos últimos meses, destruiu barcos que trafegavam pela região alegando que se tratava de embarcações de traficantes. Os tripulantes foram mortos.

O discurso de Lula foi feito na Cúpula Celac-União Europeia em Santa Marta, na Colômbia. O presidente brasileiro disse que a América Latina é uma "região de paz" e pretende continuar assim.

"A ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e Caribe. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais. Somos região de paz e queremos permanecer em paz. Democracias não combatem o crime violando o direito internacional", declarou.

Segundo Lula, a "democracia também sucumbe quando o crime corrompe as instituições, esvaziam espaços públicos e destroem famílias e desestruturam negócios". O presidente brasileiro disse que garantir "segurança é dever do Estado e direito humano fundamental" e que "não existe solução mágica para acabar com a criminalidade". O presidente defendeu "reprimir o crime organizado e suas lideranças, estrangulando seu financiamento e rastreando e eliminando o tráfico de armas".

Lula citou a última reunião da cúpula Celac-União Europeia, há dois anos, em Bruxelas. Disse que, naquela época, "vivíamos um momento de relançamento dessa histórica parceria", mas, "deste então, experimentamos situações de retrocessos".

O petista criticou a falta de integração entre os países latinoamericanos. Afirmou que "voltamos a ser uma reunião dividida" e com ameaças envolvendo o "extremismo político".

"A América Latina e o Caribe vivem uma profunda crise em seu projeto de integração. Voltamos a ser uma região dividida, mais voltada para fora do que para si própria. A intolerância cria força e vem impedindo que diferentes pontos de vista possam se sentar na mesma mesa. Voltamos a viver com a ameaça do extremismo político, da manipulação da informação e do crime organizado. Projetos pessoais de apego ao poder muitas vezes solapam a democracia", afirmou.

Em seu discurso, Lula também citou a realização da COP30, em Belém, e mencionou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). Disse que o fundo "é solução inovadora para que nossas florestas valham mais em pé do que derrubadas" e que a "transição energética é inevitável".

O petista também lamentou o tornado que atingiu a cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, e manifestou suas condolências às vítimas da tragédia climática dos últimos dias.