Ao lado de Doria, Nunes não descarta deixar a Prefeitura para concorrer ao governo de São Paulo

Política
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Em evento com o ex-governador João Doria (sem partido), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que cumprirá os quatro anos de mandato. Minutos depois, porém, recuou da própria declaração, dizendo que eleição não é "casamento" e que "as coisas acabam mudando".

"Eu sou católico praticante. Não é casamento", respondeu Nunes em coletiva de imprensa ao ser questionado se promete aos eleitores não renunciar para disputar o governo estadual. "A minha intenção é de ficar os quatro anos como prefeito. As coisas acabam mudando…", acrescentou ele, sem garantir a permanência no cargo.

O prefeito afirmou que só tomará "qualquer tipo de atitude" caso ela beneficie a cidade e o projeto para derrotar a esquerda nos âmbitos municipal, estadual e nacional.

O prefeito participou nesta segunda-feira, 24, de um almoço promovido pelo Lide, grupo de líderes empresariais fundado por Doria. Durante sua fala, havia garantido que permaneceria no cargo.

"Vou ficar os quatro anos prefeitando", afirmou o emedebista ao ser perguntado sobre a possibilidade de disputar o governo estadual caso Tarcísio de Freitas (Republicanos) concorra à Presidência. "Não falei um A sobre isso. Quando soltaram a pesquisa (de intenção de voto para o governo de São Paulo), em que apareci em primeiro, comecei a tomar tiro para todo lado. Imagina se eu falar que vou?".

Prefeito chama promotor do MP-SP de 'idiota'

No evento, o prefeito atacou "alguns personagens" do Ministério Público, que, segundo ele, seriam "figurinhas carimbadas" dedicadas a "atrasar a cidade, o Estado e a vida das pessoas". Ele mencionou nominalmente o promotor Ricardo Manuel Castro, a quem chamou de "atraso" e "idiota".

"Ele fica o tempo inteiro, 24 horas, gastando energia para as coisas não avançarem", afirmou Nunes, destacando que sua crítica não é à instituição, mas a alguns promotores. "Infelizmente, temos alguns personagens que estão lá para utilizar do seu cargo para fazer perseguição política. Ele é aliado ao PSOL e ele fica infernizando. Infernizou a vida do Bruno Covas, do João Doria, a minha vida. E isso ele acha que está tendo alguma vantagem. Não, ele está atrapalhando a cidade. Ele e outros promotores."

Mais tarde, em coletiva de imprensa, o emedebista voltou a atacar o promotor, chamando-o de "idiota" que "passa o tempo inteiro perturbando as pessoas e criando situações para defender sua questão ideológica".

Uma das denúncias apresentadas pelo promotor envolve uma ação de improbidade administrativa contra a Prefeitura pela compra superfaturada de garrafas de água durante o carnaval de 2024.

Procurado para comentar as críticas de Ricardo Nunes, o MP de São Paulo ainda não se manifestou.

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A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo neste domingo, 9. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A fala distorcida de Trump foi exibida no programa Panorama de 3 de novembro de 2024, a uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Em sua rede social, a Truth Social, Donald Trump celebrou a demissão de quem chamou de "jornalistas corruptos". "Essas são pessoas muito desonestas que tentaram manipular as eleições presidenciais. Para piorar, vêm de um país estrangeiro, um que muitos consideram nosso principal aliado. Que terrível para a democracia!", postou.

A ministra britânica da Cultura, Lisa Nandy, havia classificado horas antes como "extremamente grave" a acusação contra a BBC por apresentar declarações de Trump de maneira enganosa.

"É um dia triste para a BBC. Tim foi um excelente diretor-geral durante os últimos cinco anos", afirmou o presidente da Corporação Britânica de Radiodifusão, Samir Shah, em comunicado. Ele acrescentou que Davie enfrentava "pressão constante (...) que o levou a tomar a decisão" de renunciar.

Colagem de trechos separados levou a versão distorcida do discurso

O caso, revelado na terça-feira, 4, baseia-se em um documentário exibido uma semana antes das eleições presidenciais dos EUA de 2024. A BBC é acusada de ter montado trechos separados de um discurso de Trump de 6 de janeiro de 2021 de forma que parece indicar que ele teria dito a seus apoiadores que marchariam com ele até o Capitólio para "lutar como demônios".

Na versão completa, o então presidente republicano - já derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden - diz: "Vamos marchar até o Capitólio e vamos incentivar nossos valentes senadores e representantes no Congresso."

A expressão "lutar como demônios" corresponde, na verdade, a outro momento do discurso.

Em carta enviada ao conselho da BBC e publicada no site, a CEO de notícias disse que a polêmica em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está prejudicando a BBC - uma instituição que ela adora.

Já Tim Davie, diretor-geral, disse que abdicou ao cargo após intensas exigências pessoais e profissionais de gerir o posto ao longo de muitos anos nestes "tempos turbulentos".

Um dia antes do início oficial da COP30 em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, nesta domingo, 9, uma mensagem dizendo que a Amazônia foi destruída para a construção de uma estrada.

"Eles destruíram a floresta amazônica no Brasil para a construção de uma rodovia de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar", escreveu Trump na mensagem, ressaltando que o caso "se tornou um grande escândalo".

Junto com a mensagem, Trump postou um vídeo de quatro minutos da Fox News, com uma reportagem do enviado da emissora a Belém para cobrir a COP30.

Na reportagem, o editor Marc Morano diz, com uma imagem de Belém ao fundo, que mais de 100 mil árvores foram cortadas na Amazônia para construir a estrada e mostrar como o "governo brasileiro está cuidando da floresta tropical".

Ainda na reportagem postada por Trump, o jornalista destaca que pela primeira vez não há uma delegação oficial dos Estados Unidos em uma conferência das Nações Unidas sobre o clima desde 1992. Mesmo países europeus estão deixando esses compromissos de lado, ressalta o jornalista.

A reportagem fala ainda da queda das vendas de carros elétricos e de demissões em fábricas nos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco que a BBC alterou seu discurso de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio, e celebrou a demissão de "pessoas muito desonestas que tentaram influenciar uma eleição presidencial".

"As principais pessoas da BBC, incluindo TIM DAVIE, o CHEFE, estão todas se demitindo/DEMITIDAS, porque foram pegas 'alterando' meu excelente (PERFEITO!) discurso de 6 de janeiro. Além de tudo, eles são de um país estrangeiro, que muitos consideram nosso Aliado Número Um. Que coisa terrível para a Democracia!", escreveu o republicano na Truth Social.

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo nesta trade. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso de Trump para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio.